O Corinthians adiantou dinheiro com a "TV Globo" e com a Federação Paulista de Futebol (FPF) e pagou R$ 15 milhões ao governo federal para tentar inocentar seu ex-presidente Andrés Sanchez e mais três dirigentes da ação penal que o Ministério Público moveu contra o quarteto, conforme adiantou o ESPN.com.br no último dia 7.

Segundo informa a coluna Painel FC na edição desta terça-feira da "Folha de S. Paulo", a quantia foi paga na última sexta-feira e corresponde às dívidas fiscais entre julho e dezembro de 2010 - período em que houve sonegação fiscal no entendimento do MPF.

O periódico ainda diz que a defesa dos quatro cartolas acusados pediu nessa segunda, três dias após o pagamento, que a Justiça Federal cancele a ação. Além de Andrés, são citados Roberto de Andrade, ex-diretor de futebol do clube, Raul Correa da Silva, diretor financeiro, e André Luiz de Oliveira, ex-diretor administrativo.

No total, o Corinthians levantou R$ 18,5 milhões, sendo R$ 13 milhões com a "TV Globo" de cotas de TV adiantadas e outros R$ 5,5 milhões com a FPF referentes à parte do montante que teria nas cotas do Campeonato Paulista de 2015. A outra opção que o clube estudava para obter a quantia era tomar emprestado com a construtora Odebrecht.

A "Folha" diz que o valor total da dívida, com impostos não pagos entre julho e dezembro de 2010, era de R$ 31,8 milhões, mas que o clube conseguiu desconto de R$ 16,8 milhões para quitá-la, pagando, então, os R$ 15 milhões.

No entanto, como também informou o ESPN.com.br, no último dia 19, o valor total da dívida do Corinthians com impostos atrasados era de R$ 94 milhões, e o objetivo do clube era pagar o valor referente ao periodo que gerou a ação penal (R$ 12 milhões) e mais a primeira de cinco parcelas do Refis (Programa de Refinanciamento das Dívidas Tributárias com a União), que seria de R$ 3,3 milhões.

Logo, o pagamento de R$ 15 milhões informado pela "Folha" pode ter alguma variação para cima (os R$ 300 mil restantes) e já ter valido para as duas coisas: quitação do débito do período entre julho e dezembro de 2010 e mais a entrada no Refis. A reportagem não conseguiu confimar esta informação.