O dirigente gravou um vídeo ( veja acima ) e ressaltou as providências tomadas pelo Sorocaba Futsal que, como anfitrião, era o organizador da decisão. Ele ressaltou que o clube tomou todas as medidas necessárias para garantir a torcida única, mas que não houve cooperação das forças de segurança da cidade (Guarda Civil Municipal e Polícia Militar).

Dois meses antes, também em uma final contra o Corinthians , a mesma torcida organizada invadiu ilegalmente a Arena, soltou sinalizadores, como no episódio de segunda-feira.

– Poucas pessoas sabem, mas quando ocorre esses jogos, a organização e responsabilidade são da equipe mandante que, no caso, foi o Magnus. Eu vi uma reportagem do presidente do Magnus falando o que ele solicitou para a segurança desse clássico. Ele solicitou Polícia Militar, GCM, Corpo de Bombeiros. Tudo o que precisava para a segurança e para o espetáculo, ele solicitou em ofícios, teve reuniões, e no dia foi apenas a GCM. Esse clássico é de torcida única, só poderia entrar do Sorocaba, mas como o ingresso na bilheteria não tem identificação, parte dessa torcida do Corinthians comprou o ingresso, foi para o ginásio e depois se agrupou.

O diretor da FPFS explicou que nada poderia ser feito pelas equipes, isentando Sorocaba e Corinthians.

– Nessa situação, não tem o que fazer, não tem como parar o jogo, tinha 4,2 mil pessoas, ginásio estava lotado, lindo de se ver, mas não tem como parar o jogo para eles saírem. Isso é surreal, não tem como acontecer. Dentro disso, isentando totalmente a diretoria do Sorocaba e do Corinthians. Falando do clássico dentro da quadra, nota mil, jogaço. Nós temos jogadores campeões mundiais, jogadores da seleção brasileira, não tinha como não ter o espetáculo que teve – disse o dirigente.

Marcelo Marafante também relembrou um episódio de uma final do sub-20 no ano passado, onde novamente a organizada corintiana protagonizou cenas de selvageria, chegando até a agredir o técnico Ricardinho, do Sorocaba.

O diretor ainda ressaltou o fato da torcida do time sorocabano ser composta por torcedores comuns, incluindo mulheres, crianças e idosos.

– Essa parte da torcida do Corinthians, ano passado teve Sorocaba e Corinthians na final sub-20, não conseguimos terminar o jogo, parte da torcida foi agredir atletas, comissão técnica do Sorocaba e pais de atletas do sub-20. A torcida do Sorocaba é composta de crianças, idosos, mulheres e familiares, ou seja, perfil totalmente diferente daquelas pessoas que estavam lá. Não têm uma classificação para falar dessas pessoas, é uma indignação, é surreal. Estava um espetáculo, acabou o jogo, Sorocaba comemorando com a sua torcida, Corinthians esperando para receber a premiação, cumprimentaram os jogadores do Sorocaba, tudo perfeito.

Marcelo concluiu relatando sua indignação, dizendo que vai serão precisas outras atitudes nos próximos jogos e ressaltou que “essa parte da torcida não representa o futsal”

– Parte da torcida saiu do local onde estava e foi agredir crianças, tinha uma criança com camisa do Palmeiras que se não fosse um senhor lá, o cara ia dar um tapa em um moleque de 14 anos. Agrediu idoso, pessoas que estavam com a família, crianças entrando para dentro da quadra chorando, isso não é o perfil do futsal. Essa parte da torcida não representa o futsal, não precisamos deles. Eu venho aqui, em nome da Federação Paulista, em meu nome, é inadmissível, repúdio total do que aconteceu, parte dessa torcida não sabe que quem é prejudicado é o Corinthians, que recebeu uma punição. Para os próximos jogos, provavelmente terá esse confronto, teremos que tomar outras atitudes. Vamos ter que se reunir com a diretoria do Sorocaba e do Corinthians para tomar um posicionamento de segurança e não ter esse perfil de gente, não precisamos deles, não representa ninguém, vim aqui transmitir a indignação e vamos para a próxima – repudiou.

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O Sorocaba bateu o Corinthians por 3 a 1 e foi campeão do Estadual de futsal na última segunda-feira . Porém, segundos após o fim do jogo, as cenas de festa deram lugar à selvageria de integrantes da torcida organizada Gaviões da Fiel.

Apesar da determinação de torcida única para as duas partidas da final da competição, essa regra passou longe de ser cumprida. Os torcedores corintianos chegaram no meio do primeiro tempo e nem se preocuparam em disfarçar: cantaram alto e entraram com faixas e camisas alusivas à principal organizada do Timão.

Na metade da etapa complementar, os integrantes da Gaviões soltaram sinalizadores e fizeram o jogo ser paralisado por cinco minutos até que a fumaça se dissipasse. Quando a partida chegou ao fim, os torcedores do Sorocaba Futsal comemoram a conquista e entoaram um canto comum a times campeões: "fica cuzão, pra ver o campeão".

Neste momento, os corintianos saíram do setor atrás do gol e se dirigiram com extrema facilidade até a arquibancada onde estavam os torcedores locais. Os sorocabanos não resistiram e demonstraram que não queriam briga. Muitos correram com a chegada da Gaviões, que roubou faixas da torcida adversária, mesmo sem nenhuma resistência do outro lado.

A torcida do Sorocaba é composta por torcedores comuns, incluindo mulheres e crianças, que recebem instrumentos musicais e bandeiras do próprio clube. Apenas depois dos ânimos se acalmarem é que, finalmente, a Guarda Civil Municipal entrou em ação e conseguiu expulsar do ginásio os torcedores organizados do Corinthians, usando gás de pimenta e cassetetes.

No dia seguinte ao ocorrido, o presidente do Sorocaba Futsal, Felipe Drommond, desabafou ao ge sobre as cenas de selvageria da final. Ele falou da preocupação por parte do time sorocabano, já que dois meses atrás já houve outra invasão ilegal da Gaviões da Fiel.