29/5/2014 12:01

http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/na-base-da-bola/post/osmar-loss-o-malcom-e-um-jogador-de-talento-raro-na-base-brasileira.html

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Vice-campeão da Copa São Paulo em 2014 com o Corinthians, Osmar Loss é um técnico muito respeitado na base brasileira e citado por alguns colegas como referência. Após quase 20 anos no Internacional, clube no qual ajudou a formar nomes como Alexandre Pato, Walter, Sandro, Octávio e Valdívia, entre outros, e teve algumas passagens como técnico interino dos profissionais, ele deixou o Colorado em setembro de 2013 e acertou com o Corinthians.

No novo clube, Loss fala em entrevista sobre a campanha na Copa São Paulo, o atual momento da base corintiana e revelações como Malcom e Zé Paulo. Entre outros assuntos, ele reconhece ter cometido erros em seu trabalho nos profissionais do Juventude, em 2010. Além disso, faz uma crítica à falta de investimento da maioria dos clubes brasileiros na base e à valorização excessiva do que é feito no exterior. Confira o bate-papo:

GloboEsporte.com: Você está no Corinthians desde setembro de 2013. Já consegue perceber alguma grande mudança na base do clube?

Osmar Loss: O clube vem passando por uma reestruturação na base desde a chegada do Marcelo Rospide, superintendente. As mudanças efetivas ocorrem mais no trabalho de campo. O clube agora está investindo mais na captação, na análise de desempenho, setores que eram defasados, mas vêm evoluindo. Creio que minha chegada foi para colocar mais experiência nesse processo. São mudanças que acontecem aos poucos.

Você trabalhou por muitos anos no Internacional antes de ir para o Corinthians, e muito se fala sobre a diferença entre jogadores gaúchos e paulistas. Você conseguiu identificar essas diferenças?

Creio que hoje não, no Brasil inteiro se joga um futebol muito parecido. Aquele rótulo do jogador gaúcho mais marcador, ou do nordestino mais rápido e sem comprometimento, isso não existe mais. Mas o curioso disso é que o Corinthians tem realmente muitos jogadores nascidos em São Paulo. Lá no Sul, na ponta do país, eu trabalhava com jogadores mineiros, goianos, pernambucanos, e aqui isso acontece menos.

Antes da Copa São Paulo, você não estava muito otimista com as possibilidades de título do Corinthians. Como você vê o saldo do vice-campeonato?

O saldo é muito positivo. Antes da Copinha, cheguei a declarar que iríamos ser competitivos, mas ainda faltava qualidade para ter o jogo controlado em alguns momentos. Fomos além das expectativas, mas ficamos aquém do que merecíamos, porque fizemos uma grande campanha e era um time que competinha muito.

Como tem sido o pós-Copinha do Malcom?



Excelente. O Malcom tem um talento que pouco se vê em jogadores de base. É um "irresponsável" com muita responsabilidade, competitivo, direto, sem pudor para fazer as coisas. Corre atrás do que quer com muita intensidade nas ações. Percebemos isso, tanto que o plano inicial era colocá-lo como parte do grupo e ele ganhou a posição de titular.

Outro destaque do time foi o Zé Paulo, que já está entre os profissionais, mas tem um histórico de indisciplina na base, sobretudo quando estava no Cruzeiro. Como foi o contato com ele?

O Zé eu conheci na Taça BH de Juniores, é um jogador com estatura, capacidade de improviso muito grande, enfim, aquilo que todo europeu busca. Conversamos sobre todos os problemas que ele havia tido, foi uma conversa bem franca e ele aceitou, e após alguns problemas, o semblante dele hoje é bem diferente, alegre. E a estreia dele nos profissionais, na minha opinião, foi bem positiva. Ele entrou num momento complicado do time, errou bastante, mas em momento algum se escondeu do jogo. Acho que tem um futuro brilhante se mantiver a cabeça no lugar.

Você foi campeão brasileiro com o Inter em 2006, tem o trabalho elogiado por vários técnicos de base no Brasil, mas teve problemas em sua passagem pelos profissionais do Juventude. O que deu errado por lá? É muito diferente trabalhar com a base e com profissionais?

Na verdade, eu só tenho a agradecer aos dirigentes do Juventude, porque acreditaram no trabalho até quando foi possível. Eu tenho consciência do que deu errado naquela época, era acostumado a montar, na base, times com uma proposta de jogo ofensiva, sempre voltados ao ataque. E tentei implantar isso no Juventude, talvez por ser muito novo, sem fazer a leitura do elenco que eu tinha em mãos. Hoje eu agiria diferente.

Como você avalia a base brasileira em relação aos últimos anos? Evoluiu?

Acho que a gente continua no mesmo nível de seis, oito anos atrás. A cada temporada, surgem uns dois ou três craques, e eles são valorizados, mas os clubes ainda não dão o investimento que deveriam. São Poucos os que têm um CT para a base, mas ainda assim, o trabalho feito pelos profissionais, mesmo com a falta de recursos, é excelente.

E no cenário internacional?

Internacionalmente, acho que entre os profissionais estamos amadurecendo para chegar, em dez ou 15 anos, no mesmo patamar dos principais clubes europeus, que estão em um nível acima. Mas não acho que tudo o que é de fora é bom. Outro dia, por exemplo, vi que o Barcelona estava com 11 jogadores formados na base em campo, e parei para contar quantos de alto nível surgiram no Inter nos últimos anos. Deu mais de um time completo, com o Santos acontece a mesma coisa, mas a diferença é que o Barcelona forma e não vende.


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