29/12/2018 08:42

Fagner transforma ano de dificuldades, em temporada mais marcante da carreira

Fagner transforma ano de dificuldades, em temporada mais marcante da carreira
Foto: Marcos Ribolli

O ano que poderia ter sido trágico para o lateral-direito Fagner, do Corinthians, foi o mais marcante de sua carreira profissional.



Imagine este cenário:

1) Pênalti perdido e derrota na final do Campeonato Paulista contra o maior rival;
2) Lesão a algumas semanas do anúncio da lista de convocados e fora da Copa do Mundo, preterido pelo veterano Daniel Alves e por Danilo;
3) Rebaixado com o Corinthians, após repetir a pior campanha do time no Brasileiro por pontos corridos, com apenas 44 pontos.
O desastre bateu na porta do lateral-direito corintiano algumas vezes em 2018, o ano que termina como o mais positivo, segundo o próprio.

– Foi um ano especial. Para o Fagner atleta, acho que foi um ano de conquistas profissionais, com um título paulista que ficará guardado na memória do torcedor e na minha. O ano de realizar o sonho de toda criança que gosta e quer ser jogador de futebol, representar o Brasil numa Copa do Mundo. Isso é uma coisa que vai ficar guardada na minha memória, na da minha família, na dos meus filhos pra sempre – diz o lateral-direito.

Nesta entrevista exclusiva para o GloboEsporte.com, Fagner fala sobre esses momentos. E projeta o 2019 com otimismo, principalmente pela volta do técnico Fabio Carille, bicampeão paulista (2017/18) e brasileiro (2018) depois de curta passagem pelo Al-Wehda, da Arábia Saudita.

– É um cara com que tive o prazer de trabalhar desde que voltei para o Corinthians, em 2014, conheço bem, sei da pessoa que ele é, o método de trabalho... É um cara vencedor, já demonstrou isso, e tenho certeza de que por onde ele passar vai conseguir títulos. E espero que dê tudo certo de novo.

GloboEsporte.com – Que reflexão você faz desse 2018 que está acabando?
– Foi um ano especial. Para o Fagner atleta, acho que foi um ano de conquistas profissionais, com um título paulista que ficará guardado na memória do torcedor e na minha. O ano de realizar o sonho de toda criança que gosta e quer ser jogador de futebol, representar o Brasil numa Copa do Mundo. Isso é uma coisa que vai ficar guardada na minha memória, na da minha família, na dos meus filhos para sempre.

Com alguns sustos também...
– Sim, um segundo semestre no qual a gente sofreu um pouquinho, mas um semestre de aprendizado por tudo aquilo que nós vivenciamos dentro do clube. Muito se diz que o ano do Corinthians foi ruim, mas temos consciência de que fomos muito abaixo em uma das quatro competições que disputamos, que foi o Campeonato Brasileiro. Mas aí você tem um título (paulista) na casa do maior rival, você tem uma eliminação na Libertadores jogando bem (com vitória por 2 a 1 sobre o Colo Colo). Acho que isso tem que ser ressaltado. Não foi uma eliminação com a equipe jogando muito mal, a gente poderia ter saído com o resultado melhor e ter avançado, ser um pouco diferente do que foi. Mas como eu falei, foi um ano de muito aprendizado por tudo que aconteceu. E a esperança é que 2019 seja muito melhor do que 2018.

O ano poderia ter começado trágico pra você, né? Imagina perder aquela decisão contra o Palmeiras, após erro seu na disputa de pênaltis?
– Cara, na verdade, eu fui muito decidido a terminar ali, né? Se eu faço o gol, acabava já. Eu tenho o costume, o hábito de bater forte. Acabou que a bola subiu um pouquinho... mas aí eu tranquilizei o Maycon na hora (risos) em que ele foi bater.... (risos). Eu falei: "Pelo amor de Deus, me salva!".

Foi uma virada histórica...
– Deu tudo certo. Acho que foi uma conquista inesquecível tanto pra nós, atletas, quanto pra torcida. Acho que por tudo que envolve um clássico, dentro da casa do adversário, e todo mundo dizendo que já estava certo o título do Palmeiras. A gente conseguir sair de lá com o título foi uma coisa marcante pra todos que vivenciaram aquele momento. Então, eu fico muito feliz de poder fazer parte de tudo aquilo. Já fui cobrado em casa pra não bater mais pênalti... (risos), podem ficar tranquilos no próximo ano.

E aquele momento de ser convocado para uma Copa do Mundo?
– A sensação do dia ali foi única, realmente. Já tinha sentido muito forte na primeira vez que fui convocado para a Seleção Brasileira, em 2016, poder vestir a camisa da Seleção... Aí quando você tem uma lesão como eu tive, a três semanas da convocação, no jogo contra o Atlético Mineiro, passa um filme na cabeça de que talvez não desse, que não era pra acontecer... E ao mesmo tempo veio uma luz na minha cabeça, Deus preparou tudo como tinha de ser. Tive uma experiência de três semanas de angústia, de preparação, de chegar ao treino bravo, o Caio (Melo, fisioterapeuta) que me acompanhou aguentar meu mau humor, minha esposa, meus filhos, mas acho que tudo valeu à pena, não faria nada diferente. E a sensação daquele dia, do dia da convocação, foi única! Porque a gente reuniu a família na expectativa de que acontecesse, como aconteceu. E quando meu nome não saiu, foi me dando uma angústia, angústia na família... Todo mundo já pensando o que poderia falar (pra consolar) caso não acontecesse a convocação. E eu já comecei a ficar preparado para as duas situações. Claro que seria uma frustração por ser um sonho de criança... Aí, quando saiu o nome ali, a reação espontânea de todo mundo pular, todo mundo se abraçar... Acho que é uma coisa que vai ficar guardada pra sempre esse vídeo porque é um momento único de nossas vidas.

E aí, Danilo se machuca e você recebe a notícia de que viraria titular ainda na primeira fase da Copa...
– Quando eu soube da notícia que eu iria jogar, até por um momento pra tentar dormir, porque foi meio difícil com a ansiedade, decidi desligar o telefone porque muitas pessoas mandando mensagens, desejando boa sorte. Chegou um momento que eu coloquei o celular no modo avião pra tentar de fato dormir e relaxar. Eu sabia da importância do jogo para o Brasil e pra mim. Até pelos questionamentos que foram feitos a meu respeito, se eu tinha condição ou não de ser titular, de jogar uma Copa do Mundo... Mas graças a Deus a preparação foi tão bem feita, tanto física quanto mental, que eu consegui dar uma boa resposta, consegui fazer o meu trabalho bem feito e dar a volta por cima de tudo o que foi falado antes.



E a eliminação contra a Bélgica? Qual o tamanho da frustração?
– Sensação de tristeza porque a gente sabia da qualidade da Seleção e sabia que podia ser campeão. É uma oportunidade que você tem na vida, você fica com sentimento de tristeza, mas também por outro lado tem um sentimento de dever cumprido, de ter dado o melhor que poderia. E a Bélgica teve os méritos dela também, não perdemos para uma seleção qualquer.

Agora vem o segundo semestre. Depois da derrota na final da Copa do Brasil, o time foi caindo na tabela até chegar naquele confronto direto contra o Vasco na luta contra o rebaixamento. Como foi aquela semana?
– Foi uma semana diferente. A gente estava com uma ansiedade que chegasse logo o jogo pra que a gente ganhasse e tirasse aquele peso. E a gente sabia que o Corinthians, pela estrutura que tem, pelo tamanho do clube, não podia estar naquela posição, passando por aquela situação. Mas serve como aprendizado, pra saber que, quando você está em duas competições, não pode pensar "Ah, depois a gente resolve essa situação aqui pra priorizar outra".

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A final da Copa do Brasil foi um baque muito grande para o time?
– Eu acho que a gente vê muito o resultado em si, mas não vê o contexto todo. Se a gente for analisar friamente, se a gente fosse campeão da Copa do Brasil, diriam que foi um ano maravilhoso. Mas como não foi campeão já colocam como se o ano fosse péssimo. Mas vale ressaltar que a gente foi bicampeão paulista, saímos da Libertadores jogando bem dentro da nossa casa, chegamos na final da Copa do Brasil e eliminamos o Flamengo que diziam estar na final.

Projetando 2019, o que você espera com a volta do Carille?
– É um cara com que tive o prazer de trabalhar desde que voltei para o Corinthians, em 2014, conheço bem, sei da pessoa que ele é, o método de trabalho... É um cara vencedor, já demonstrou isso, e tenho certeza de que por onde ele passar vai conseguir títulos. E espero que dê tudo certo de novo.

Você voltou para o Corinthians em 2014 e é titular da equipe desde então. Como se vê nessa situação?
– Motivo de orgulho e responsabilidade muito grande. O ser humano quando chega a um determinado estágio, padrão da vida, tende a se acomodar. Eu, pessoalmente, sempre busco melhorar, me aperfeiçoar, corrigir erros, buscar evolução, preciso estar bem sempre pra jogar. É isso que procuro fazer para me manter.


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