Aldo Rebelo, ministro do Esporte, em visita ao CT; Corinthians negociou esquema especial com o Irã


O Irã vai usar mais o CT do Corinthians do que prevê o acordo da Fifa com os lugares que abrigarão as seleções estrangeiras. Para ter serviço de hotelaria e profissionais alvinegros à disposição, a seleção asiática pagará um valor extra ao clube que, por sua vez, pretende "fugir" da Copa do Mundo e fazer amistosos no exterior.

"Eles fecharam o que nós chamamos de day-use. Vão tomar café no hotel deles, aí vêm para cá, fazem um treinamento pela manhã, almoçam aqui, descansam à tarde com um café e fazem outro treino", disse Edu Gaspar, gerente de futebol do Corinthians, que explicou o sistema em entrevista concedida na última terça, após uma visita do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao CT do Corinthians.

Pelo acordo básico com a Fifa, os locais não disponibilizam tanto material humano para a seleção, nem o espaço por tanto tempo. O Corinthians deixará um cozinheiro, disponibilizará sua rouparia e ainda manterá um fisioterapeuta, um fisiologista e um preparador físico do clube à disposição de Carlos Queiroz, português que treina a seleção iraniana. O próprio Edu Gaspar ficará com o time asiático enquanto eles estiverem no local.

Tudo isso custará mais caro ao Irã. Segundo o gerente corintiano, a própria seleção asiática se dispôs a pagar um valor de custo para as despesas do Corinthians com pessoal, uso de equipamentos e manutenção. O montante não foi divulgado.

O Irã chegará ao CT em 3 de junho, dois dias depois do último compromisso do Corinthians antes da parada para a Copa, com a nona rodada do Brasileirão. Enquanto os asiáticos estarão na reta final para o Mundial, Mano e companhia devem sair do país. Pelo menos essa é a ideia do clube.

"Nós estamos conversando. Queríamos que o time ficasse em atividade até o dia 11, um dia antes da abertura da Copa, e para isso seria bom fazermos alguns amistosos", disse Edu Gaspar.

O problema é que nem todos os clubes estão fazendo a mesma conta que o Corinthians. O Corinthians entende que parar após o último jogo vai exigir uma espécie de inter-temporada dos atletas após a folga que todos terão durante a Copa. Por isso, quer se manter em atividade por mais dez dias antes de liberar seu elenco.

"Nem todo mundo percebeu ainda. Estamos conversando e vendo o que podemos fazer. Mas devem ser clubes do exterior, até porque com a proximidade da Copa vai ficar difícil ter onde jogar aqui no Brasil", completou o dirigente.