"A gente estava tocando na bateria e eu vi que ele deu uma batida errada. Olhei para ele e vi ele pálido. Soltei meu instrumento e fui segurar ele, para ele não bater a cabeça, porque ele estava caindo para o chão. Eu e outro colega colocamos ele de lado, ele começou a soltar uma espuma pela boca. Vimos que o negócio era sério".
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O relato acima é de Yuri Willian, o primeiro a socorrer Diego Silva, torcedor de 23 anos do Corinthians, que morreu após passar mal durante a vitória da equipe sobre o Oeste no final de semana. Em conversa com o UOL, o amigo acusa os bombeiros de uma empresa particular de demorarem no atendimento.
"Desci correndo e fui chamar o pessoal dos bombeiros. Eles negaram esforços e demoraram uns 10 minutos para dar uma atenção. Ao invés de eles virem com maca, vieram com cadeira de rodas", contou Yuri.
Diego era integrante da torcida uniformizada Pavilhão Nove e tocava na bateria da organização durante o jogo quando passou mal subitamente. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, chegou a ser encaminhado para o Hospital Santa Marcelina, mas não resistiu.
"Só depois, quem pegou a maca foi um colega nosso. Só quando eles viram que a coisa era séria que deram atenção mesmo", acrescentou Yuri, que também falou que não tinha conhecimento sobre algum problema de saúde que Diego poderia ter.
Empresa particular contratada pelo Corinthians, a Arco de Fogo alegou ao UOL que seus bombeiros atenderam Diego até em tempo menor do que o estimado em protocolo determinado. Além disso, a empresa afirmou que não levou cadeira de rodas ao local.
"Temos que realizar os atendimentos imediatamente, em até cinco minutos após um chamado. O primeiro socorrista chegou no local em que o jovem estava em apenas um minuto, até antes do que o protocolo exige. Assim que chegamos, seguimos todos os procedimentos necessários para uma parada cardiorrespiratória", declarou Edson Cavalcante, diretor da Arco de Fogo.
O sepultamento de Diego Silva ocorreu na tarde de hoje com a presença de familiares e amigos.
A reportagem procurou o Corinthians, que prometeu enviar um comunicado oficial sobre o caso.
Querido por todos e apaixonado pelo Corinthians
Diego é definido por amigos como um garoto querido por todos que o cercavam. Morador de Ferraz de Vasconcelos, o jovem que morreu aos 23 anos era apaixonado pelo Corinthians e por sua família.
"Sempre estávamos conversando, brincando um com o outro... Ele ia nos encontrar na sede [da Pavilhão Nove] com frequência. Em jogos, ele estava sempre marcando presença. Era sensacional, era companhia para toda hora... Sempre falando de Corinthians, sempre tocando em assunto de jogos", disse Yasmin Xavier, que conheceu Diego na torcida uniformizada.
Amigo de infância de Diego, Guilherme Napolione de Oliveira contou que os dois estiveram juntos recentemente para celebrar a amizade com um churrasco.
"Moramos na Vila Formosa. Ele foi para Ferraz de Vasconcelos e acabamos nos distanciando um pouco. A gente marcou um churrasco recentemente, matamos as saudades, recordamos os velhos tempos. Ele conheceu minha mulher e minha filha. Pelo menos, uma última foto eu consegui tirar com ele", disse Guilherme.
"Ele ia sempre aos jogos. Era fanático. Não perdia nenhuma partida. Até nesse dia do churrasco, ele parou para assistir ao jogo e tudo mais. Ele era um menino muito bom. Não arrumava briga com ninguém. Tinha tudo para dar certo na vida dele. Eu sou são-paulino, a gente nunca brigou por coisa de time. Sempre estava sorrindo, não tinha momento ruim para ele", acrescentou o amigo.
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Meu Deus que horror...que Deus o tenha em um bom lugar e que venha confortar familiares e amigos...??????