8/5/2015 09:14

Repelente, 'fumacinha' e catadores de lixo: clubes combatem dengue em SP

Às vésperas do início do Brasileirão, São Paulo vive pior epidemia de dengue de sua história. Os cinco representantes do estado no BR-15 entram na luta contra o Aedes aegypti

Repelente, 'fumacinha' e catadores de lixo: clubes combatem dengue em SP
Estado com o maior número de representantes na Série A do Campeonato Brasileiro de 2015, São Paulo vive a maior epidemia de dengue de sua história. Às vésperas do início da competição de futebol mais importante do País, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Ponte Preta adaptam suas rotinas para combater o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença.

Ao menos 222.044 casos de dengue já foram registrados em São Paulo em 2015, segundo o último boletim emitido pelo Centro de Vigilância Epidemológica estadual. Tal número é recorde, superando os 209.052 doentes diagnosticados no ano passado.


"Democrático", o mosquito vetor da dengue faz vítimas fora e dentro do mundo do futebol. Entre os boleiros, Guerrero (Corinthians), Aranha (Palmeiras), Michel Bastos (São Paulo), Léo Cittadini (Santos) e Werley (Santos) sofreram com a dengue nas últimas semanas. Até o médico do Tricolor Paulista, José Sanchez, foi diagnosticado com a doença.

Para evitar novas baixas em seus elencos e quadros de funcionários, os clubes paulistas usam de diversas artimanhas. No CT Joaquim Grava, por exemplo, o Corinthians não titubeou: um dia após Guerrero ser diagnosticado com dengue, o clube solicitou vistoria da vigilância sanitária. Na última terça-feira, uma equipe foi ao local fazer nebulização (conhecida popularmente como "fumacinha") a fim de eliminar mosquitos.


Guerrero foi internado em hospital por conta da dengue


Na Academia de Futebol, do Palmeiras, a pulverização acontece semanalmente e é aplicada por uma empresa que já prestava serviços de dedetização ao clube. Outra arma do Verdão na luta contra o Aedes aegypti é o uso de repelentes. Funcionários distribuem o produto para os jogadores. Durante viagens ao interior paulista, pelo Campeonato Paulista, os atletas eram obrigados a passar a substância no corpo.

No CT do São Paulo, vizinho do Palmeiras no bairro da Barra Funda, zona oeste paulistana, a rotina é semelhante. No Tricolor, Rubens Moreno, diretor de futebol, é o responsável por orientar diariamente jogadores e funcionários a manterem o ambiente limpo. Fazer sua parte, no entanto, não parece suficiente: o clube se preocupa com possível acúmulo de água em um terreno baldio localizado ao lado do CT.

Fora da capital, a atenção é a mesma. Na Baixada Santista, uma das regiões do estado onde a epidemia de dengue mais se intencificou nas últimas semanas, já são 6.376 casos notificados. No centro de treinamento do Santos, todos põe a mão na massa para combater a proliferação do mosquito: funcionários, jogadores e membros da comissão técnica tornaram-se "catadores de lixo" e já foram flagrados revirando lixeiras para tirar água de copinhos descartáveis.



Centro de Controle de Vetores visitou CT Rei Pelé


– Três vezes por semana eu jogo sal grosso, cândida e cloro nos ralos e locais onde possam acumular água. Além disso, confiro todos os dias se temos algum lugar com água parada para esvaziar. Também peço a colaboração dos atletas e demais funcionários na limpeza do local. Depois do treino acabam ficando copos à beira do campo com resto de água. Por isso fico no pé para não deixarmos isso lá por muito tempo, pois corre risco de criar larvas – disse Wilson Moraes, administrador do CT Rei Pelé, ao LANCE!.

Por fim, a Ponte Preta, time ainda sem registro de baixas por dengue na atual temporada, está em uma das cidades com maior incidência da doença: 14.901 casos já foram registrados em 2015, protagonizando a segunda maior epidemia da história de Campinas. Tanto o Estádio Moisés Lucarelli quanto o centro de treinamento da Macaca estão em áreas consideradas de risco pelas autoridades de saúde. Assim, o clube abre as portas constantemente para pulverizações.

O QUE PENSAM OS CLUBES QUE JOGARÃO EM SÃO PAULO?

Na primeira rodada do Brasileirão, neste fim de semana, Atlético-MG e Flamengo jogarão em São Paulo. Os mineiros visitam o Palmeiras, sábado, no Allianz Parque; os cariocas, o São Paulo, domingo, no Morumbi. Em contato com a reportagem do LANCE!, funcionários de ambos os clubes explicaram que as agremiações não irão alterar a rotina em função da epidemia paulista de dengue. No Fla, a exemplo do que já ocorre nos treinos no Ninho do Urubu, jogadores usarão repelente.



De olho no São Paulo, Flamengo treina em Atibaia-SP

CASOS DIAGNOSTICADOS NOS TIMES PAULISTAS DA SÉRIE A
CORINTHIANS

Guerrero: atacante foi diagnosticado com dengue em meados de abril. Por conta da doença, o peruano desfalcou o Timão em uma sequência de jogos decisivos tanto pelo Campeonato Paulista (Ponte Preta e Palmeiras) quanto pela Libertadores (San Lorenzo e São Paulo).

PALMEIRAS
Aranha: também em meados de abril, o goleiro reserva do Verdão sofreu nas mãos do Aedes aegypti. O arqueiro ficou duas semanas afastado dos treinos, mas já retornou às atividades na Academia de Futebol. Nesse período, Jailson se firmou como reserva imediato de Fernando Prass.

SÃO PAULO
Michel Bastos: no início desta semana, exames confiramaram quadro clínico de dengue. O meia, portanto, ficou de fora do jogo dessa quarta, contra o Cruzeiro. O camisa 7, por outro lado, vem surpreendendo na recuperação e inclusive esteve no Morumbi para torcer pelo Tricolor.

José Sanchez: chefe do departamento médico do São Paulo foi diagnosticado com dengue no fim de março. O médico ficou afastado do clube por 11 dias e perdeu bastante peso. Por conta da doença, ele não viajou à Argentina com a delegação tricolor para o duelo contra o San Lorenzo.

SANTOS
Léo Cittadini: atacante do Peixe foi vítima da doença nas primeiras semanas de abril. O jovem de 21 anos, que não vem jogando entre os titulares do Peixe, ficou afastado dos treinos por cerca de duas semanas.

Werley: às vésperas do jogo de ida da final do Campeonato Paulista, o zagueiro santista foi diagnosticado com dengue. O defensor desfalcou o Peixe no primeiro duelo contra o Palmeiras, mas retornou a campo para a partida de volta, na semana seguinte.

PONTE PRETA
Não registrou jogadores com dengue.



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