22/6/2014 10:16

Guerrero admite ter raiva da Copa e diz não se sentir ídolo do Timão

Frustrado pela não-classificação do Peru, atacante diz que ainda tentará realizar o seu sonho em 2018. No Corinthians, quer mais títulos

Guerrero admite ter raiva da Copa e diz não se sentir ídolo do Timão
aolo Guerrero corre, dá carrinhos, chuta a gol e reclama. Quando acerta, sorri. Quando erra, se lamenta. E até xinga. O que é dentro de campo, nos jogos do Corinthians desde julho de 2012, é também nos treinamentos da equipe em Extrema, no sul de Minas Gerais, onde a equipe faz uma preparação de dez dias. Mesmo não tendo taça em disputa

O atacante é aguerrido por natureza. Mas a fama de mau que carregava quando foi contratado do Hamburgo, da Alemanha, por ter atirado uma garrafa em um torcedor que o teria xingado e também pelo gancho de oito jogos que recebeu na Bundesliga após dar um carrinho maldoso no goleiro Sven Ulreich, em derrota para o Stuttgart por 4 a 0, ficou para trás. Pelo Timão, foram 85 jogos, 30 gols marcados e nenhuma expulsão.

- Ainda não (fui expulso). Amadureci muito depois dessas besteirinhas que fiz e que não volto a fazer. Não gosto de perder e nem de empatar, ainda mais quando não faço gol. Foram coisas que aconteceram no campo e por parte da emoção. Mas que eu já esqueci. Até os dias de hoje, não tenho expulsão pelo Corinthians. Sou mais controlado. Fico me cobrando, mas depois do jogo - orgulha-se.

Em uma conversa de dez minutos com o GloboEsporte.com, logo após o treino físico da manhã de sábado, o camisa 9 do Timão abriu o coração, disse ter raiva da Copa do Mundo, já que não conseguiu levar o Peru de volta à competição (a última participação foi em 1982) e lembrou de situações que viveu em pré-temporadas pela Europa, como quando teve de correr na neve. Confira abaixo:
GloboEsporte.com: Extrema tem sido uma casa tranquila para o Timão. Na Europa, já passou por coisas curiosas em pré-temporadas?

Guerrero: Passei por muitas loucuras. Tive a sorte de trabalhar com o Felix Magath (no Bayern de Munique, na Alemanha) e ele tem um preparador físico que é maluco. Então subíamos montanhas, trabalhávamos com bolas medicinais, treinava na neve. É difícil treinar na neve quando ela está quase no joelho. Na Bundesliga os trabalhos são mais de força do que físicos.

Essa, então, está tranquila, não é?
Sim, aqui é mais a parte física. Se corre mais do que lá. O futebol alemão prioriza o contato físico, enquanto aqui você precisa estar leve para correr. É a diferença das ligas. Para mim é melhor aqui: estar correndo sem a bola, trabalhando a parte técnica. É mais gostoso.

Já são quase dois anos de Corinthians. Essa diferença você percebeu quando?

Demorou. Cheguei aqui no meio do ano, então não fiz pré-temporada. Eles estavam todos entrosados já. Só fui perceber essa situação toda na minha primeira pré-temporada pelo clube (em janeiro de 2013).

O que significa perder um gol para você?
Ah, no calor do jogo, na emoção, perder um jogo ou um gol significa muito. Eu não gosto. Gosto de ganhar. Então na minha cabeça se passam muitas coisas.
E fazer um gol?

Muitas coisas. Ainda mais quando vencemos com meu gol.
No Mundial, os gols foram seus. Entende a sua condição de ídolo no Corinthians?

Não, não me considero ídolo. Todos os meus companheiros têm de se considerar porque estamos representando o Corinthians. A pressão é muito grande. Esse é um time em que a camisa não pode pesar. São muitas as coisas que para mim significam jogar pelo Corinthians.

Você sempre disse que levar o Peru para a Copa era o seu objetivo. E você não conseguiu. Qual o seu sentimento pela Copa? Tem raiva dela?
Muita raiva. Para mim é um sonho jogar uma Copa do Mundo. Até hoje não consegui. Estar fora dela significa muito, e eu nem assisto muito. Agora que estamos no hotel e não podemos fazer nada, só descansar, tento assistir alguma coisa, mas dá raiva de ver alguns times ganhando. A Costa Rica está sendo um time forte e que ninguém acreditava. Ver a evolução do Chile, que cresceu demais, são coisas que me dão raiva.

Mas o Peru tinha condições de surpreender também?
Lógico! Se o Chile revolucionou, por que o Peru não? Se a Costa Rica ganhou da Itália, por que o Peru não? São times que nós já ganhamos, já jogamos contra muitas vezes. Por que o Peru não?
Acha que vai ter mais uma chance para levar o Peru até uma Copa?
(Risos) Tenho 30 anos. Creio ter a última chance de jogar na próxima Copa (na Rússia, em 2018).

O que mais e o que menos gosta do Brasil?
Gosto das pessoas, que estão sempre de bom humor e felizes. É parecido com a minha cultura. É uma coisa sul-americana. Fiquei dez anos na Alemanha e lá era muito diferente. Me caracterizo mais com esse ambiente. E o que não gosto? Do trânsito.

Já cheguei fora do horário em treinos porque teve acidente na Marginal (Tietê).

O time, enfim, já está adaptado ao trabalho do Mano Menezes?
Muito. O time entendeu como o professor Mano gosta de jogar, o que ele quer de cada um. Demorou muito. O torcedor não esperava ser eliminado na primeira fase do Paulistão. Doeu muito, mas todos sabiam que ia ser difícil. Depois de trabalhar vários anos com o professor Tite, que tinha outro sistema de jogo, chegou o professor Mano e foi difícil de adaptar. Mas agora posso falar que o time está adaptado. Temos um modo de jogar, uma característica, e acho que vamos seguir assim porque estamos na briga pelo Campeonato Brasileiro.

Você falou da reação da torcida. O quanto te machucou a invasão ao CT, em fevereiro?
Foi difícil no momento para todo o time. Não esperávamos. Lógico que o torcedor estava bravo pela derrota para o Santos (5 a 1, na Vila Belmiro), mas depois encaramos com maturidade. Voltamos a jogar como o Corinthians joga sempre: sujando a calça, brigando os 90 minutos como equipe. Acho que agora o torcedor está vendo que o time está lutando todos os jogos e conseguindo os triunfos.

Pensou em deixar o clube?
Fiquei incomodado pela situação, mas deixei de lado porque para mim é mais importante jogar e ser campeão pelo Corinthians, como já fui três vezes (Mundial de 2012, Paulistão de 2013 e Recopa de 2013).

O presidente Mário Gobbi disse, na época, que você chegou a ser esganado por um torcedor. Você, depois, negou. Isso aconteceu?
Como falei, é um tema que vou deixar de lado e esquecer. Quero sair esse ano como campeão.


Hoje, você consegue definir o que é o Corinthians?
Lógico, acho que todo mundo percebe o que é: um time muito grande no mundo, que tem pressão para jogar. Carregar a camisa do Corinthians, o manto sagrado, não é para qualquer um. Todo mundo tem que correr e lutar. O torcedor corintiano quer ver isso.


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