“Big, big”, interrompeu Mano Menezes, mostrando parte de seus conhecimentos de inglês para concordar que é grande o desafio do Corinthians na quarta-feira, contra o líder Cruzeiro, no Mineirão. O técnico só evitou o ridículo de, 13 pontos atrás do primeiro colocado do Campeonato Brasileiro, tratar o jogo como decisão.

“Pontos corridos não são contra um adversário. São contra todos. Não basta ganhar aquele jogo chamado de final prévia nem é desastroso perdê-lo. Mas é sempre quando joga o segundo contra o primeiro que se abre a possibilidade de se dizer que é final antecipada. Não é o nosso caso. Não vale para a gente essa regra”, afirmou.
Mano lembrou que “teve gente que ganhou do Cruzeiro no jogo emblemático e não ganhou os seguintes”, em clara referência ao São Paulo. Na mais recente partida travestida de final, a equipe mineira derrotou o Internacional, reabriu nove pontos de vantagem na ponta e seguiu em sua caminhada tranquila ao título.

Não é final nem vale título, mas o embate com o primeiro colocado é importante para o Corinthians, que se recuperou de uma semana ruim com vitórias sobre Atlético-MG (pela Copa do Brasil) e Sport. Vencer deverá recolocar o time na faixa de classificação à Copa Libertadores e, nas palavras do comandante, trazer “muita confiança”.

Triunfar em Belo Horizonte alimentará até a ilusão de que o título pode escapar do Cruzeiro, hoje com mais 90% de chances de ficar com o troféu de acordo com a projeção de diferentes matemáticos. Por isso, equipes como o vice-líder Internacional estarão atentas ao trabalho alvinegro no Mineirão.

“O campeonato cria situações como essa, de você se deparar com simpatia momentânea pelo rival. Mas, se torcida contra ou a favor resolvesse, a gente não teria sido campeão tantas vezes nos últimos anos, já que todo o mundo fica torcendo contra. Depende do que você executa lá dentro. E a gente precisa jogar muito”, resumiu Mano.