19/3/2018 16:03

Sangue, suor e raça: “Super” Zé Maria relembra trajetória de sucesso

Lateral-direito revê momentos marcantes na Seleção e no período da “Democracia Corintiana”

Sangue, suor e raça: “Super” Zé Maria relembra trajetória de sucesso
Em campo ele era a união de técnica e força e quem entrava na bola dividida com ele provavelmente perderia. Zé Maria, nascido em uma fazenda no interior de São Paulo, foi um dos maiores laterais direitos que o Brasil e o Corinthians já tiveram. Jogar com raça era seu lema e, se precisasse, dava o sangue pelo time. E, apesar de não ter conseguido um título na Copa do Mundo de 1974, deu muitas alegrias à torcida corintiana.

– O objetivo do torcedor era Campeonato Paulista, não queriam saber de outra coisa, tem que ganhar Campeonato Paulista. A vontade de querer vencer superou todos os problemas e agente seguiu bem. Até hoje a gente vive esse momento essa gratidão eterna do torcedor, a lembrança daquela conquista, e é gostoso sair na rua e o torcedor jovem te reconhecer e falar: “Obrigado por 1977” – diz o Super Zé.



Zé Maria nasceu em Botucatu, interior de são Paulo, em uma família onde a paixão pela bola corria nas veias. A experiência como jogador começou cedo, na escolinha da Ferroviária e logo aos 15 anos ele já estava praticamente jogando como profissional. Foi então que a Portuguesa se interessou por aquele jovem lateral direito. Em 1966, após ser contratado pelo clube, Zé Maria despontou como um dos destaques do Campeonato Brasileiro.

– Dei sorte, a estrela brilhou e a gente fez um campeonato bom. Aí, apareceram as oportunidades de seleção paulista, seleção brasileira. A primeira convocação foi uma excursão para a Europa. Em 1968, Aymoré Moreira era o treinador e foi uma bomba na minha cabeça. Eu tinha três anos de carreira. Em 1969, fui convocado novamente para as eliminatórias. Mais viagens, mais jogos e aí ganhei gosto, ganhei prazer. Em 1970 veio a Copa do Mundo, fui convocado novamente e aí o mundo desabou. A alegria do velho foi concretizada.


O “velho”, seu Durvalino, acompanhou de Botucatu a viagem do filho ao México. Com apenas 21 anos, Zé Maria chegava ao ponto máximo do futebol mundial. Foi como reserva de ninguém menos que Carlos Alberto Torres. Em 1974, teve uma nova chance na Seleção, dessa vez como titular, e foi aclamado como um dos melhores jogadores. Mas, ao contrário da Copa anterior, o Brasil não apresentou um futebol convincente e uma derrota para a Holanda na semifinal adiou o sonho do tetra. Decepcionado com a derrota, Zé Maria voltou ao Corinthians com sede de títulos e devolveu para a torcida o grito de campeão paulista depois de 23 anos, no Morumbi.

Dois anos depois, o Corinthians enfrentou novamente a Ponte Preta pelo estadual. Durante o primeiro jogo, um lance aparentemente corriqueiro marcou a vida de Zé Maria. Os médicos queriam que ele saísse de campo, mas ele se recusou dizendo que só sairia se fosse fratura. A imagem da camisa ensanguentada personificou tudo o que Zé Maria representa: sangue, suor e raça. Após o empate na segunda partida o Corinthians venceu por 2 a 0 e se tornou novamente campeão paulista. Na década de 1980, o clube contratou um jovem e promissor atacante, Walter Casagrande, e assim iniciou-se a democracia corintiana onde o clube, de maneira inédita, testava um sistema onde os jogadores participavam, opinavam e decidiam a maneira de jogar. Isso refletia o processo de abertura política pelo qual o Brasil passava após anos de ditadura militar. A transparência no diálogo entre diretoria e jogadores gerou bons resultados em campo


– A falta de títulos incomodava não só a torcida, mas todo mundo, os atletas. Era pressão total. O primeiro paulista de 1982 foi muito importante, mas muito mesmo porque aquele campeonato paulista não foi só um título do Corinthians, aquele título foi um título da democracia. Porque ali nós corríamos o risco da democracia acabar porque ainda era ditadura militar, muita gente era contra e futebol é resultado. Se a gente perde, a democracia não iria avante, mas como nós ganhamos ela passou por cima de time, ela foi uma vitória da democracia corintiana – destacou Casagrande.

No segundo ano a situação foi mais tranquila pelo respaldo do título anterior.

– A falta de títulos incomodava não só a torcida, mas todo mundo, os atletas. Era pressão total. Acredito que ajudou o futebol brasileiro no geral. Foi uma abertura que muitos gostaram, outros não gostaram, mas no meu modo de ver foi um avanço muito grande.

Zé Maria fez seu último jogo em 1983, mas a fiel não o esqueceu. Até hoje, o Super Zé é lembrado como um guerreiro que derramou sangue a camisa.

– A falta de títulos incomodava não só a torcida, mas todo mundo, os atletas. Era pressão total. Tudo na vida passa, mas a lembrança fica. Isso que é gostoso.


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