23/5/2018 15:18

Em coletiva de imprensa, Carille se despede do Corinthians

Em coletiva, técnico nega atrito com Andrés e elogia Osmar Loss: "Muito capacitado"

Em coletiva de imprensa, Carille se despede do Corinthians
Foto: reprodução

Fábio Carille deu adeus ao Corinthians, em entrevista coletiva, nesta tarde de quarta-feira, em um hotel na Zona Sul de São Paulo. O técnico assume nos próximos dias o Al-Wehda, clube recém-promovido à primeira divisão da Arábia Saudita.

– Quero deixar minha gratidão à toda diretoria do Corinthians. Desde a primeira passagem, Mário (Gobbi), Roberto (de Andrade), Andrés (Sanchez), nove anos e meio de uma história que considero linda. Minha gratidão eterna a esse clube e também para o sheik que acreditou em mim e não mediu esforços para que eu vá para o país e ajude a revolucionar esse clube, um projeto grandioso, por isso a escolha – afirmou.

Carille explicou o motivo de não ter concedido a entrevista de despedida no CT Joaquim Grava. Ele disse que tentará visitar o clube na sexta-feira e negou que a saída tenha deixado o clima ruim com o presidente Andrés Sanchez.

– Eu sou muito emotivo. Graças a Deus, o clube está classificado na Libertadores, mas tem jogo amanhã. Foram nove anos e meio, não me sentiria bem. Falei com algumas pessoas e quero fazer isso na sexta. Não sei se vou fazer. Quero dar um abraço em cada um, funcionários, jogadores e diretoria. Foi uma decisão minha. Pensamos em fazer o jogo de despedida (na quinta), mas também não. Não conseguiria dar preleção pela relação e por tudo o que vivemos – acrescentou.

– A relação com ele (Andrés) é maravilhosa. Não tem nada para falar dele. Nunca me senti ameaçado depois do jogo contra o Palmeiras, na arena, 1 a 0 gol do Jô – disse.

Fábio Carille assinou contrato por dois anos com o clube árabe e não descartou dirigir rivais do Corinthians em um eventual retorno ao Brasil.

– Sou profissional, estou indo com a cabeça para ficar lá por anos. Não vou lá pensando em voltar, senão já chego lá derrotado. Estou indo lá para fazer história. Visto a camisa mesmo. Um dia, voltando, estarei aberto a tudo – assegurou.

O treinador também fez elogios a Osmar Loss, agora novo técnico do Corinthians.

– Sou muito grato ao Loss, tudo o que me ajudou, chegou em uma situação de auxiliar, e eu em situação nova como técnico. Ele está dentro do Corinthians já há quatro, cinco anos, um ano e meio comigo. Muito capacitado. Deixo meu agradecimento a ele pela parceria, Fabinho, Leandro, Mauro. Gratidão a eles pelo convívio.

– A linha de trabalho não vai mudar. Por ter jogado no sistema defensivo, me sinto à vontade e gosto de trabalhar na linha defensiva, até na época do Tite. O Osmar é mais agitado do que eu, é claro, se olharem jogos da base. É muito inteligente, chegou em finais de Copinha, ganhou títulos. Campeão brasileiro, paulista, me ajudou muito. Nós, comissão, fomos campeões. Ele é um pouco diferente, como sou diferente do Tite e do Mano, cada um no seu perfil – reforçou.

A tendência é de que Carille tire quatro profissionais da comissão técnica do Timão. São eles: o auxiliar Leandro Silva, o Cuca, já confirmado, além do preparador físico Walmir Cruz, o observador Mauro da Silva e o preparador de goleiros Mauri Costa Lima.

– Tudo aconteceu muito rápido, o único que está definido é o Leandro, que eu trouxe para o clube. Não pode ser uma conversa por telefone, né?. Os outros integrantes vão ser conversados nos próximos dias.

Veja outros trechos da entrevista:

Dicas para Osmar Loss

– Como fazer: ele não deve perder, nunca. O que fazer: ganhar, sempre. Trabalhar em clubes grandes é uma pressão diária interna, de você com você o tempo todo. Um milhão de coisas para tomar uma decisão. É discutido bastante tudo para que a gente faça a melhor escolha. É isso, que ele tenha bastante luz, sabedoria. Tem um grupo maravilhoso, que respeita, que compra a ideia.

Por que não vai dirigir o time na quinta?

– Tudo que eu falei com a diretoria foi tranquilo, não quis mesmo, pela importância do jogo. Lembro que quando o Fabio Santos se despediu para ir para o México, o ambiente do vestiário ficou ruim quando ele apareceu, muitas pessoas chorando, ele, jogadores. Estamos classificados, mas uma vitória pode trazer benefícios, então joga o vestiário para baixo. Hoje ou amanhã devo falar com a diretoria e talvez fazer algo para a torcida. Sei que tem muita gente chateada, algumas entendem, mas estou em paz. Pensei muito.

Críticas da torcida pela saída

– Sabia que ia acontecer. Compraram a briga junto comigo. Também tenho recebido mensagens de carinho, de obrigado, de até logo, que você seja feliz. Sabia que ia acontecer (críticas de torcedores). Vivi a cada dia o Corinthians e vou viver o próximo clube que vou trabalhar.

A proposta

– Quarta-feira da semana passada saiu uma enquete no mundo árabe. A partir do momento que um amigo meu que joga em Dubai me ligou, a princípio comuniquei algumas pessoas. Algumas delas a diretoria do Corinthians, porque se saiu lá ia sair aqui. Não houve protesto oficial, fiquei sabendo que desde o início não era a primeira opção. Se não acertassem, fariam a proposta oficial. No meio desse caminho procuraram meus empresários no final de semana, na segunda iniciaram essas conversas, foi de uma forma muito rápida, na terça de manhã ainda poucas coisas sobre isso, sobre essa equipe. As exigências que fizeram concordaram todas. Estão acreditando em mim, na ideia, nos próximos três anos querem ser uma potência no futebol.

A negociação e o "sim"

– Pensei em tudo. Não é fácil pedir para sair de um Corinthians, ainda mais com a história que foi construída, por tudo que vivi. Ontem foi um dia muito pensativo, difícil. Manda documento, não vem documento, as horas vão passando. Ontem foi um dia muito ruim de saber o peso, pensei em tudo, mas estou em paz com a escolha. Sei que o torcedor é paixão, entendo. Trabalhei muito no Corinthians, teria espaço para conquistar mais, mas coloquei na cabeça outro desafio. Acreditam no meu trabalho, fizeram todo o esforço para me tirar daqui.

Poderia ficar até a Copa?

– Se a gente não estivesse classificado na Libertadores e na Copa do Brasil, não sei se tomaria essa decisão de sair agora.

Foi consultado sobre reforços no Corinthians?

– Todos os jogadores que recebi no Corinthians foram discutidos, uns menos, outros mais. Pela ideia do Andrés de ter uns oito sem muita expressão para cheguem e desenvolvam no Corinthians. É a política deles, uns foram discutidos, outros comunicados e discutidos um pouco. Participei dessa mesma postura lá atrás, na gestão anterior dele (Andrés) já tinha feito isso. Já sabia que todas as vezes que conversávamos ele sempre teve essa ideia muito clara, sem problema nenhum.


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