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Fábio Carille desabafou na manhã de hoje, na entrevista coletiva que concedeu no CT Joaquim Grava. Questionado sobre a decisão de aparecer menos para falar do que nos anos anteriores, o treinador do Corinthians reclamou de "informações vazadas" e decidiu fechar os treinos de amanhã e domingo para a imprensa.

"A questão de fechar os treinos: algumas coisas veio por meio de vocês [jornalistas], por amigos do interior de São Paulo, que passaram algumas jogadas nossas de bola parada. Isso me deixou muito chateado na relação da confiança", disse o técnico, que preferiu não revelar quem quebrou sua confiança.



"Tenho nomes, sim. Como vocês [jornalistas] têm fontes que não falam, eu também não preciso falar, mas sei quem é. Para essas pessoas eu olho torto; sei quem são. Não tenho que revelar, mas aconteceu com duas pessoas da minha confiança em dois jogos. Por isso a decisão de esconder algumas coisas", explicou Carille, visivelmente incomodado com a situação.

A mudança de postura é tamanha que o treinador decidiu impedir o acesso da imprensa aos treinamentos que definem a equipe que pega o Santos na segunda-feira (8), no jogo de volta da semifinal do Campeonato Paulista. Originalmente a programação divulgada pelo clube previa treino aberto amanhã, o que acabou revogado por Carille justamente para preservar alguns segredos.

"Já adiantando: treinos fechados amanhã e domingo; descanso para todos vocês. É final de semana, fiquem com a família. Outro dia até reclamaram de alguma coisa, da escalação, então eu fiz questão de que saísse no site oficial do Corinthians quem jogaria. O problema não é esse [os 11 titulares]; o problema é algo que você faz aqui e tenta surpreender", afirmou o treinador.

Parte do treino de hoje também foi fechado por Carille, ainda que só os reservas estivessem no gramado - os titulares ficaram na parte interna do CT Joaquim Grava. Funcionários do clube avisaram, durante a atividade, que a partir de então estavam vedadas as câmeras de televisão e a presença da imprensa na beira do campo.



Menos entrevistas para "evitar fofoca"

Carille justificou a diminuição de coletivas à imprensa pelo cuidado de não ser repetitivo e assim evitar "muita fofoca. Ele ainda mostrou sua decepção com pessoas de sua confiança, que teriam vazado as informações do treino corintiano.

"Em todos os setores e profissões você encontra pessoas boas e más. No Corinthians tem, na imprensa também, na polícia também vai ter; não tem jeito. Evitei vir aqui nas coletivas, porque é desnecessário falar quatro ou cinco vezes na semana, fica muita fofoca. Acredito que seja assim, fica repetitivo. Estou me sentindo bem assim, e acredito que estou sendo mais claro. Minha intenção não é querer ficar aparecendo demais, minha intenção é ir a campo para trabalhar", afirmou Carille.