A diretoria do Corinthians já admite que, a não ser que haja uma grande reviravolta, a meta de arrecadar R$ 95 milhões com vendas de jogadores não será atingida em 2021. Mesmo assim, o clube segue confiante no compromisso de voltar a fechar as contas com resultado positivo após quatro anos.



A previsão é de alcançar um superávit muito pequeno, quase no "0 a 0" ou "breakeven", como se diz no jargão financeiro quando não há lucro ou prejuízo ao final do exercício. Parece pouco, mas é um feito muito comemorado internamente no Corinthians depois de quatro anos de déficits.


Em 2020, o Corinthians ficou no vermelho em R$ 123 milhões. Já no ano anterior, o resultado tinha sido ainda pior: R$ 195,4 milhões de prejuízo, o pior resultado da história do clube.


A última vez que o Timão teve um resultado financeiro positivo foi em 2016, ano marcado pela venda de diversos atletas que tinham sido campeões brasileiros na temporada anterior. Na ocasião, houve superávit de R$ 31 milhões.


Déficits do Corinthians nos últimos anos

Mas como será possível ficar no azul sem alcançar o valor previsto em vendas? Até agosto, o Timão arrecadou apenas R$ 13,8 milhões dos R$ 95 milhões orçados.


Em apresentação a conselheiros do clube, a diretoria alvinegra explicou que, se por um lado essa receita ficou menor do que era esperado, por outro também houve entrada de dinheiro que não estava previsto. Um exemplo frequentemente usado é o da parceria com a Socios.com e da venda de fan tokens.


A entrada do Corinthians no G-4 do Campeonato Brasileiro também traz ânimo para a diretoria e fôlego para o caixa alvinegro. A previsão do clube era terminar a competição no sétimo lugar, o que renderia uma premiação de R$ 23,1 milhões. Caso se mantenha em quarto até o fim, o Timão irá receber um bônus de R$ 28 milhões, quase R$ 5 milhões a mais do que estava no orçamento.


Veja quanto receberão os 10 primeiros colocados do Brasileirão:

Campeão: R$ 33 milhões
Vice-campeão: R$ 31,3 milhões
3º colocado: R$ 29,7 milhões
4º colocado: R$ 28 milhões
5º colocado: R$ 26,4 milhões
6º colocado: R$ 24,7 milhões
7º colocado: R$ 23,1 milhões
8º colocado: R$ 21,4 milhões
9º colocado: R$ 19,8 milhões
10º colocado: R$ 18,1 milhões


Apesar da melhora em relação a anos recentes, a situação financeira corintiana ainda é delicada. Diretores de diferentes departamentos estão sendo cobrados para cortarem custos. O clube também segue convivendo com seguidos bloqueios das contas bancárias por conta de cobranças judiciais.


Além disso, a dívida alvinegra segue em patamar elevado, próximo de R$ 1 bilhão. Após anos de crescimento, ela foi estabilizada em 2021 e o plano do clube é começar a reduzi-la no ano que vem.


Embora estime receitas mais elevadas em 2022, graças ao provável retorno à Libertadores e o fato de poder vender ingressos desde o começo do ano, o Corinthians não poderá abrir mão de vender jogadores.


A diretoria entende que a estratégia de segurar alguns garotos por mais tempo no clube renderá melhores negociações na próxima temporada. Lucas Piton, João Victor, Raul Gustavo e outros jovens atletas são vistos com bom potencial para transferências.


Por outro lado, o Timão também deve ir ao mercado em busca de reforços, mas deve priorizar jogadores que estejam livres ou que possam chegar com baixo custo. O volante Paulinho, que treina no CT alvinegro, é um dos alvos principais.



O último balancete financeiro divulgado pelo Corinthians foi referente a agosto e apresentou superávit de R$ 1,8 milhão. Ainda neste ano o clube divulgará resultados atualizados.

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