De tempo o Corinthians não vai poder reclamar para reagir. Depois de ser eliminado pelo Palmeiras no Campeonato Paulista e perder para o São Paulo na Libertadores, o Timão precisa dar uma resposta e mostrar que o encanto não acabou. A partir desta segunda-feira, Tite tenta corrigir os erros e encontrar soluções para um time que brilhou nas primeiras partidas, mas caiu de rendimento recentemente.

O Timão volta a campo apenas no dia 6 de maio, contra o Guaraní, no Paraguai, pelas oitavas de final da Taça Libertadores – o duelo da volta está marcado para 13 do mesmo mês, em Itaquera. Até lá, o treinador alvinegro terá nove dias para fazer detalhes no seu esquema tático 4-1-4-1 tão elogiado neste início de 2015. E com uma vantagem: Paolo Guerrero, maior estrela corintiana, está de volta após contrair dengue.

DEFESA

O setor que parecia ser o mais confiável da equipe passou a dar problema recentemente. A queda foi gradativa. Com Cássio, Fagner, Felipe, Gil e Fábio Santos, o Corinthians parecia ter uma defesa intransponível. Só parecia. Com o passar dos jogos, o Timão começou a apresentar falhas, principalmente em cruzamentos para a área. A jogada vem sendo utilizada com frequência pelos adversários.



Felipe e Gil são os titulares da zaga corintiana nesta temporada


Nos últimos dois clássicos, contra Palmeiras e São Paulo, o Corinthians levou quatro gols, número elevado para a média da equipe. Três deles saíram de cruzamentos que os zagueiros e laterais não conseguiram cortar. Tite treina várias vezes por semana a jogada, mas, até agora, não conseguiu acabar com as falhas. Mesmo assim, a conta continua favorável. Em 25 confrontos oficiais em 2015, o Alvinegro foi vazado apenas 16 vezes.

Por enquanto, o treinador não cogita mudanças. Felipe dificilmente perderá a vaga para Edu Dracena, reserva imediato da posição. A única dúvida está na lateral esquerda. Fábio Santos está em processo de recondicionamento físico após operar o joelho direito. Uendel, bastante elogiado pela comissão técnica, entrou na disputa com força. Não seria surpresa se fosse mantido para as oitavas.

MEIO DE CAMPO




É a base do esquema que Tite importou depois de acompanhar o trabalho de Carlo Ancelotti no Real Madrid e não será modificado. Jadson e Renato Augusto continuam bem na criação das jogadas.

O segundo, aliás, tem características ainda mais ofensivas e pode virar mais um atacante dependendo da necessidade da partida. Dos reservas, apenas Danilo poderia entrar na disputa, mas é visto como um reserva de luxo. Petros pouco incomoda.

Elias é o único que pode ter o posicionamento alterado, o que faria o Corinthians ganhar uma variação tática – o 4-2-3-1. Como já aconteceu em 2015, o volante recuaria para atuar um pouco à frente de Ralf, mudando a estratégia para o 4-2-3-1. O Timão perderia força na marcação ofensiva, mas ganharia qualidade nos passes na saída do campo de defesa.

As infiltrações em velocidade na área adversária foram uma das armas do Timão no início da temporada e decidiram várias partidas. Rápido e oportunista, Elias fez quatro gols nas quatro primeiras partidas da Taça Libertadores, colocando a equipe muito perto da vaga. Depois, passou a ser melhor marcado e teve dificuldades para atacar.

ATAQUE

Deve ser o setor que Tite mais testará alternativas nos próximos dias. A vaga de centroavante está preenchida. Artilheiro do clube no ano, com 12 gols, Guerrero reassume a posição após se recuperar de uma dengue com a missão de ser a referência do sistema ofensivo e de aproveitar o entrosamento com Renato Augusto e Jadson. Vagner Love, titular no período em que o peruano esteve ausente, ainda não conseguiu jogar em alto nível.



O problema está em encontrar o companheiro ideal para Guerrero. Emerson não vinha bem e, para piorar, foi expulso contra o São Paulo. Mendoza, que entraria na vaga dele também recebeu cartão vermelho minutos depois, e também não viaja para o Paraguai. Sobraram Malcom e Luciano, bem menos aproveitados até o momento. Em muitas vezes, sequer ficam no banco.

Uma alternativa para Tite poderia ser aproveitar o período de treinamento para testar Vagner Love jogando aberto pelo lado esquerdo ou mais próximo a Guerrero. O jogador nunca foi um ponta, mas teve bons momentos como um atacante livre para se movimentar. A tendência, porém, é de que o treinador não arrisque grandes modificações.



Sem Sheik e Mendoza suspensos, Corinthians deve manter o esquema 4-1-4-1 contra o Guaraní, pela Libertadores