O VAR recém está sendo implantado no futebol brasileiro e, como toda a tecnologia, requer um tempo de aprendizagem e adaptação. Porém, um fator a mais pode estar tirando a agilidade da análise de alguns lances polêmicos e fazendo com que o tempo “perdido” seja muito superior ao que a Fifa considera o ideal.



No último domingo, por exemplo, foram necessários 192 segundos até que o árbitro Flávio Rodrigues de Souza fosse chamado para analisar o gol marcado por Deyverson, do Palmeiras, no clássico frente ao São Paulo pela semifinal do Campeonato Paulista. Como manda o protocolo, ele ficou aguardando uma posição de quem monitorava as imagens, sem dar reinício à partida, até que se dirigiu ao monitor e, posteriormente, comprovando a posição de impedimento do atacante, anulou o lance.

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A entidade que comanda o futebol mundial acredita que 60 segundos seja um período razoável para esta análise - na Copa do Mundo da Rússia, no ano passado, a média foi de apenas 55,6 segundos. Só que lá as câmeras laterais, que investigam se o jogador está em posição irregular ou não, possuíam um dispositivo 3D, que facilita bastante este reconhecimento. No Brasil, tanto nos Estaduais como na Série A que começará ao final do mês, este item não foi adquirido por conta do alto custo envolvido. Há somente linhas horizontais e verticais, as mesmas das transmissões de televisão, sendo preciso voltar a imagem diversas vezes para se ter a precisão exata da posição. “A linha horizontal e vertical não tem a característica de agilidade técnica que o 3D tem. Com o 3D, ela é mais rápida de utilizar, por isso essa diferença com a Copa do Mundo, por exemplo. Com as linhas, você precisa avaliar o tronco do jogador, se está estendido, a posição do pé. Isso gera demanda e uma leitura mais demorada”, disse Ítalo Azevedo, consultor estatístico de arbitragem da CBF, ao ?blog do Marcel Rizzo. Ou seja, dentro do próprio VAR, há diferenças. E, se não houver o mesmo investimento em todas as praças, será necessário conviver com elas e suas consequências.




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