Mais eficiente do que o Atlético-MG, o Corinthians saiu na frente na primeira etapa, manteve a vantagem até o intervalo, mas sofreu a virada no segundo tempo.



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O enredo serve para descrever os dois jogos do Timão contra o Galo: os 3 a 2 do primeiro turno, em Belo Horizonte, e os 2 a 1 deste sábado, na Neo Química Arena.

Embora pareçam iguais nos requintes de crueldade, os jogos foram bem diferentes. Vice-campeão paulista com Tiago Nunes, o Timão foi a Minas com o propósito de se defender e apostar em contra-ataques. Teve dois e fez 2 a 0. O Galo, porém, enfileirou chances na primeira etapa, até com bola na trave.

Timão soberano na etapa inicial

Na derrota por 2 a 1 em Itaquera foi diferente. Fora o lance de pênalti de Gil em Eduardo Vargas no início da partida, ignorado pela arbitragem, o Atlético-MG não teve chances perigosas contra o Corinthians, que abriu o placar logo na sequência do lance polêmico, em cruzamento de Ramiro e gol de Matheus Davó.

O Timão teve pouca posse de bola (29%), mas foi melhor em sua estratégia. Marcou com intensidade, agrediu, progrediu com rapidez e teve em Ramiro um símbolo, com muita doação pelo lado direito. O Galo até chegou, mas com chutes por cima.

O Timão, que só finalizou uma vez ao gol, teve duas linhas de quatro, com Luan e Davó mais à frente.

A linha de três do Atlético-MG formada por Igor Rabello, Réver e Allan sofreu pressão e até deixou Guilherme Arana, que começou o jogo como um meia, encaixotado na marcação. O Timão foi para o intervalo vencendo com autoridade.

Luan, alvo preferido da Fiel em 2020, fez uma ótima primeira etapa. Além de iniciar a jogada do gol de Davó, com bom passe para Ramiro, o jogador fez mais duas viradas de jogo inteligentes, prendendo a bola quando necessário e acelerando o jogo com eficiência, principalmente pelo lado direito.

A reação atleticana

Com Jorge Sampaoli abandonando o esquema 3-6-1 que levou a campo, o Galo voltou do intervalo com uma linha de quatro mais convencional com Arana pela esquerda. A iniciação das jogadas seguia com três atrás, mas passando a ser com Guga, Igor Rabello e Réver. Allan compôs o meio.

Depois de um início de jogo travado, o Galo empatou um lance iniciado numa cobrança de lateral.

Fagner afastou mal, Ramiro não conseguiu cortar a segunda bola, e Eduardo Vargas achou Arana numa ultrapassagem por trás da zaga com um toque de calcanhar. Golaço após bobeira coletiva.

– A bola não pode quicar na área – reclamou o técnico Vagner Mancini.

O Atlético-MG foi crescendo, com os jogadores que entraram mantendo um nível alto de pressão. Desfalcado, o Corinthians teve Léo Natel na vaga de Everaldo e, depois, Éderson e Jonathan Cafú nas vagas do amarelado Roni e do cansado Davó.

Cafú, aliás, sem jogar há dois meses, mostrou enorme falta de ritmo. No segundo gol, foi driblado facilmente por Keno, que achou Marrony na área. Na visão de Mancini, um gol que saiu por problema de encaixe de marcação, já que Marrony saiu livre por trás do zagueiro Marllon.

Sentimento

A virada foi muito lamentada pelos jogadores no estádio. Substituídos, Ramiro, Gabriel e Everaldo foram flagrados pelas câmeras do Premiere completamente irritados e decepcionados.

O time que somava três pontos e que depois somava um ponto chegou ao fim do jogo sem nada.

Agora com um jogo por semana, serão vários dias de lamentação até o próximo desafio, no outro domingo, novamente na Neo Química Arena. Uma digestão mais lenta.

Para o torcedor mais realista, ver o time sair na frente contra um dos favoritos ao título e ser superior por 45 minutos foi algo a se comemorar. Depois de vencer o Internacional por 1 a 0, o Timão chegou a ameaçar mais um gigante. Mas não deu. Situação normal pela atual realidade da equipe.



O próximo adversário é o Grêmio de Pepê, que venceu a quarta partida consecutiva no Brasileirão no sábado, diante do Ceará, e entrou na briga por uma vaga da Libertadores. Nova chance para se superar.


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