José Serra pode ter um motivo de orgulho sobre sua atuação em relação à Copa do Mundo em São Paulo, quando governou o estado: disse que não poria um tostão de dinheiro público em estádio e, de fato, não pôs.

Mas ele falta com a verdade sobre sua posição em relação ao Morumbi.

Serra disse hoje à rádio Jovem Pan que “eu queria que fosse no Morumbi. A história do estádio do Corinthians foi outra… Eu queria era brigar com a Fifa pelo excesso de exigências”.

Ele pode até ter querido que fosse no estádio do São Paulo, mas não teve coragem de bater o pé e se, de fato, queria brigar com a Fifa também ficou no desejo.

Em setembro de 2009, no restaurante Mani, onde nos encontramos no aniversário de um amigo comum, perguntei a ele quando é que faria a Fifa conhecer o lema dos paulistanos, “Non ducor, duco” (Não sou conduzido, conduzo).

Perguntei por que ele não dizia para a Fifa que ou a Copa em São Paulo seria no Morumbi ou não haveria Copa em São Paulo.

E ele respondeu que se fizesse isso e São Paulo ficasse fora da Copa “a Folha e o Estadão sairão no dia seguinte com editoriais contra mim, talvez até a Globo”.

Costumo brincar dizendo que neste dia resolvi que não queria mais ser governador porque o de São Paulo ia dormir à noite com medo dos editoriais dos jornais do dia seguinte.

Serra errou então em sua avaliação, porque o eleitorado paulista certamente se orgulharia de um gesto de altivez.

Em resumo, se de fato Serra “queria” enfrentar a Fifa ficou na vontade e agora falta com a verdade.