“Estou de bom humor para caramba. Posso ficar até as duas da manhã respondendo aqui”, brincou Mano Menezes, na entrevista concedida após a vitória por 2 a 0 do Corinthians sobre o Atlético-MG. Sorrindo ironicamente, ele estranhou o placar construído por “um time que joga atrás, né?”.

Em um longo discurso no qual voltou a questionar as recorrentes críticas pelo futebol tido como defensivo, o gaúcho falou sobre a responsabilidade na montagem da equipe. A pergunta que motivou esse discurso mencionava Luiz Felipe Scolari, que o sucedeu na Seleção Brasileira e perdeu por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo.

“Cada equipe tem uma característica. Você pode ser mais ofensivo, como já fui aqui, com três atacantes, com Cristian, Elias e Douglas no meio. Era extremamente ofensiva e conseguiu ser melhor do que a maioria dos adversários. Em outros momentos, não dá para fazer isso”, afirmou Mano, antes de mencionar a eterna semifinal do Mundial de 2014.

“Aliás, você mencionou o nome de um técnico que, em um momento, tentou fazer algo que talvez não desse para fazer. Aí você sabe como terminou, né? Não adianta contrariar a lógica”, acrescentou o treinador, que não engoliu sua substituição no comando da Seleção. No reencontro com Felipão, agora no Grêmio, não o cumprimentou.

Negando a fama de retranqueiro, Mano disse estar respeitando a identidade que vai adquirindo o time do Corinthians e trabalhando com responsabilidade na busca por resultados. Mas negar não adianta, e a cada jogo ele ouve as críticas dos torcedores mais próximos do banco.

Influenciados, segundo ele, por comentaristas de TV.
“Não concordo com aqueles que dizem que a gente joga atrás. Hoje, você copia muito o que os outros falam.

O torcedor ouve bastante, vocês falam bastante. O torcedor repete. Vai repetindo, repetindo, repetindo. Não adianta ficar desmentindo isso. Também nem vou tentar”, concluiu.