Entendo a sua decepção, torcedor do Corinthians. Seu time ganhou mais uma vez no último domingo, entrou no G4 do Brasileirão, e novamente o GloboEsporte.com vem com uma análise dizendo que a atuação foi ruim. Não é má vontade, muito menos perseguição, eu garanto. E nem sou só eu que estou dizendo. Aliás, é aí que está a boa notícia do fim de semana...

Quase todos no Corinthians foram unânimes em admitir que a equipe não foi bem na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco. Desta vez, Fábio Carille não citou falta de experiência do elenco e ninguém ousou a dar justificativas vazias como "a bola não entrou".

O técnico admitiu que é preciso melhorar, Boselli twittou que o Timão jogou mal (veja abaixo), o diretor de futebol Duílio Monteiro Alves reconheceu que o desempenho está aquém... Identificar o problema é o primeiro passo para evoluir. Mas não pode ser o único, também é preciso ação.

Carille vem dando mostras de que está insatisfeito com a construção ofensiva. Embora ainda lhe falte ousadia, o treinador tem feito modificações, inclusive táticas, antes e durante os jogos. Diante do Vasco, ele repetiu a formação com Ramiro e Sornoza nos lugares de Júnior Urso e Mateus Vital.

Se por um lado o Timão ganhou força nas bolas paradas e qualidade nos lançamentos e inversões de jogo, por outro perdeu velocidade e dribles para furar a marcação adversária.

Mudaram-se as peças, mas a falta de criatividade continuou. O primeiro tempo diante do Vasco foi muito ruim, com o Corinthians com uma dificuldade absurda para criar. Carille tem parcela grande de culpa, mas o que ele pode fazer quando jogadores erram passes de três ou quatro metros?

Nos primeiros 45 minutos foi um festival de passes sem direção, domínios ruins, lançamentos incompletos...
Percebendo a falta de inoperância corintiana, Carille, puxou Pedrinho para o meio, abriu Ramiro pela ponta e recuou um pouco Sornoza para ajudar na saída de bola. Também não funcionou.

Na volta para o segundo tempo, o técnico apostou em Jadson. É fato que o camisa 10 não tem a mesma mobilidade de outrora e que a falta de ritmo lhe rende lances bisonhos, como o tropeção que deu ao tentar dominar uma bola. Mesmo assim, sua visão de jogo e qualidade no passe foram suficientes para melhorar um pouco a equipe na etapa final.

Mesmo sem ser brilhante, o Corinthians conseguiu abrir o placar com gol de Ralf, após excelente pivô de Boselli (que, apesar do passe, não esteve em manhã muito inspirada). Em vantagem, o Timão conseguiu fazer o jogo que gosta, de esperar o adversário e explorar os contra-ataques. Embora tenha levado sustos, também teve chances de ampliar.

Por ora, os resultados ainda são melhores do que o desempenho. Aquele suspiro de bom futebol apresentado em alguns jogos pós-Copa América já se foi, mas serve de esperança por dias melhores.

A partir do diagnóstico de que dá para jogar mais, o Corinthians precisa buscar soluções.

Está claro que Ralf oferece muita proteção defensiva, mas prejudica a saída de bola. Se a opção foi por manter o volante como titular, é preciso achar um jeito de deixar a transição melhor e mais rápida.

Com Ramiro e Júnior Urso mal, que tal testar Sornoza como segundo volante e recolocar Mateus Vital na equipe? Por que não dar mais chances a Love e Boselli juntos? Será que não é possível soltar mais os laterais, oferecendo mais opções para tabelas?

Carille pode responder "não" para todas essas perguntas, mas ao menos é preciso apresentar alternativas. Nem sempre o Corinthians conseguirá vencer mesmo sem jogar bem. Por partidas mais interessantes e manchetes do GloboEsporte.com mais otimistas, é preciso de mais.