O dia 8 de fevereiro viu o Brasil se lamentar diante de mais uma tragédia neste início de 2019. Um incêndio no alojamento das categorias de base do Flamengo, no Ninho do Urubu, vitimou 10 atletas da equipe carioca, deixando também três jogadores feridos.
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Por conta do triste episódio, a Prefeitura de São Paulo estabeleceu um prazo de 90 dias para que os principais clubes da capital regularizem suas instalações internas e estejam de acordo com a questão.
Nesta sexta-feira, em visita ao Núcleo de Alto Rendimento Esportivo, no bairro de Santo Amaro, o prefeito da cidade paulista, Bruno Covas, negou que a ação da Prefeitura tenha cunho punitivo e falou em prevenção para que a tragédia no Rio de Janeiro não se repita.
"Nós chamamos os clubes e pedimos para que eles pudessem tomar as providências de fechar o que não tem autorização ou alvará. Alguns o fizeram voluntariamente, em outros casos estamos fazendo vistorias - e, se necessário, a Prefeitura faz a lacração. Esperamos poder aprender com esse exemplo triste que tivemos no Rio de Janeiro, para que a gente não tenha nada reproduzido na cidade de São Paulo", afirmou o político do PSDB à Gazeta Esportiva.
Ao citar a conversa com os clubes, Covas se referiu à reunião que a Secretaria Municipal de Esportes do município teve com representantes de Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Juventus, Nacional-SP e Portuguesa na última quarta-feira.
Resposta dos clubes
Após o encontro entre as partes, o secretário do setor, Carlos Bezerra Júnior, do PSDB, afirmou que "todos os clubes que estão com atividades que não estão em sintonia com a legislação devem suspendê-las imediatamente para que seja feita uma avaliação". Isso, por exemplo, pode ser ilustrado com o caso do São Paulo: antes do confronto decisivo contra o Talleres, pela Libertadores, o clube - que aguardava a viabilização da apresentação formal de documentação -, se concentrou em Cotia até que houvesse a averiguação e liberação do CCT da Barra Funda. O Tricolor, em sua resposta quanto à situação, comprovou que o local em Cotia está com autorização plena do Corpo de Bombeiros - PMESP até agosto de 2020.
Vizinha do CT do São Paulo, a Academia de Futebol do Palmeiras também foi preterida. De acordo com o Verdão, a notificação da Prefeitura fez com que o clube optasse por hospedar os atletas das categorias de base em um hotel da capital, comprometendo-se, também, a seguir as instruções dos órgãos governamentais.
A fala de Silvio Di Sicco, representante da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento, exemplifica a situação de outro grande clube da capital. "Foi dado um alerta aos clubes que tivessem alojamento para cessar as atividades quem não estivesse com a regulamentação em dia", falou o secretário. O Corinthians, não negando a inadequação da "Casa dos Atletas" - residência privativa de uso coletivo, próxima ao Parque São Jorge, que serve aos jogadores de 14 e 17 anos -, prometeu completar todas as adaptações e regularizações em até dez dias.
Por sua vez, o Santos reiterou que, já que a maioria de seus atletas juniores moram na cidade e que, por isso, não necessitam de alojamento. No entanto, em caso de necessidade, o Peixe revelou que os jogadores podem ficar instalados na própria Vila Belmiro - que tem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros válido e definitivo para o ano de 2019.
"Todas as instalações foram rigorosamente vistoriadas por engenheiro civil e de segurança do trabalho. Em função da trágica ocorrência no Ninho do Urubu, as inspeções foram intensificadas, visando garantir total segurança de nossas promessas", divulgou o clube.
Também presentes na reunião com a Secretaria, Juventus, Nacional-SP e Portuguesa já tem suas situações regularizadas. A equipe da Mooca revelou, em nota oficial, que uma vistoria da Prefeitura já havia sido feita e que "não foram observadas condições que pudessem ser caracterizadas como risco iminente de incêndio". Por outro lado, a Portuguesa declarou que não mantém qualquer atleta de categoria de base alojado.
Já o Nacional-SP, que recebeu a reportagem da Gazeta Esportiva no Estádio Nicolau Alayon, reiterou que reformas recentes foram realizadas no alojamento. O presidente do clube, Ayrton Santiago, citou apenas uma indicação do Corpo de Bombeiros - que não significa interdição do espaço.
"Estamos seguindo a regra, o alojamento não tem problema nenhum. Já foram vistoriar e só faltava uma pequena coisa - uma indicação de uma saída. Nós não temos alojamento para sub-15 ou sub-17, e sim para os profissionais, que usam para descanso antes do jogo, depois do jogo e viagens", contou à reportagem.
Bruno Covas descarta ação punitiva
De acordo com o próprio prefeito de São Paulo, as medidas agora tomadas pela Prefeitura não tem caráter de punição. Reiterando que os clubes não serão penalizados em eventuais faltas de regularização, Bruno Covas ressaltou que medidas ainda precisam ser feitas.
"Estamos tomando todas as medidas possíveis e, agora, ajudando os clubes a se regularizarem. A Prefeitura não tem como ação final a punição. Queremos a regularização, até porque sabemos da importância desse espaço para os atletas de São Paulo", finalizou.
* Especial para a Gazeta Esportiva
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Prefeitura só arrecada, rouba e nunca ajuda ninguém!