Foto: Fernando Alves/Estadão Conteúdo
O Corinthians terminou a temporada com mais uma derrota (a 27ª do ano!). Contra o Grêmio, em Porto Alegre, neste domingo, apresentou em campo mais do mesmo: defesa insegura, ataque sem inspiração. A derrota por 1 a 0 foi mero detalhe. O planejamento para 2019 precisa começar com a mão na consciência – fora de campo.
A impressão que fica neste fim de ano é que, desde o título paulista sobre o Palmeiras, no longínquo 8 de abril, o Corinthians passou a empurrar o ano com a barriga. Pouca gente, afinal, esperava um título desse tamanho com um time já mais fraco que aquele de 2017, vencedor do Brasileirão. A sensação parecia ser de missão cumprida.
O susto no fim do ano, em luta contra o rebaixamento, pode servir como lição para o clube acordar. A campanha no Brasileirão é a pior desde 2007, ano da queda para a Série B. Os números são péssimos, e, no segundo semestre, é possível contar com os dedos de uma mão os bons jogos que o time fez (contra o Flamengo, pela Copa do Brasil?).
A diretoria encabeçada por Andrés Sanchez teve de lidar com perdas irreparáveis no meio do ano, é verdade – com as vendas de Rodriguinho, Maycon e Balbuena e o desmanche na comissão técnica. Não houve, porém, qualquer critério nas reposições.
Se quiser brigar por algo no ano que vem, o Corinthians precisa, primeiro, definir logo quem será seu comandante. Jair Ventura deixou Porto Alegre falando em continuidade no trabalho. Conhecendo bem o modus operandi do dirigente brasileiro, isso não quer dizer nada. Ainda mais depois que o diretor de futebol, ainda em Porto Alegre, reconhece que "não dá para achar bom" um trabalho que teve apenas quatro vitórias em 19 jogos.
Para voltar a ser protagonista, o Corinthians precisa de correções na rota:
Ter um técnico que, antes de tudo, organize a defesa
Forte na sua "cozinha" em todos os últimos anos de sucesso, o Timão virou uma peneira no segundo turno do Brasileirão. Sofreu 19 gols em 19 jogos, média que nem é tão ruim, mas que só não aumentou por causa do goleiro Cássio. Jair Ventura não encontrou respostas. Fábio Carille, especialista em montar boas defesas, será a solução?
Ter inteligência ao remontar o elenco
A lateral esquerda foi o principal exemplo da falta de planejamento – Danilo Avelar foi contratado "no susto", teve desempenho ruim, mas se sustentou no time porque não havia reserva. Carlos Augusto, da base, foi a solução no fim. Na direita, só há Fagner. É como Tite costumava pregar em 2015: dois bons jogadores por posição. Mas, como fazer isso sem dinheiro?
A solução é buscar nomes mais baratos. Richard, do Fluminense, é um volante com potencial e fez o gol que livrou a equipe carioca do rebaixamento à Série B. Montar uma boa base é essencial. Depois, sim, deve-se pensar em medalhões com os quais a torcida sonha (Diego Tardelli, no caso).
Aproveitar os garotos, mas não de qualquer jeito
Entre altos e baixos, Pedrinho virou titular do Corinthians no fim do ano por pura falta de opção. O garoto tem muito talento, claro, mas convivia com questões físicas que o impediam de jogar. E foi alçado à equipe principal diante da má fase de nomes como Clayson.
Além de Pedrinho, Léo Santos, Carlos Augusto e Thiaguinho (não é formado no clube, mas também é garoto) terminaram a temporada como titulares. Léo já deu sinais de oscilação, Carlos idem – os dois são vistos como jogadores de potencial, mas podem acabar "queimados" pela reta final ruim do Corinthians no Brasileirão.
Agora, com as férias, é momento de refletir sobre o segundo semestre e tirar lições dele. O Corinthians se reapresenta no dia 4 de janeiro com as disputas de Paulistão, Copa Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileiro pela frente.
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Corinthians, Grêmio, Brasileirão, 2018.