9/10/2018 09:53

Patrocínio improvisado, troca de árbitro... 10 curiosidades da última final entre Cruzeiro e Corinthians

Rivais na decisão da Copa do Brasil deste ano decidiram o Brasileirão de 1998

Patrocínio improvisado, troca de árbitro... 10 curiosidades da última final entre Cruzeiro e Corinthians
Finalistas da Copa do Brasil deste ano, Cruzeiro e Corinthians voltam a se enfrentar em uma decisão depois de 20 anos. A última foi em 1998, quando o Timão faturou o Campeonato Brasileiro sobre os mineiros.

Naquela ocasião, as equipes se enfrentaram em três partidas, em jogos marcados por equilíbrio, polêmica e fatos inusitados. Teve patrocínio improvisado, técnico suspenso, troca de árbitros...

Relembre abaixo algumas das curiosidades da última decisão entre Cruzeiro e Corinthians:

Camisa improvisada

Logo no primeiro jogo da decisão, uma mudança na camisa do Corinthians chamou a atenção: sai a marca do Banco Excel, parceiro desde 1997, entra a Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações), estatal que havia sido privatizada em 98 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

A troca se deu porque o Excel havia sido incorporado pelo banco espanhol Bilbao Vizcaya. E este, por sua vez, não teria mais patrocínios ligados ao futebol e preferiu não exibir a antiga marca. O problema é que a decisão saiu em cima da hora, e o nome da Embratel foi improvisado e costurado nas camisas do jogo.





– Não ficou muito bonito, mas foi o que deu para fazer – disse o lateral Sylvinho, na época.

No segundo e terceiro jogos, a marca da Embratel já aparecia incorporada normalmente à camisa e com a marca do DDD – propaganda da época que incentivava a discagem direta à distância utilizava três garotos mais "fortinhos", cada um com um D no uniforme.


Mata-mata turbinado

O Brasileirão de 98 estreou o sistema de "playoffs", comum em esportes como basquete e vôlei, por exemplo. Tratava-se de uma melhor de três partidas – com a vantagem dos resultados iguais pertencendo ao time de campanha mais positiva na primeira fase. Caso um time vencesse os dois primeiros jogos, resolvia a questão.

Só havia um problema: calendário (2018, é você?). Por isso, com datas muito apertadas, o terceiro jogo da final entre Corinthians e Cruzeiro foi disputado no dia 23 de dezembro, antevéspera de Natal. E no período da tarde, por um acordo com as televisões. A bola começou a rolar às 16h (de Brasília).


O camisa 9 da vez

Sabe quem era o atacante mais valorizado do Brasil naquela final? Fábio Júnior, revelação do Cruzeiro, então com 21 anos recém-completados. Com 18 gols no Brasileirão, virou fenômeno rapidamente e, pela origem celeste e o cabelo raspado, gerou comparações com Ronaldo. Na final, deu o passe para o gol de Muller no primeiro jogo. Depois, não brilhou.

Mesmo assim, em janeiro de 1999, foi negociado com a Roma por US$ 15 milhões, uma fortuna à época, e convocado pela seleção brasileira por Vanderlei Luxemburgo ainda em 1998 – Luxa comandava o Corinthians naquela final e se dividia entre os dois cargos.

A aventura italiana durou pouco: um ano depois, em 2000, Fábio Júnior voltou emprestado ao Cruzeiro e ajudou a equipe a vencer a Copa do Brasil.

Decisivo

Se Fábio Júnior era o "cara" do Cruzeiro, no Corinthians quem brilhava era Marcelinho Carioca.

Mas o grande herói das finais foi outro: Dinei. Ele teve participação decisiva em todos os cinco gols corintianos das três partidas, fazendo um e dando os passes para os outros quatro.

A trajetória de Dinei deixou o desempenho dele na decisão ainda maior. Ele era o único do elenco corintiano que foi campeão nacional com o time em 90 e depois disso viveu seu inferno astral, chegando a ser suspenso por envolvimento com drogas quando jogava no Paraná.





Todos os olhos em Luxa

O técnico do Corinthians foi um dos principais protagonistas da decisão, mesmo tendo ficado fora do banco de reservas nas três finais. Ele teve de cumprir suspensão de 60 dias por ter sido expulso em jogo contra o Vitória, após discutir com o árbitro Cláudio Cerdeira, na primeira fase do Brasileirão.

Desta forma, quem comandou a equipe foi o então auxiliar Oswaldo de Oliveira, que utilizou um ponto eletrônico no qual recebia orientações de Luxemburgo, que assistiu aos jogos de uma cabine de TV do estádio.

Na época, ele ainda usava o nome Wanderley, com W, e há três meses se dividia nos cargos de técnico do Corinthians e da Seleção. No início do ano seguinte, ele rompeu contrato com o Timão e se dedicou exclusivamente à CBF.


Cofres (quase) cheios

O título da Copa do Brasil renderá R$ 50 milhões a Corinthians ou Cruzeiro. Já a última final entre os clubes deu premiação bem menor ao campeão.

Em 1998, o Timão faturou R$ 1 milhão pela conquista do Brasileirão. Este valor corrigido pela inflação do período é equivalente a cerca de R$ 3,5 milhões atualmente.

O Corinthians destinou 30% da premiação para o elenco.

Camisa da sorte

Na primeira final, o Cruzeiro foi impedido pela CBF de usar o seu "uniforme da sorte", o número 2.

A superstição começou ainda na primeira fase, quando a Raposa estava na zona de rebaixamento e os jogadores pediram para usar a camisa reserva nas partidas. A equipe então não parou de ganhar e conseguiu a classificação para as quartas de final. Nessa fase, eliminou o Palmeiras usando branco no último jogo. O mesmo se repetiu nas semifinais contra a Portuguesa.

Lotou!

No total, as três finais do Brasileirão de 1998 reuniram mais de 195 mil pagantes. Só no primeiro jogo, no Mineirão, mais de 100 mil pessoas estiveram presentes, entre pagantes e não pagantes.

O Corinthians desejava mandar as decisões no Pacaembu, mas não foi autorizado pois o regulamento determinava que o estádio da final comportasse pelo menos 50 mil pessoas. A Federação Paulista cogitou tirar assentos do Tobogã e o Timão sugeriu pagar a diferença dos ingressos entre a capacidade do Pacaembu e o mínimo estipulado pela CBF, mas nenhuma das medidas foi permitida. Assim, as duas finais em São Paulo aconteceram no Morumbi.

O estádio do São Paulo não lotou completamente, pois estava com a arquibancada com sua capacidade limitada devido a instalação de mais amortecedores na estrutura do edifício.

Atrapalhou

A Raposa teve que dividir atenções entre as finais do Brasileirão de 1998 e a Copa Mercosul daquele ano, fato que desagradou Levir Culpi, então técnico da Raposa, e jogadores da equipe.

A primeira decisão do torneio sul-americano, contra o Palmeiras, aconteceu entre o primeiro e o segundo jogo da decisão do Brasileirão. O Cruzeiro venceu este duelo, mas perdeu os outros dois e ficou com o vice.

Troca de árbitros

Houve uma polêmica envolvendo a escolha da arbitragem para a finalíssima entre Corinthians e Cruzeiro.

Três dias antes da decisão, Armando Marques, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, havia decidido escalar o sergipano Sidrack Marinho, o mais experiente árbitro brasileiro. Porém, a decisão foi festejada pela diretoria do Corinthians e recebeu críticas dos cruzeirenses, o que fez Marques voltar atrás.

Assim, o gaúcho Carlos Eugênio Simon acabou sendo o escolhido para apitar o confronto.

– Não aceito pressão. O Cruzeiro queria vetá-lo e o Corinthians, escalá-lo. Por isso, chamei o Simon. Ele (Sidrack) é o melhor árbitro do país. Mas em uma decisão, o árbitro tem que ter tranquilidade, o que ele não tinha neste caso por causa da pressão exercida pelos clubes nas últimas horas. Mudei de opinião porque o Luxemburgo tem que parar de achar que é o presidente da Comissão de Arbitragem. O Luxemburgo fala mal dos árbitros, e eu acho que o meio-campo da seleção brasileira só tem cabeça-de-bagre – afirmou Armando Marques na época.



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