23/9/2014 20:30
'Ninguém pode esperar expressões educadas da torcida' diz especialista sobre supostos cânticos racistas
Para advogado Thetonio Chermontt de Brito ação da promotoria de apurar homofobia no Majesto é válida, mas é preciso ter cuidado na hora de analisar os gritos das torcidas
Torcida do São Paulo durante Majesto de domingo (Foto: Reginaldo Castro/ LANCE!Press)
Para o especialista em direito desportivo, Thetonio Chermontt de Britto, os cânticos das torcidas de Corinthians e São Paulo, no Majestoso do último domingo, são passíveis de punição, mas é dificil determinar o cunho dos gritos. Ainda segundo o advogado, a inciativa de tentar coibir qualquer injúria é válida, mas é preciso ter cuidado para que, não sejam punidas todas as manifestações da torcida.
- O combate à prática do racismo em geral, atualmente, está sendo arrochada em todas as esferas, e aqui a gente está falando da esportiva. O cântico de torcida, que chama o outro de "viadinho", "puto" é questão de interpretação. Eu não vejo grito de torcida com cunho de racismo. Tem que se analisar caso a caso, é dificil você generalizar. O caso do Aranha tinha total cunho racial, a punição tinha que ter sido aplicada. Não se discute se ela é justa, pesada, mas a torcedora Patrícia e aqueles torcedores, tinham o intuito de ofender o goleiro, pela cor negra. Agora cântico de torcida, brincadeira, tem que ter muito cuidado, se não daqui a pouco vai punir qualquer manifestação de torcida.
Torcida chama de "bambi", "bichinha", chamam de "viado", daqui a pouco não vai mais haver palavrão no estádio. Tem que ter muito cuidado, a procuradoria está certo em tentar coibir qualquer injúria, mas tem que tomar cuidado para não proibir tudo quanto é manifestação. Ninguém pode esperar que a torcida use expressões polidas e educadas, não no futebol brasileiro, é cultural e essa não é a cultura do futebol brasileiro - ponderou o especialista.
Ainda segundo Chermont, não existe uma medida para que o clube consiga coibir tal atitude da torcida.
- É impossível o controle, vem de educação. O povo não sabe se comportar num lugar desses, é uma questão cultural. O torcedor esquece até que o clube está fazendo uma boa campanha. Não pode ter um fiscal ao lado de cada torcedor, para tapar a boca na hora que ele vai xingar, mas o código não quer saber, o código pune - finalizou o advogado.
De acordo com o especialista, caso a denúncia seja aceita no artigo 243-G, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, a punição pode acarretar em multa pesada, perda de manda de jogos e exclusão do campeonato.
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