'Operação Hooligans' foi deflagrada no dia 20 de fevereiro

Seis meses após o episódio, o Ministério Público do Estado de São Paulo ainda aguarda o julgamento do recurso para recolocar na cadeia os torcedores presos pela invasão ao CT do Corinthians.

Tarcísio Baselli Diniz, Gabriel Monteiro de Campos e Tiago Aurelio dos Santos Ferreira foram soltos no dia 17 de março depois da decisão do juiz Gilberto Azevedo Morais Costa, da 17ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, que rejeitou a denúncia feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Também fazia parte do processo Fernando Wilson de Carvalho, vulgo “Suíça”, integrante da Gaviões da Fiel, que acabou morto a tiros em Santo André (SP), no dia 20 de julho.

Procurado pelo LANCE!Net, um advogado de um dos torcedores disse que ainda não recebeu nenhuma intimação. No dia 15 de abril, o Promotor de Justiça José Roberto Fumach Júnior entrou com um recurso reiterando a denúncia nos artigos do Código Penal: 288 (formação de quadrilha), 146 (constrangimento ilegal) e 163 (crime de dano).

O texto da promotoria do MP diz que a conduta da torcida “provoca um acentuado impacto na sociedade, trazendo insegurança e instabilidade geral, além de desconfiança da população na gestão do futebol no Brasil”

Tarcísio e Gabriel haviam sido presos no dia 20 de fevereiro, quando a polícia deflagrou a “Operação Hooligans”, a fim de punir os responsáveis pela invasão ao CT.

Tiago Aurélio, que ficou preso em Oruro (BOL) por conta da morte do torcedor Kevin Espada, em fevereiro de 2013, apresentou-se Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) no dia 26. Já Suíça nunca chegou a ser preso, pois estava foragido antes da decisão do juiz.

Em março, o MP já afirmava que era necessário que as investigações da polícia prosseguissem para melhor elucidação do caso. O órgão ainda apontava incoerências de depoimentos, estranhava a falha das câmeras e dizia que os jogadores não queriam colaborar.

Mesmo após diversos pedidos, nenhum jogador quis prestar depoimento. Segundo o presidente do Corinthians, Mário Gobbi Filho, o centroavante peruano Paolo Guerrero chegou a ser "esganado" durante o episódio.

O CASO DA INVASÃO

Terror no CT
No dia 1 de fevereiro, três dias depois de o Corinthians levar 5 a 1 do Santos na Vila, mais de cem torcedores invadiram o CT para tentar agredir os jogadores.

O elenco ficou acuado, enquanto os vândalos bateram em alguns funcionários, roubaram celulares e danificaram carros e portas do CT. Os jogadores não queriam entrar em campo no dia seguinte, diante da Ponte Preta, mas depois foram demovidos da ideia. O Timão perdeu aquele jogo por 2 a 1.

Operação Hooligans

No dia 20 de fevereiro, a polícia iniciou a “Operação Hooligans” para investigar a invasão no CT. Quadras das torcidas organizadas foram alvo da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Cinco mandados de prisão foram expedidos pela Justiça, mas um acabou revogado porque o torcedor comprovou que estava no trabalho. Outro torcedor acabou preso em flagrante por porte ilegal de arma durante a operação.