O Corinthians atingiu na segunda quinzena de outubro a marca de 18 meses sem um patrocinador máster na camisa. Com isso, o clube alvinegro amarga o maior período entre os 20 times da Serie A do Brasileirão sem um anunciante no espaço mais importante e valioso do uniforme. E pior: a falta desse parceiro impacta diretamente nas contas alvinegras.
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De acordo com levantamento feito pelo UOL Esporte, os números obtidos pelo Corinthians com patrocínio caíram vertiginosamente em 2018. Até agosto deste ano, o clube arrecadou R$ 23,9 milhões (média de R$ 2,98 milhões mensais), marca bem distante da registrada nos anos anteriores: R$ 71 milhões em 2016 (média de R$ 5,9 mensais) e R$ 78 milhões em 2017 (R$ 6,5 milhões por mês). A queda em relação à média mensal do ano passado é de 54,1%
O impacto fica mais claro numa comparação com a receita total no futebol. De 2008 a 2017, as cifras alcançadas por meio de patrocínios foram equivalentes a 22,3% do total obtido pelo departamento. Na temporada atual, a a proporção desabou para 7,5% - R$ 23,9 milhões do montante de R$ 316,7 milhões.
Nessa mesma análise, o resultado mais expressivo do Corinthians em patrocínios se deu em 2009, na era Ronaldo, quando tal receita atingiu 32,8% da arrecadação do futebol. Em 2014, já com a Caixa Econômica Federal como maior parceira, a proporção foi de 27,8%.
A Caixa deixou de expor sua marca na camisa corintiana em abril do ano passado. O banco estatal pagava à época R$ 30 milhões anuais - ou R$ 2,5 milhões mensais. Na negociação para manter a parceria até o fim daquele ano, a Caixa chegou a oferecer R$ 18 milhões por oito meses (R$ 2,25 milhões por mês). A diretoria comandada por Roberto de Andrade negou.
Até os patrocínios pontuais diminuíram
O Corinthians passou, então, a acertar patrocínios pontuais. Foi assim nas finais do Paulista, contra a Ponte Preta, quando a Universidade Brasil pagou pelo espaço. No segundo semestre, em meio à campanha do título brasileiro, a Cia. do Terno iniciou uma parceria em setembro e, dois meses depois, acertou a permanência até dezembro. Os acordos ajudaram o clube a manter o patamar das receitas com patrocínios: 21,9% em relação ao total do futebol.
Na atual temporada, porém, até mesmo os patrocinadores pontuais sumiram. O time, por exemplo, sagrou-se campeão paulista com o espaço nobre em branco. Isso se estendeu por todo o Campeonato Brasileiro. A exceção ocorreu na Copa do Brasil, quando a Konami/PES e a Renault acertaram para a primeira partida da semifinal e o segundo jogo da final, respectivamente.
Hoje, o Corinthians tem sete parceiros em outros lugares no uniforme. São eles: Universidade Brasil nos ombros, Minds na barra da manga, Foxlux na barra das costas, Positivo nas costas, Ultra no calção, Konami/PES na barra frontal e Agibank na manga da camisa - esses dois últimos foram fechados pela gestão atual.
Ninguem quer botar sua marca na camisa de um clube presidido por Andres Sanches!