20/5/2014 11:48

Grafite a caminho da Arena Corinthians custa R$ 1,7 milhão e terá proteção contra pichação

Grafite enfeita muro a caminho da Arena Corinthians, em Itaquera

Grafite a caminho da Arena Corinthians custa R$ 1,7 milhão e terá proteção contra pichação
A região de Itaquera, antes esquecida pelo poder público, virou protagonista na esteira da Copa do Mundo. Anunciado como "o maior corredor de grafite a céu aberto da América Latina", o Projeto 4KM, com investimento de R$ 1,7 milhão, ganha vida nas imediações da Arena Corinthians, sede do primeiro jogo do campeonato, e terá uma proteção contra pichação.

O projeto é uma ação da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, com apoio da pasta de Cultura e do Metrô. O investimento público total na obra é de R$ 1,2 milhão, enquanto a iniciativa privada, por meio de patrocínio, arcou com mais R$ 500 mil. Autorizada pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana, a Nike poderá exibir sua marca em placas de pvc durante 30 dias.

A empreitada consiste em grafitar os quatro quilômetros de muro entre as estações Patriarca e Corinthians-Itaquera da Linha 3-Vermelha do Metrô, ao longo da Radial Leste. A curadoria, formada por Bárbara Goy, Diego Zefix, Thiago Falgetano e Danilo Roots, escolheu 70 dos 502 trabalhos de 389 artistas inscritos pela Internet com o tema "São Paulo, futebol e torcida brasileira".

Com cachê de R$ 6,5 mil, cada artista ganhou uma área de aproximadamente 50m x 2,5m do total de 10.000 m² para grafitar. Posicionado diante do grande painel que enfeita estação Patriarca, Diego Zefix, um dos curadores do projeto, contou à reportagem que o processo de seleção foi difícil e deixou alguns dos candidatos recusados insatisfeitos.

"É complicado selecionar pessoas, ainda mais em um grupo de quatro curadores, porque as opiniões são diferentes. Tem trabalhos que você gosta, mas acabam ficando fora. Mas se o artista está participando de uma seleção, precisa saber tomar um ‘não'. Às vezes, o cara não aceita e fica falando coisas que não deve. Precisa aprender a tomar ‘não'. Eu já tomei muito ‘não' na vida", afirmou.

A reportagem percorreu parte dos quatro quilômetros que estão sendo grafitados na última quarta-feira. Enquanto o chão vibra com a passagem do metrô, os artistas selecionados trabalham intensamente no muro que separa os trens da Radial Leste. Embora girem em torno do mesmo tema, as obras são diversificadas e chamam a atenção dos transeuntes - alguns param para admirar os desenhos e elogiam os autores.

"Antes, o muro era limpo. Quando começa a preencher de desenhos e cores, você vê que o resultado é interessante. Dá uma outra cara. Tentamos juntar diferentes vertentes do grafite e pessoas de vários estados do Brasil", afirmou Zefix, citando a presença de artistas de Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de São Paulo.

Como oficialmente o projeto não é ligado à Copa do Mundo, a comissão organizadora vetou o uso de quaisquer símbolos e marcas da competição da Fifa nas artes. A obrigatoriedade de seguir determinados pré-requisitos, de acordo com Diego Zefix, não implica na produção de obras meramente burocráticas.

"A ideia é o grafiteiro colocar o seu trabalho. O artista está recebendo, mas o desenho não tem que ter uma cara comercial, de fachada. A gente quer que cada um mantenha as suas características próprias. Para mim, assim fica mais rico. Esse é o diferencial: cada um atuar dentro do seu estilo. O projeto não é para a Copa do Mundo, mas sim para a cidade de São Paulo", afirmou.

O entusiasmo com a empreitada é acompanhado por um certo receio, já que a região é frequentada por pichadores. A reportagem ouviu algumas ameaças de pessoas que passavam em veículos pela Radial Leste e os muros do lado oposto da via são constantemente pichados e em seguida pintados pelo poder público. Como precaução, os grafites serão protegidos por um verniz antipichação, que facilita a remoção da tinta em caso de dano.

A página do projeto no Facebook também já recebeu ameaças. "Só vamos esperar os 4KM ficarem prontos, depois desceremos o rolo de graça", escreveu um usuário, que aparentemente não foi selecionado pela curadoria. A localização dos grafites, no caminho para o estádio que abrigará o jogo de abertura da Copa do Mundo, aumenta ainda mais o receio.

"Acho que deveria ter um respeito mútuo (entre grafiteiros e pichadores)", pediu Zefix, evitando se alongar sobre o assunto. Fã de futebol, o curador conta que não torce pela Seleção, mas aprova a realização do Mundial no Brasil. "Os problemas são do nosso país, e não do campeonato. Na Alemanha, por exemplo, foi tudo perfeito. Eu acho que tem que ter Copa, sim".


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