Enquanto Palmeiras e São Paulo viajaram nesta semana para o Paraguai onde receberam o imunizante oferecido pela Conmebol, que recebeu 50 mil doses do laboratório chinês Sinovac para distribuir para os clubes e seleções sul-americanas, Corinthians e Santos têm posições diferentes.
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O time do Parque São Jorge não concorda com esse "privilégio" e entende que o correto é esperar chegar a vez de os atletas serem imunizados de acordo com o PNI (Programa Nacional de Imunização) estabelecido pelo Ministério da Saúde. Já o clube de Vila Belmiro recebeu o convite, mas a diretoria não definiu se vai tomar a vacina, apesar de o presidente já ter declarado ser contra a imunização.
Palmeiras e São Paulo estão garantidos na sequência da Libertadores e jogam as oitavas de final a partir de julho. Eliminado do principal torneio continental, o Santos foi relegado à Sul-Americana. Já o Corinthians tem apenas o Campeonato Brasileiro pela frente a partir de agora.
Após ver o seu time eliminado da fase de grupos da Copa Sul-Americana, o ex-presidente e atual diretor de futebol corintiano Roberto de Andrade criticou essa prioridade dada aos clubes num momento em que o mundo atravessa uma grave crise santiária.
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Isso não está certo. A Conmebol recebeu 50 mil vacinas e não tomou nenhuma atitude. Não sou especialista em saúde, mas acho que você tem grupos prioritários. Tem pessoas que têm mais necessidade da vacina do que os atletas", afirmou Andrade ao final de abril.
A reportagem do Estadão entrou em contato com o clube para saber a posição da gestão atual sobre o assunto. Fora dos torneios internacionais neste ano, o Corinthians vai seguir as regras do Programa Nacional de Imunização para vacinar seus atletas e também todo o estafe que trabalha com o futebol.
Ainda em abril, o presidente do Santos, Andrés Rueda também se mostrou contrário à vacinação oferecida pela Conmebol. "
Eu não vejo com bons olhos. Acho que o momento que a sociedade está vivendo, você começar a dar vantagens para alguns nichos, acho meio desumano", comentou.
Nesta sexta-feira, a Reportagem do Estadão procurou o clube para saber sua posição atual sobre o assunto. De acordo com a assessoria, o clube estuda a possibilidade de aderir à vacinação diante do convite da Conmebol.
A iniciativa da Conmebol de vacinar as equipes de futebol envolvidas nos principais torneios sul-americanos começou no final de abril. O Atlético-GO, que estava disputando a Copa Sul-Americana, foi a primeira equipe brasileira a ser vacinada.
Para Jorge Pagura, presidente da Comissão Médica e Combate à Dopagem da CBF, a iniciativa da Conmebol é louvável. "
Não vejo problema nenhum. As vacinas estão lá e foram disponibilizadas para eles. A atitude deles não fere a ética e não interfere no Programa Nacional de Imunização", afirmou.
Ele afirmou que a CBF vem mandando os documentos necessários ao pedido do lote de vacinas para os clubes, mas falou que o processo é burocrático.
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Tivemos que conversar com o Ministério da Cidadania, com o núcleo ABC do Ministério das Relações Exteriores, com a Casa Civil e também o Ministério da Saúde. O que nós não queremos é qualquer tipo de antecipação que venha atrapalhar o programa de vacinação", afirmou.
Sobre a relação com os clubes, ele afirmou que os contatos relativos à imunização vêm sendo mantidos. "
Antes de viajar, o São Paulo, o Palmeiras e o Atlético-MG conversaram conosco. Como as coisas não estavam caminhando e eu não via perspectivas de datas, não vi problemas", comentou.
Ele afirmou ainda que o lote pedido pela CBF deve dispor de cerca de 5.500 doses. "
Serão 140 doses para cada clube da Série A distribuídos da seguinte forma; 50 vacinas para jogadores e 20 para o estafe técnico. No futebol feminino serão 100 doses para cada equipe da Série A1 sendo 30 para as atletas e 20 para a comissão técnica. E precisamos focar ainda na arbitragem", comentou.
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