O departamento jurídico do Corinthians ficou inconformado com a suspensão de 180 dias aplicada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ao meia Petros. Logo depois da decisão no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, o advogado alvinegro, João Zanforlin, avisou que vai recorrer da punição já começava a traçar a estratégia de defesa para tentar reduzir a pena.

A divergência dos auditores do tribunal e o caso de uma voadora de um atleta na Terceira Divisão do Campeonato Paulista estão entre os trunfos do clube alvinegro.

Assim como já fez em seu discurso diante da Primeira Comissão Disciplinar, o advogado corintiano vai tentar no Pleno do STJD desqualificar Petros do artigo 254-A, parágrafo 3º, do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala em praticar agressão física contra um membro da arbitragem. A ideia é tentar reduzir a punição de seis meses pela metade do tempo, mesmo que para isso seja necessário pagar multa.

Para entrar com recurso, o Corinthians precisa esperar a publicação do acórdão, o que deve acontecer até esta quarta-feira. O clube também deve pedir um efeito suspensivo, para que o jogador possa atuar no Brasileirão até que o tribunal dê o veredito final.

No julgamento desta segunda, João Zanforlin mostrou uma prova de vídeo de outra agressão contra árbitro, uma imagem bem mais forte do que a de Petros. No Paulista da Série A-3 de 2013, o zagueiro Sassá, do Independente de Limeira, deu uma voadora no peito do juiz Maurício Antônio Fioretti, que caiu no gramado ao ser agredido logo após o fim do jogo em que o Marília venceu por 1 a 0.

Sassá foi julgado e também foi suspenso por 180 dias, pena mínima prevista no código para este artigo. A intenção do Corinthians é convencer o tribunal que as duas situações são completamete distintas.

Dos cinco votos dos auditores no Rio, três foram pedindo punição de 180 dias a Petros: de Felipe Bevilacqua de Souza, Douglas Blaichman e do presidente da comissão Valed Perry. Os outros dois auditores pediram pena menor.

Washington Rodrigues votou por quatro jogos, e Vinícius Sá queria apenas uma partida de suspensão para o meia. É justamente nessa grande divergência de entendimentos que o jurídico do Corinthians aposta para tentar reduzir a suspensão.


Petros foi suspenso por 180 dias pelo STJD

"O próprio tribunal não tem convicação da pena, houve divergência. Foram três votos a dois, então vamos recorrer", disse Zanforlin, logo após o resultado do julgamento.

Em seu depoimento ao STJD e depois nas entrevistas, Petros garantiu que não teve a intenção de agredir o árbitro Raphael Klaus no lance durante a vitória corintiana sobre o Santos, por 1 a 0, no dia 10 de agosto, na Vila Belmiro.

"Não tentei agredir, e o árbitro sabe disso, ninguém se sente agredido 24 horas depois. Tenho convicção de que se o Alison não me dá aquele toque antes, eu conseguria sair da trajetória do árbitro. Eu uso o braço para me proteger, mas seu eu quisesse agredir teria usado a mão direita, sou destro, e fechada, não aberta como usei", explicou o meia.