27/4/2020 13:01

Bruno Octávio, ex-Corinthians, lembra fúria da torcida em queda para o River na Libertadores de 2006

Bruno Octávio, ex-Corinthians, lembra fúria da torcida em queda para o River na Libertadores de 2006
No meio dos anos 2000, o Corinthians dos "galácticos" da MSI tinha uma obsessão: conquistar a Libertadores, título que a equipe alvinegra ainda não possuía.



Por isso, entre 2005 e 2006, a parceira corintiana montou um time fortíssimo, com atletas como Tevez, Nilmar, Carlos Alberto, Mascherano, Roger, Amoroso, Gustavo Nery, Ricardinho e muitos outros.

Após a conquista do Brasileirão de 2005, o Timão entrou na Libertadores de 2006 como franco favorito. Parecia que, finalmente, o tão aguardado troféu continental viria.

Na fase de grupos, o clube paulista se classificou com sobras no grupo 4, que tinha Pumas-MEX, Universidad Católica-CHI e Deportivo Cali-COL.

Nas oitavas de final, todavia, o Corinthians encontrou uma tradicional "asa negra": o River Plate, que já havia eliminado o Timão em 2003, nesta mesma fase.

A partida de ida, em Buenos Aires, foi um jogaço: 3 a 2 para os argentinos, mas com um gol alvinegro nos acréscimos, que deu certeza aos torcedores que a virada viria no Pacaembu.

No jogo de volta, os corintianos se animaram ainda mais quando Nilmar abriu o placar no 1º tempo. Mas um gol contra de Coelho, no início do 2º, fez tudo desmoronar.

Coube ao jovem e endiabrado Gonzalo Higuaín, que começava sua carreira, fazer mais dois e comandar a vitória do River, decretando a eliminação alvinegra em pleno "Paca".

Depois do 3º tento dos hermanos, porém, a torcida do Timão se revoltou e partiu em massa para tentar uma invasão de gramado, com objetivo de agredir os jogadores.

A Polícia Militar teve que agir de maneira ríspida, com bombas de gás e cassetetes, enquanto o árbitro Carlos Chandía encerrou a partida por falta de segurança.

Era o fim do sonho da Libertadores...

E quem estava presente naquele dia jamais consegue esquecer as cenas de violência que ocorreram com a queda no torneio continental.

É o caso do ex-volante Bruno Octávio, cria do "Terrão" do Parque São Jorge e um dos membros do plantel "galáctico" do Corinthians da MSI.

Em entrevista à ESPN, ele recorda que os atletas alvinegros estavam com muito medo da violência descambar de vez, caso a polícia não conseguisse segurar a massa.

"A gente tinha sido campeão em 2005, mas, no ano seguinte nosso time perderu a liga. Nós mantivemos quase tudo, mas não conseguíamos render igual. Apostamos tudo na Libertadores e fizemos uma boa primeira fase, mas não conseguimos manter o nível depois", lembrou.

"No jogo contra o River, eu tinha acabado de voltar de uma operação no púbis, mas fui relacionado. Quando vimos que ia dar m***, depois do 3º gol deles, a instrução que deram foi de correr para o vestiário. Ficamos lá até 4h30 da manhã, com torcedores querendo entrar e bater na gente", rememorou.

De acordo com o ex-meio-campista, que se aposentou em 2014, as consequências de uma invasão ao vestiário teriam sido trágicas.

"A gente tinha vários seguranças, mas ficamos já prontos para ver de onde viria a confusão, pois eram muita gente na arquibancada. Eles estavam tão revoltados que, se entrassem no vestiário, ia ter morte dos dois lados. Não tinha para onde correr", revelou.

Mesmo ainda ficando assustado ao puxar as cenas na memória, Bruno hoje consegue falar com bom humor sobre o tema.

"A Libertadores era o sonho de todo corintiano. Era a única piada que os rivais tinham contra a gente. Por isso, era uma pressão absurda. A gente tinha obrigação de chegar sempre nas fases finais. E quem não era corintiano, sempre torcida muito contra e secava a gente (risos)", brincou.

O ÔNIBUS EM PORTO ALEGRE

Durante sua longa passagem pelo Timão, Bruno Octávio conquistou vários títulos, como dois Brasileiros (2005 e 2011), uma Copa do Brasil (2009) e um Paulista (2009), além da Série B (2008).

No entanto, ele também fez parte de um dos episódios mais tristes da história alvinegra: o rebaixamento de 2007.

O ex-volante lembrou a famosa invasão de Metaleiro, um dos mais célebres membros da organizada "Gaviões da Fiel", ao ônibus, logo após o empate com o Grêmio, em Porto Alegre, e confessa ter uma dúvida até hoje: como foi que o agressor entrou no veículo?

"Assim que acabou o jogo contra o Grêmio, nós entramos no ônibus e o Metaleiro estava escondido no banheiro. Quando o veículo começou a andar, ele saiu chutando a porta, xingando e dando porrada em todo mundo, e acabou pegando de raspão no (atacante) Clodoaldo e no (zagueiro) Fábio Braz", relatou.

"Eles não quiseram revidar, porque ia dar uma m*** ainda maior, então ficaram quietos. Para falar a verdade, não sabemos como ele entrou no ônibus até hoje (risos). Em seguida, veio o Paulão, que era nosso maior segurança, e jogou o cara para fora do ônibus", contou.

"E, para falar a verdade: se os jogadores quiseseem 'retribuir' os socos dele, digamos assim, o Metaleiro estava ferrado. Mas, mesmo com tantos problemas, os jogadores colocaram a cabeça no lugar e não revidaram. Ainda assim, a maioria dos carros de todo mundo acabou riscada dentro do próprio clube", revelou.

E a perseguição dos furiosos organizados não parou por aí.

"Eles foram atrás de vários jogadores e ficavam soltando rojões nos condomínios onde sabiam que alguns morava. Também ligavam e ficavam ameaçando os jogadores e as famílias. Os principais alvos eram os atleras mais velhos e os que eles consideravam como 'baladeiros'", ressaltou.

Na opinião de Bruno Octávio, porém, o rebaixamento, apesar de triste, acabou fazendo bem para o Corinthians.

"Para a instituição, é claro que acabou fazendo bem. Lógico que eu, como corintiano e criado no 'Terrão', acho que a gente não devia e não merecia ter caído. Mas aquilo foi um 'soco no estômago', e reformou todo o pensamento do clube. Daí em diante, chegou o Mano (Menezes), que pode montar o time como ele queria e iniciou uma nova era vitoriosa", encerrou.



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4302 visitas - Fonte: ESPN

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