Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Foi na noite de 15 de novembro de 2017 que o Corinthians, com dois gols de Jô e um de Jadson, bateu o Fluminense por 3 a 1 em Itaquera e garantiu o heptacampeonato brasileiro.
Um ano depois, neste 17 de novembro, o Corinthians recebe o Vasco a quatro rodadas do fim do Campeonato Brasileiro com uma missão diferente: vencer para evitar que o Timão corra um risco ainda maior de rebaixamento.
O vexame seria histórico: nunca um campeão brasileiro terminou o ano seguinte rebaixado.
Mas o que mudou de lá para cá? Como o Corinthians perdeu tudo o que construiu?
1) Tchau, campeões!
Logo na virada do ano, três campeões foram embora: Pablo, Guilherme Arana e Jô. A diretoria foi ao mercado, buscou algumas resposições e até conseguiu o título do Paulistão.
No meio do ano, porém, outros pilares do hepta foram embora: Balbuena, Maycon e Rodriguinho.
Hoje, dos principais nomes de 2017, seguem Cássio, Fagner, Jadson, Gabriel, Romero e Clayson.
2) Novo professor
Campeão brasileiro com uma grande campanha, Fábio Carille iniciou a temporada no Corinthians, foi campeão paulista pela segunda vez seguida, mas deixou o clube em maio após uma milionária proposta do Al Wehda, da Arábia Saudita. O técnico saiu e levou quase toda a comissão técnica, que teve que passar por ajustes.
Um de seus três auxiliares, Osmar Loss foi efetivado como técnico, durou 25 partidas e deixou o cargo criticado em setembro, com aproveitamento de 46,6%.
O Corinthians foi ao mercado e acertou com Jair Ventura, que, após 15 jogos, tem aproveitamento pior: apenas 31,1%. O atual técnico não está garantido para 2019.
3) Contratações ruins
Foram 18 contratados para a temporada de 2018.
O Corinthians iniciou o ano apostando nos zagueiros Henrique e Marllon, nos laterais-esquerdos Juninho Capixaba e Sidcley, nos volantes Renê Júnior, Ralf e Thiaguinho, no meia Mateus Vital e nos atacantes Junior Dutra, Bruno Xavier, Roger, Matheus Matias e Sheik.
Desta lista, os mais aproveitados foram Henrique, Ralf, Roger e Sheik. Renê Júnior começou o ano bem, mas se machucou. Juninho, Sidcley, Dutra e Xavier já deixaram o clube.
No meio do ano, a janela foi pior: vieram o atacante Jonathas, o volante Douglas, o lateral-esquerdo Danilo Avelar e os meias Araos e Sergio Díaz. Até o momento, nenhum destes jogadores caiu nas graças do torcedor – alguns, aliás, como Jonathas, Douglas e Avelar, vêm sendo muito criticados.
4) Defesa perdeu solidez
Mesmo com Fábio Carille, a defesa do Corinthians começou o ano um pouco mais frágil que no ano passado, levando mais gols e perdendo mais jogos. Isso se intensificou com Osmar Loss, e agora, com Jair Ventura, tem sido um pesadelo. São 66 gols sofridos em 73 jogos, uma média de 0,9/jogo. No ano passado, a equipe havia sofrido 48 gols em 71 jogos, uma média de apenas 0,67/jogo.
A última vez que o time saiu de cammpo sem ser vazado foi em 29 de setembro, no 0 a 0 contra o América-MG. Depois, foram nove jogos, e o time sofreu gols em todos. Pior: 13 gols em nove jogos.
5) E a base, decolou?
O Corinthians terminou 2017 com enorme expectativa em cima de alguns meninos, como Pedrinho, Léo Santos, Mantuan e Rodrigo Figueiredo. Com as muitas mudanças no elenco, os dois primeiros viraram titulares, alternam bons e maus momentos e até chamam a atenção de clubes da Europa. Mantuan, por sua vez, teve chances como lateral-direito, não agarrou e agora aguarda novas oportunidades como volante, sua posição de origem. Figueiredo quase nunca é relacionado.
Com poucos frutos no time júnior, a diretoria foi ao mercado e contratou jogadores com uma média de 20 anos para o profissional, como Juninho Capixaba, Matheus Matias, Mateus Vital e Ángelo Araos. Muitos deles, mesmo inexperientes, precisaram encarar jogos sem estar prontos.