26/12/2018 08:41

Mesmo sem títulos em 2018, gerente da base enxerga saldo positivo na temporada

Mesmo sem títulos em 2018, gerente da base enxerga saldo positivo na temporada
Foto: Marcelo Braga

O ano de 2018 acaba sem nenhum título para o Corinthians nas categorias de base.

Com dois vices na categoria sub-20 (Copa do Brasil e Paulistão) e disputas de semifinal em todas as outras no estadual (sub-11, sub-13, sub-15 e sub-17), o gerente geral Fernando Yamada garante chegar ao fim do ano mais satisfeito que frustrado.



– Acho que o saldo foi positivo. A gente termina essa temporada muito melhor do que terminamos a passada (título da Copinha e do Paulistão Sub-13). Foi mais homogêneo o processo. No Paulista, as cinco categorias chegaram entre os quatro, foi equilibrado. Subimos de degrau. Não é o ideal, o Corinthians tem de ser campeão mas, em relação ao nosso primeiro ano, o processo melhorou.

– Dou o exemplo do sub-20. Em 2017, fomos eliminados na primeira fase na Copa do Brasil e do Brasileiro e paramos nas quartas do Paulistão. E caímos para equipes sem tradição na base em competições nacionais. Haviam bons valores, mas um elenco muito desequilibrado – diagnosticou.

Como exemplo do sucesso em 2018, Yamada aponta a promoção de quatro jovens do sub-20 ao profissional. No meio do ano, Carlos Augusto foi puxado pelo então técnico Osmar Loss, acabando 2018 como titular. Caetano, Fessin e Rafael Bilu treinaram com o elenco principal e ficaram no banco – Bilu, inclusive, atuou por alguns minutos contra o Grêmio, no último jogo do Brasileirão.

Outro fato comemorado pelo dirigente foi o fim dos escândalos. No clube desde abril de 2017, o gerente diz acreditar que a base alvinegra conseguiu recuperar a boa imagem que vinha se perdendo nos últimos anos, com polêmicas sobre apadrinhamento de atletas e até corrupção.

– Essa é a maior vitória nossa hoje na base, nosso ponto de honra: o mercado voltou a respeitar o Corinthians. A gente interage com pais de atletas e o depoimento deles é claro sobre o bom ambiente que encontram. Se fazemos um convite a um profissional referência, ele enxerga credibilidade e transparência no que fazemos, e isso tem sido determinante – explicou.



Veja o restante da entrevista com Yamada:

GloboEsporte.com: Como é o processo de construção de um time para o sub-20?

Yamada: O que a gente tem criado há sete meses é: subir sempre um por posição. No sub-20 temos 27 atletas. Esse ano acaba o ciclo dos nascidos em 1998, ponto final, então vamos preparar as próximas gerações. O cenário ideal é ter nove atletas nascidos em 1999, nove atletas em 2000 e nove atletas em 2001. E distribuídos por posição, numa escadinha. Se perder o atacante, vem o próximo. Aqui é a linha de produção, é o chão da fábrica.

Neste ano vocês fizeram muitas contratações no sub-20. Isso é um erro lá atrás, na preparação para a categoria, ou essa é hora ideal para investir no futuro do clube?

As duas coisas. O ideal é fazer a captação aos 12 ou 13 anos e o atleta crescer com o DNA do clube, identificado. Por outro lado, esse jogador também tem um custo alto, em torno de R$ 6 mil por mês. Ele chegar no sub-20 tem um custo grande. Quando você faz a entrada dele aos 12 anos, não tem convicção que ele vai chegar no sub-20 ou no profissional. Sempre há um risco. Por isso é importante fazer uma boa captação, minimizar o erro. Estamos investindo nesse departamento de scouting, queremos ser os melhores dentro do estado de São Paulo.

Mas é melhor apostar no sub-20?

Essa questão de atacar o mercado sub-20 é pelo momento do clube. Há oito anos anos, o Corinthians trouxe Paulinho, Ralf, Romarinho, Felipe, jogadores pouco conhecidos e que estavam começando no profissional. Hoje estamos fazendo isso pela postura do clube. Há um monitoramento da Série B e C. Ali buscamos jogadores com idade de sub-20. Assim que apareceu o Fessin. Há dois anos vimos ele jogando na base (pelo ABC-RN) e vimos sentido nesta aposta.

O Corinthians gastou muito nesses atletas para o sub-20?

Não, o investimento financeiro foi baixo, a maioria veio emprestado com opção de compra, conseguimos fazer esse modelo, às vezes com uma aquisição de apenas 10%, mas foi baixo. É importante também que a categoria entregue resultado esportivo. Um time mais forte vai sustentar os jogadores que têm muita projeção, para que eles não fiquem interrompidos de grandes jogos. Você tem três ou quatro de alto nível, mas eles não passam da primeira fase. É importante então trazer reforços para que esses atletas joguem semifinais e finais de campeonatos.

O clube terá um time sub-23 em 2019?

Existe um projeto, mas a gente ainda não tem a convicção. É de cima para baixo o processo. Ainda depende do start.

Como Corinthians chegará para a Copinha?

A Copa São Paulo está na cultura do clube, somos quem mais ganhou essa competição (dez vezes), a torcida nos apoia. Vamos chegar fortes, tem grandes adversários no estado de São Paulo com gerações muito boas, mas pelo trabalho que fizemos neste ano, pelo investimento em equipamentos e pelo trabalho do Eduardo Barroca, faremos uma ótima competição.

Qual a avaliação do trabalho do Barroca?

Na nossa visão, quanto melhores os professores, melhores alunos vamos formar. Por isso atacamos o mercado e trouxemos os melhores profissionais. Barroca tem oito anos de seleção sub-20, foi treinador interino no Bahia, transitou em várias categorias. Tinha de estar com a gente.



O estilo de jogo dele é o estilo buscado pelo Corinthians?

O que sempre nos chamou a atenção no estilo de jogo dele é que se trata de um time organizado, bem treinado, nada é por acaso, ele não acha o gol, o gol é construído, não é que a bola bate e entra. Hoje não temos um modelo de jogo engessado, o que tem é alguns pilares que construímos e não queremos abrir mão em todas as idades. Queremos ter um jogo de protagonismo, com construção de jogadas desde o goleiro e os zagueiros, sem zagueiro rifando bola, um jogo mais apoiado, uma agressividade sem bola, reação pós-perda. Um modelo de jogo com o alto nível mundial. Futebol de posse de bola, procurando o gol a todo momento. Essa é a nossa busca.

Como vê os resultados do Palmeiras na base diante de tanto investimento?

Não sei o modelo de negócio que eles adotam, mas lógico que financeiramente não é novidade para ninguém que se trata de um clube que está com a saúde financeira muito boa e que tem feito grandes aquisições. Mas não sei o modelo que eles adotam no mercado.


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