Edu Gaspar, Mano Menezes e Alessandro em treino do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)

As polêmicas entre Corinthians e arbitragem parecem não ter fim. Dentro do campo, os jogadores alvinegros parecem mais irritados: batem boca, discutem, gesticulam. À beira do gramado, o técnico Mano Menezes também se revolta. Entre julgamentos no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e expulsões, a ordem da diretoria é clara: ignorar todo e qualquer fator extracampo e pensar exclusivamente em vencer os jogos e colocar o Timão na briga pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.

O estopim da incômoda situação se deu com a punição do meia Petros, suspenso por 180 dias pelo Tribunal e posteriormente liberado por um efeito suspensivo – tudo se deu por uma trombada no árbitro Raphael Claus, na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Santos. O gerente de futebol do clube, Edu Gaspar, assegurou que já conversou com Mano e também com os jogadores, e prefere não acreditar que há uma predisposição da arbitragem contra o Timão.

– Eu não gostaria de pensar dessa maneira, porque aí é o fim do futebol. Eu gostaria de achar que é uma fase. Conversei com o Mano, batemos um papo, e nós conversamos com os atletas. O foco são os 90 minutos de jogo. Esquecer arbitragem e dedicar todas as forças aos jogos. Estamos falando muito disso. Toda hora é essa coisa de punição. Vamos pensar na essência, na parte tática, no futebol de verdade, que é muito mais legal – argumentou.

Nos últimos dois jogos, derrotas por 2 a 1 para o Grêmio e 1 a 0 para o Bragantino, o Corinthians teve um expulso em cada partida: Guerrero na primeira, após confusão com Alan Ruiz, e Ferrugem na segunda, por um carrinho considerado violento pela arbitragem. Também contra o Braga, o auxiliar-técnico Sidnei Lobo acabou excluído da partida, mesmo fato ocorrido com Mano Menezes na vitória por 5 a 2 sobre o Goiás.

Nesta sexta-feira, Renato Augusto também será julgado por suposta agressão ao volante Léo Gago, do Bahia, na derrota do Timão por 1 a 0, em Salvador, pela terceira fase da Copa do Brasil. Denunciado no artigo 254-a do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que fala em agressão, pode pegar de quatro a 12 jogos de suspensão.

Na última temporada, o Corinthians também sofreu com as denúncias do STJD. No Campeonato Brasileiro, perdeu cinco mandos de campo consecutivos – quatro por conta de uma briga entre torcedores no empate com o Vasco, em Brasília, e um por copo atirado em um auxiliar de arbitragem no confronto com a Portuguesa, em Campo Grande.

A postura da diretoria em relação ao Tribunal vem sendo bastante crítica. O atual diretor de futebol, Ronaldo Ximenes, manteve o discurso de Roberto de Andrade, seu antecessor no cargo, e já declarou que a entidade “adora aparecer”. No ano passado, Edu Gaspar chegou a dizer que os critérios com o Corinthians eram “acima do normal”.