13/1/2020 12:00

A superação corintiana até a final do Mundial: "força de onde não tínhamos"

A superação corintiana até a final do Mundial:
Imagem: Evelson de Freitas/Folhapress


Sacrifício, dedicação, intensidade... A saga do Corinthians na fase de grupos do Mundial de Clubes de 2000 foi marcada por jogos no limite, talento e classificação dramática para a final contra o Vasco que marcaria, no dia 14 de janeiro, a conquista do título inédito.



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"Por mais que a gente estivesse cansado, devido à decisão do Campeonato Brasileiro dias antes, sabíamos que precisávamos tirar força de onde não tínhamos. Era a disputa do Mundial! E nosso grupo sempre teve fome de ganhar todos os jogos possíveis", recordou o centroavante Luizão.

Marcelinho Carioca ratifica a ansiedade da equipe, que foi credenciada para o torneio por ser campeã do país-sede em 1998 (feito que repetiu no fim do ano seguinte). "Chegamos no dia 23 de dezembro (dia seguinte ao título do Brasileiro de 1999, sobre o Atlético-MG) exaustos. Alternamos poucas folgas neste período de Natal e Ano Novo e voltamos no dia 2. Mas a vontade de ficarmos marcados na história do clube era maior do que qualquer período de férias", disse. O técnico Oswaldo de Oliveira ressalta a dimensão da maratona:

"Não vínhamos só da final Brasileiro. Disputamos Paulista, Copa do Brasil, Libertadores, Mercosul, no meio do ano fomos à cidade de Corunha e disputamos o Troféu Teresa Herrera... Tivemos problemas com alguns jogadores por lesões, como o Rincón, o Ricardinho vinha com desgaste", disse. "Eu dei uma folga no Natal, depois voltamos no dia 26, outro descenso no Ano Novo e retomamos. Mas todos estavam comprometidos, a ponto de eu saber pela imprensa que o Edílson e o Vampeta, ao serem perguntados por terem sido os primeiros a chegar, dizerem: "o Oswaldo não merece ser sacaneado". Era muita união", completou.

Disputado no Brasil, o torneio tinha um ar inovador, pois trouxe pela primeira vez representantes dos cinco continentes: além do Timão como representante brasileiro, o Vasco vinha como campeão da Copa Libertadores de 1998 e os europeus Real Madrid e Manchester United foram convidados, respectivamente, pelos títulos do Mundial Interclubes de 1998 e da Liga dos Campeões de 1999. O mexicano Necaxa, que venceu a Liga dos Campeões da Concacaf de 1999, o australiano South Melbourne, campeão da Liga dos Campeões da OFC do ano anterior, o marroquino Raja Casablanca, primeiro da Liga dos Campeões da CAF, e o Al Nassr, que triunfou na Supercopa da Ásia de 1998, corriam por fora.

CORINTHIANS 2x0 RAJA CASABLANCA

- 5/1/2000 Na sua estreia no Grupo A (que teve só jogos realizados no Morumbi), o Timão mediria forças com o Raja Casablanca. O técnico Oswaldo de Oliveira relembra sua preocupação para o confronto com a equipe marroquina. "Eu já tinha sido preparador físico no futebol árabe, sabia que o Raja era um time qualificado e que conquistar o Campeonato Africano de Nações é muito difícil. Quem subestimava era por falta de conhecimento. Mas a qualidade da nossa equipe falou mais alto", disse. Contudo, os jogadores corintianos não escondem que a tensão por um bom resultado rondou o início de partida.

"Era uma estreia de Mundial, né?! Além disto, eu tinha voltado de uma contusão, ainda não estava em plenas condições. Mas seguimos fortes, confiantes que podíamos começar bem e chegar até a final", afirmou Rincón.

Um dos mais jovens do grupo, o lateral-esquerdo Kleber contou como foi a pressão no decorrer dos 90 minutos. "A gente sentia o desgaste físico. O próprio Rincón jogou no sacrifício. Além disto, não conhecíamos a fundo a maneira como o Raja Casablanca jogava, fomos nos encaixando com o passar do tempo, impondo nosso jogo", disse.

REAL MADRID 2x2 CORINTHIANS

- 7/1/2000 Dois dias depois, os corintianos teriam pela frente o Real Madrid de Anelka, Raúl, Roberto Carlos, Sávio e Seedorf, campeão do Mundial Interclubes de 1998. Com ambas as equipes vindo de vitórias, a partida era vista como um tira-teima para a vaga na final do torneio. Porém, ninguém se intimidava no Parque São Jorge. "A gente foi para dentro, queria jogar de igual para igual. Nossos jogadores conheciam bem o time deles, tanto que fizemos uma partida muito parelha com o Real Madrid", relembrou Luizão. O zagueiro João Carlos não se esquece do desafio de marcar a dupla formada por Anelka e Raúl:

"Os dois se movimentavam muito, principalmente o Anelka, que era muito forte. Precisamos ter muita concentração naquela partida. E o Edílson deu muito trabalho para o Karembeu, deu caneta, marcou dois gols. Chegamos a ficar na frente, mas em um contra-ataque, o Anelka foi fatal e empatou, afirmou.

O lateral-esquerdo Kleber detalhou como foi a luta corintiana no confronto com o Real: "Sofremos bastante, porque era um time fora de série, mas veio o Edílson, que jogou muito. Pesou demais para a gente se manter vivos e garantir o empate em uma boa partida", disse.

AL NASSR 0x2 CORINTHIANS

- 10/1/2000 O último ato do Corinthians na fase de grupos fez os torcedores roerem as unhas. Como mais cedo, o Real Madrid derrotara o Raja Casablanca por 3 a 2, o Timão entrou em campo ciente de que precisava vencer o Al Nassr por dois ou mais gols para chegar à decisão do torneio. Entretanto, Oswaldo de Oliveira fez um alerta sobre os árabes antes da equipe corintiana entrar em campo. "O Al Nassr tinha um jogador alto perigosíssimo de área. Além disto, era um time bem forte", destacou. Ricardinho abriu o placar aos 28 minutos. Porém, a busca por mais um gol se tornou desafiadora:

Luizão teve de lidar com uma série de percalços no Morumbi. "Perdi muitos gols de cabeça, coisa que era muito difícil de acontecer comigo. Aí acontece do Daniel (Martins) ser expulso e o Oswaldo me colocar na lateral", afirmou.

O treinador justifica a opção por improvisar o camisa 9 na lateral direita. "Como o Dinei entrava bem nas partidas, quis fortalecer as investidas da equipe, deixando ele e o Edílson na frente e o Luizão na lateral. O Luizão acabou fazendo a jogada do segundo gol, em uma bola muito bem trabalhada na qual o Rincón foi muito feliz", constatou.

O atacante brinca com o fato de ter conduzido o Timão à final mesmo jogando improvisado na posição: "A minha sorte é que eu passei a bola, o Rincón bateu e fez o gol, senão eu estava f... (risos)', disse. O colombiano conta como foi se tornar o herói da vitória por 2 a 0: " É, eu vi as possibilidades. Afortunadamente, arrisquei quando veio a bola e fiz o gol. Foi fundamental para a nossa classificação", disse. O Corinthians partia para o Maracanã em busca de fazer uma história de proporções mundiais.


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