8/4/2014 12:18

Na fileira mais próxima do palco.

Na fileira mais próxima do palco.
São Paulo – A pedra não dorme mais. Estação Itaquera, nove da manhã, dezenas de milhares de pessoas se acotovelam para pegar o metrô para o Centro. Passageiros que vão para a Avenida Paulista, Pinheiros, Faria Lima, Brigadeiro Luís Antônio e casas de madames no Jardim Europa, fazendo valer o surrado chavão: “São Paulo é trabalho”.

Mas há algo de diferente de uns anos para cá. Existe um fluxo contrário. Pessoas chegam a Itaquera, vindas de outras localidades da megalópole. E são muitas, vagões lotados.

A “pedra que dorme” acordou. Sim, Itaquera, o bairro paulistano na Copa do Mundo, significa em nossa ancestral língua tupi “pedra que dorme”. A localidade figura no imaginário paulistano como “distante”, “perigosa”, “frequentada apenas por corintianos”. Mesmo os zonalestinos, moradores da região, mal a conhecem ao vivo, preferindo bairros mais badalados, como Penha e Tatuapé, considerados “elite” da “Zê-Ele”.

Esta realidade vem mudando. Com os holofotes voltados para si, devido à construção do estádio de abertura da Copa (e também casa do Corinthians), Itaquera está sendo “preparada” para ser um polo demográfico. O processo vem de antes do fenômeno Copa.

Ali foi construído em 2007 o Shopping Metrô Itaquera (uma modalidade paulistana – o metrô com saída dentro do shopping), que este ano foi palco de um dos controversos e animados rolezinhos. Vale lembrar que ali cruza também uma estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Em 2012, foi inaugurada a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Itaquera, outro grande catalisador demográfico para a região, com seus postos em cursos como Tecnologia em Fabricação Mecânica, Processos de Soldagem e Automação Industrial, com 700 novas vagas todos os anos.

NOVOS NEGÓCIOS A cereja promete ser o Itaquerão, nome afetivo adotado por todos dali (mas que não agrada ao Corinthians, que quer vender o batismo de sua casa para alguma empresa disposta a pagar centenas de milhões de reais).

O terreno onde está sendo construído, no alto de um dos morros que cercam a região, é lembrado pelos antigos moradores. “Por ali havia muito mato, cobras e ratos, pouca gente se arriscava por aquelas bandas”, diz o taxista Maurício de Campos, de 56 anos, que tem ponto em frente ao shopping. “Antes, poucos olhavam para cá, agora todos olham.

Isso é bom, claro”, diz, entusiasmado. Maurício é daqueles que já ultrapassaram o status “vã esperança” e está embolsando 40% a mais pelo fluxo de passageiros desde que a obra foi iniciada, e também em função de novos negócios que pintam na região.

“Hoje tem executivo, estrangeiro, repórteres circulando por esta área, gente que antes nem sonhava que isso existia.”

Maurício nasceu no Bairro de Itaquera, na Rua Baixada Santista. De todos os entrevistados pelo Estado de Minas, é o único que vai conseguir um ingresso para a Copa.

Sua mulher trabalha para um dos patrocinadores e vai ganhar um tíquete. “Mas ela não vai me dar, não”, brinca. “Vai querer é vender”, completa – ainda não se sabe para qual jogo. De qualquer forma, ele pensa que a Copa é só para os turistas. “Não é para trabalhador, não. Muito caro.”

ANÁLISE PENDENTE

Responsável pelas arquibancadas provisórias do Itaquerão, a empresa Fast Engenharia enviou proposta de proteção coletiva ao Ministério do Trabalho de São Paulo para retomar as obras do setor, interrompidas depois da morte do operário Fábio Hamilton da Cruz. A conclusão da arena (98,8% pronta) depende agora de nova análise do corpo técnico do órgão.

Ontem, o presidente da CBF, José Maria Marin, manifestou confiança quanto à entrega do futuro estádio do Corinthians. “A disposição, o esforço e a potencialidade de todos os envolvidos são reconhecidos”, disse.

Já Pelé minimizou a morte do trabalhador: “Isso é normal, pode acontecer, mas a minha maior preocupação é quanto à estrutura, os aeroportos, porque no Brasil sempre se dá um jeitinho”.


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