1/10/2019 08:22

Ralf não estipula tempo de carreira e afirma "enquanto a carcaça aguentar"

Aos 35 anos, volante adota cuidados especiais com parte física e evita pensar no futuro

Ralf não estipula tempo de carreira e afirma
A entrevista de Ralf ao GloboEsporte.com, na última segunda-feira, começou quase uma hora depois do previsto. A reportagem, porém, já estava preparada. Mais cedo, os assessores do Corinthians alertaram que o volante costuma se alongar mais do que os demais jogadores na academia do CT Joaquim Grava. Era dia de treino regenerativo, mas com Ralf não tem "migué".

Aos 35 anos, o volante adota cuidados especiais com o preparo físico e às vezes leva até algumas duras da comissão técnica para não passar do ponto. Recentemente, Fábio Carille se espantou ao ver Ralf treinando no vestiário após uma partida do Corinthians em que ele havia jogado poucos minutos. A atividade era apenas para os reservas não utilizados, mas ele decidiu participar.

Com bom humor, porém, o veterano admite que, apesar da preocupação com o corpo, também dá suas escapadas na dieta:

– Não passo vontade quando quero comer alguma coisa, tipo um pudim, uma picanha, uma feijoada... Sou filho de Deus! (risos) Tem que ter essa alegria no prato. É diminuir em quantidade, mas não perder em qualidade – diz o volante, que reconhece não ter o mesmo fôlego de sua primeira passagem pelo Timão, embora se sinta bem fisicamente.

Ralf tem contrato com o Corinthians até o fim do ano que vem e não pensa em aposentadoria. A possibilidade de jogar na zaga, levantada por Carille no passado, também não está no radar do jogador.

Autor do gol corintiano na vitória sobre o Vasco, no último domingo, o ídolo da Fiel falou ao GloboEsporte.com sobre o momento dele e do Timão e também projetou o futuro. Confira:

GloboEsporte.com: Você fez seu décimo gol em 427 jogos pelo Corinthians no último domingo, sobre o Vasco. Para quem você apontou na comemoração, dedicando o gol?

Ralf: – Eu dediquei para o Renê Júnior, que é um cara muito querido por todos. Quando eu tive minha lesão, passamos muito tempo juntos, e só a gente sabe como é não poder ajudar o time, não poder vir para campo para treinar. A gente conversa muito. Já vinha com o pensamento de fazer o gol e dedicar para ele. É um cara que merece. Ficou a homenagem e ele agradeceu, ficou feliz.

– Eu não sei como comemorar. Com esse negócio do VAR, eu nem sei se comemora ou se não comemora. Senão, depois passa vergonha igual ao Jadson (risos). Infelizmente, ele comemorou e o árbitro não deu.

O Renê Júnior, que você homenageou, é um de seus concorrentes. Também tem o Gabriel. Como você lida com essa disputa?

– Qualquer setor de trabalho tem concorrência, mas é uma disputa sadia. Cada um brigando pelo espaço, mas sempre respeitando o outro. Sem querer entrar para prejudicar o outro e tirar do treino. Um depende do outro. Quem tem a ganhar é só o Corinthians, com peças ótimas à disposição. Além do Renê tem o Gabriel, jogador ótimo, maravilhoso. Vinha jogando e dando conta do recado.

Como você, um jogador experiente e ídolo do Corinthians, lidou com o período no banco de reservas
– Trabalho. Não tem outro significado. Falar pouco, falar menos ou simplesmente não falar e trabalhar. Não tem outro jeito. Respeito muito o Gabriel, ele fazia um ótimo trabalho, vinha muito bem, e o time também. Então, eu respeitei. Independente do que conquistei, tem que respeitar e seguir trabalhando. Faço o mesmo trabalho, me dedico muito, jogando ou não. Fico feliz com todo o suporte que o Corinthians me dá. Só temos a ganhar com esses dois jogadores de qualidade, "Gabi" e Renê.

O Carille já falou em te escalar como zagueiro no futuro. Você pensa nisso e também já tem planos para se aposentar?
– É difícil, o Fábio já conversou sobre eu jogar na zaga, falei que estava disposto a ajudar, mas não é minha posição. Iniciar eu nunca iniciei, só no decorrer da partida. Se ele estiver precisando, tranquilo.

– Tenho contrato até o fim do ano que vem e não me vejo parando por agora. É difícil falar sobre aposentadoria. Sempre digo: se a carcaça estiver aguentando, se eu estiver dando conta do recado, vou indo. Não pode passar vergonha, não acompanhar mais o adversário, estar lento... Quando chegar esse momento, colocarei a mão da consciência. Não me vejo assim agora.

Então, só para ficar claro: você não quer mudar de posição?
– A princípio, descarto jogar como zagueiro. Não é o que quero. Mas, se precisar e as coisas fluírem, eu iniciar e for bem, vou fazer o que for preciso para ajudar o Corinthians.

Sabemos que você se preocupa bastante com o físico, mas há torcedores que contestam a sua mobilidade em campo. Você se vê mais lento? Está "pesado", como alguns dizem?

– Não. Eu respeito a opinião do torcedor. Claro que se você pegar o meu peso e performance de 2010, querendo ou não você trabalha mais, faz mais musculação, tem mais suplementos, você acaba ficando mais pesado. Mas não me vejo pesadão. Pelo contrário, perdi até peso no dia a dia. Faço tudo o que eu tenho que fazer. Meu biotipo sempre foi assim. Não me incomoda, o importante é eu desempenhar meu melhor. Se tivesse algo para falar, o pessoal, a nutricionista falaria algo para mim. Não me incomoda, a gente tem percentual de gordura medido sempre e eu estou bem.

Quando o Gabriel assumiu a titularidade, muito foi dito sobre a melhora na saída de bola. Esse é um quesito que você precisa aperfeiçoar? E como fazer isso aos 35 anos?

– Nos treinamentos, no dia a dia. A comissão sempre trabalha isso. Posse de bola, saída... No dia a dia, vamos tentando melhorar. Como eu não tive base, isso dificulta. Eu sinto falta, mas o Corinthians me dá respaldo. Depois de velho é que estou aprendendo essas coisas. Me dão suporte para eu estar melhorando.

O que o Carille te pede?

– Ele fala: independentemente de errar, tente esse passe para frente. Nos treinamentos fazemos isso bastante. Pode errar, mas vai estar confiante no dia do jogo. O Fábio fala que estou melhorando e eu também vou ficando mais confiante.

– Chego mais cedo, assim como o Gil e o Manoel, faço um trabalho preventivo (contra lesões) e também treino mesmo depois do jogo. Isso é para prolongar essa carreira. Sei que não posso me apegar ao que conquistei. Tenho que estar sempre buscando melhorar. Corinthians me dá suporte e eu tenho que tomar cuidado também, faço o (trabalho) extracampo.

Como avalia esse momento do Corinthians, após a eliminação na Copa Sul-Americana?

– Para nós, foi um baque. Não perdemos lá, perdemos aqui. Conversamos muito entre nós, sabemos que temos que saber jogar esse tipo de competição. Se não der para ganhar, não pode perder no primeiro jogo em casa porque tem a chance de ganhar o segundo. Mas a altitude e derrota no primeiro jogo dificultaram muito. Pagamos um preço muito alto pela derrota em casa. Mas é página virada, ficamos frustrados, tristes, mas agora é virar a chave e focar no Brasileiro. Foco total. Temos que fazer ótimas partidas. Sabemos que vão ser só jogos assim, difíceis. Não podemos nos apegar à posição da Chapecoense, lá tem pai de família, ótimos profissionais que vão dar a vida para ganhar esse jogo. Vão querer tirar ponto do Corinthians.

Dá para brigar pelo título?
– Está difícil, mas não impossível. Sabemos que são 11 pontos do Flamengo, mas temos que pensar jogo a jogo. Chape, Grêmio... Passo a passo, degrau por degrau. Nada descartado e nada impossível.


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