2/2/2018 10:30

No adeus, presidente do Corinthians conta bastidores e avalia mandato: "Nota 10"

Roberto de Andrade faz balanço dos três anos à frente do Timão; ele deixará o cargo neste sábado

No adeus, presidente do Corinthians conta bastidores e avalia mandato:
Roberto de Andrade encerra neste sábado um ciclo de mais de uma década no Corinthians. Membro do grupo político Renovação e Transparência, liderado por Andrés Sanchez, ele entrou na gestão do clube em outubro de 2007, ocupando os cargos de vice-presidente e diretor de futebol. Em 2015, realizou o sonho de se tornar presidente.



Às vésperas de deixar o cargo, o mandatário recebeu a reportagem do GloboEsporte.com em sua sala no quinto andar do Parque São Jorge.

Na entrevista, além de lamentar a não contratação de Dudu e mostrar orgulho pela negociação de Jô, Roberto de Andrade contou bastidores do tempo em que ficou à frente do clube, disse não ter arrependimentos e deu nota 10 para o seu mandato. Leia abaixo:

GloboEsporte.com: Há cinco candidatos à sucedê-lo na presidência. O que tem de tão especial nessa cadeira que mobiliza tanta gente e tanto dinheiro?
– Primeiro que o Corinthians já é especial. Se você é apaixonado e torcedor, como todos que estão aqui, o que faz você vir aqui é a paixão pelo time. Você chegar ao ápice de um clube, que é a presidência. Quem gosta do clube pode dispor de tempo para tocar o clube... O mais especial é a paixão que faz você querer ser presidente e participar da política. Tem muita gente que torce para o Corinthians e não está na política. Quem está acaba almejando cargo maior.

Qual foi o seu maior prazer no cargo?
– Poder dirigir o clube. Não tem preço você conquistar títulos com o Corinthians, é muito gratificante.

E o jogo mais marcante ?
– Foram tantos, sei lá. Olha, o mais recente, esse Corinthians x Palmeiras, 3 a 2, foi bem emblemático. Se você olhar o placar do jogo, ok, 3 a 2. Mas não é isso, você precisa entender o contexto todo. Aí vem contando uma historinha desde que ganhamos o primeiro turno invictos, nós tivemos queda de rendimento, o Palmeiras pegou uma ascendente, foi fazer um jogo na segunda-feira e a gente perdeu no domingo para a Ponte... Esse contexto todo. Aí na segunda o Palmeiras não fez os três pontos. Porque, se tivesse feito, o jogo do domingo seria muito diferente. Muito, muito, muito. Pela somatória de tudo, foi um jogo emblemático. Foi um passo definitivo para o título.

Nesse tipo de situação o presidente pode agir de alguma forma? O Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo, contava casos em que pagava "bicho" no vestiário em dinheiro. O senhor fez algo?
– Isso é o dia a dia. Se você tem um problema, vai lá e soluciona. Só que não tinha um problema visível. "Ah, os jogadores brigaram" ou "não querem treinar". O que cabe é conversa. "Vamos lá", "estamos aqui', "vamos que vamos". É normal, como sempre fizemos, não só naquele momento. No primeiro turno, quando estávamos ganhando de todo mundo, conversávamos. Até porque é o que cabe ao dirigente. O dirigente não escala, não tira nem põe jogador. O que cabe é motivar, conversar, isso aí.

Naquele momento de crise houve uma reunião com torcedores organizados no CT. Em entrevista ao GloboEsporte.com, Antonio Roque Citadini, candidato à presidência do Corinthians, disse que foi a diretoria que chamou os líderes da torcida ao clube.
– Isso é o que ele fala. Mais uma bobagem que ele fala. Nunca chamei torcedor para conversar, mas nunca me neguei a conversar.

Eu só respondo ao Citadini o seguinte: eu fiquei no futebol durante três anos como diretor e mais três como presidente. Você pode falar que eu tenho seis anos ligado ao futebol. Ganhei oito títulos conversando com torcedor, atendendo torcedor, conversando com atleta. Se essa receita está errada, me mostra uma melhor.
– É só isso que eu falo. Estou errado? Não estou falando que estou certo, mas sou desse jeito. Vamos conversar, não tem problema. Conversa cabe em qualquer situação, nunca é demais. "Ah, mas os caras vão quebrar". Não estou falando disso. Você viu alguma vez quebradeira na minha gestão? Nunca teve.

Por que isso? Você tem boa relação com as organizadas?
– Não se trata disso, se você manda respeito, volta respeito. A vida é assim, não é no futebol.

Nesse tipo de situação há algum interlocutor ou telefonam diretamente a você?
– Pode ligar, liga para alguém, para o Alessandro. A notícia chega. "Tem três ou quatro pessoas querendo vir conversar. Você pode receber?" Posso receber, sem problema algum. Já recebi nessa sala, no CT. E assim vai.

Estávamos vendo fotos suas do tempo da eleição de 2015. Você acha que mudou muito desde que foi eleito?
– Mentalmente, não. Fisicamente, pode ser. Engorda, emagrece, fica com o cabelo mais branco, enfim... Três anos é muito pouco tempo na vida de alguém. Passa rápido, não é um tempo exagerado. Fico imaginando quem ficou aqui por 10, 15. Não deve ser fácil.

Gostaria de ficar mais?
– Não, tempo é tempo. Se três, três. Se são quatro, quatro. Dois, dois. É o tempo que o estatuto permite.

E se o estatuto permitisse reeleição?
– Acho que não, tem que ter alternância, mudar um pouco, vir pessoas com cabeça diferente, que pensam diferente, agem diferente. Faz parte.

Você volta daqui a três anos?
– Não, acho que não. Três anos passa rápido demais. Não deu nem tempo de descansar.

Você se imagina sendo um ex-presidente mais parecido com o Andrés Sanchez, que ainda é influente e participa da vida do clube, ou como o Mario Gobbi, que ficou recluso?
– Não digo que vou me afastar totalmente, sou amigo das pessoas. Acho que nem tanto céu e nem tanto a terra. Vou ficar na minha, tranquilo.

Você fala da paixão, mas quando alguém se torna presidente ele perde vários prazeres que o torcedor comum tem e o presidente, não. Como ir à arquibancada, cornetar...
– Não tenha dúvida. Você não pode agir como torcedor, por isso que nenhum presidente que sentar aqui vai agradar a todo mundo. Como presidente, você tem todas as informações para tomar uma atitude. "Ah, você não trouxe fulano que é um grande jogador". Mas você tem que analisar que não é só o jogador. Tem o custo-benefício, se o valor vai ter retorno... Você enxerga as coisas de maneira mais ampla e não tem como agradar a todo mundo. O que me deixa tranquilo é que, nestes anos, todas as decisões que tomamos foram pensando no clube, nunca como torcedor ou para agradar alguém.

Algo que o presidente Roberto de Andrade fez desagradaria ao torcedor Roberto de Andrade?
– Quando não dá certo, desagrada a todo mundo, mesmo a mim, mesmo tendo feito. Tudo que não deu certo, título que não ganhou, treinador que trouxe e não vingou.

Você não tem arrependimentos?
– Nenhum arrependimento.

Nem a contratação do Oswaldo de Oliveira, que foi uma decisão que você bancou?
– Não. Não existe arrependimento. Quando trouxemos, pensávamos que daria certo, senão não teríamos trazido.

Mudando a palavra, então: uma maior decepção.
– Não tem decepção. No futebol as coisas funcionam ou não funcionam. Cansamos de ver. Todo dia as coisas nos mostram um grande atleta que vai para algum outro clube e não tem o mesmo brilho que já teve. É futebol, não uma ciência exata. Escolhas funcionam assim.

Teve algo que entristeceu mais neste período?
– Quando a gente não conquista, é chateação. Eliminação, derrota, passar um ano sem conquistar nada, como em 2016. De três anos (na presidência), conquistamos títulos em 2015 e 2017. Podemos dizer que o saldo é bem positivo.

Que nota você dá para o seu mandato?
– Dou nota 10. Você concorda? Estou falando do mandato de presidente. Para mim, foi 10. Não precisa concordar. Nada depende do presidente, principalmente quando dá certo. Quando dá errado, é o filho da p... da vez.

O processo de impeachment, no ano passado, foi o momento mais difícil que você enfrentou na presidência?
– Um dos. Olhando a parte política, sim. Mas isso não tem nada a ver com o futebol, não afetou. Não quer dizer que não ganhamos nada em 2016 por isso.

Você já havia sido diretor, estava acostumado a ganhar e perder. Mas essa questão política era nova, não?
– Sim, mas não se trata de ter conhecimento ou não, é que você nunca espera passar por isso. Ainda mais sem merecer. Foi um ato político, não era uma má gestão. Não assinei (o contrato), como estavam falando, não tem nada a ver. Isso deixa muito mais chateado, é óbvio.

Acha que teve culpa nesse processo, por não ter dado tanta atenção ao aspecto político do cargo?
– Nenhuma. A vontade das pessoas é suprema, não tem jeito. Se juntarem e quiserem, não tem quem faça o contrário. Concorda comigo? A articulação foi feita e não aconteceu. Mas ter ou não o processo de impeachment, não é articulação. É o presidente do Conselho acatar ou não. Ele acatou. Nós temos que respeitar.

Em algum momento você pensou em sair?
– Nunca eu faria isso, jamais. Está me culpando de uma coisa que eu não fiz, e e eu vou largar, o que vão ficar achando? Que sou culpado? Nunca, nem morto. Não sou de largar nada na metade. E muito menos na situação que era.

Ouvimos que o senhor deixou de estar presente ao clube, não frequentava festas ou eventos do clube.
– Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu venho menos ao clube, mas nem por isso deixei de dirigir. Eu tenho que dirigir o clube, fazer com que as coisas aconteçam, nunca fugi da minha responsabilidade. Isso que é o mais importante.

Mas cuidar dos interesses políticos também não é responsabilidade do presidente?
– Não existe responsabilidade nisso. Sempre fiz, sempre me relacionei muito bem com as pessoas, nunca tive problema com ninguém. Só que cada um tem uma maneira de ser. Eu não preciso ser igual a ninguém, tenho a minha maneira de agir e de dirigir, não vou mudar. É só isso. Não estou falando que estou certo ou errado, cada um tem uma maneira.

O processo de impeachment pelo menos serviu para você saber com quem poderia contar?
– Não precisa do impeachment para ter conhecimento das pessoas, o dia a dia vai te mostrando. Mas não estou aqui para falar "estou chateado com fulano ou beltrano", já foi, já acabou. Agora vou seguir minha vida. Ninguém frequenta a minha casa. Daqui do clube tem pouquíssimas pessoas com as quais posso dizer que tenho amizade. Pouquíssimos posso dizer que são amigos. O que importa é isso, o resto deixa para lá.

O que é mais difícil em ser presidente? Em todas as profissões há algo que não nos agrada fazer.
– Isso faz parte do cargo. Para falar a verdade, não tem parte chata. Existe responsabilidades, só isso. Aqui não é minha profissão. Você tem que entender que não é meu meio de vida, não tem uma qualificação. Se eu achar que vir todo final de semana ao clube não é legal, eu não venho. Faço aquilo que me agrada. Tenho responsabilidade com o Corinthians, não com pessoas. Meu compromisso é com o clube. Quando assino aqui um monte de contrato, aval bancário, ninguém vem perguntar se eu preciso de alguma coisa. Eu cumpro com a minha responsabilidade religiosamente.

Aval bancário como pessoa física? Você ficará comprometido mesmo depois de deixar a presidência?
– Sim, tenho coisas no banco assinadas. Qual o problema? Nenhum problema.

Não tem medo de entrar um presidente, talvez de outro grupo político, e não honrar?
– Nenhum, porque vai prejudicar o clube, não a mim. Nem um pouco.

Também o prejudicaria.
– Não tenho preocupação quanto a isso.

Fez e perdeu amigos neste período?
– Posso até ter feitos novas amizades no clube e no entorno, com pessoas com as quais a gente se relaciona.

Qual o seu maior orgulho como presidente?
– Tudo o que fiz, não tenho arrependimento de nada que eu assinei. O que temos que fazer é pensar antes de assinar. Depois, tá feito. "Por que assinou?" Porque achamos que era o melhor na hora. Depois você pode repensar, dizer que é ruim, mas no dia não era. Negócio é assim. Ele pode ser bom hoje, ruim amanhã ou até excelente. Mas a fotografia é de hoje.

Mudando a pergunta, então: o que vale colocar na sua biografia além dos títulos?
– Conduzi o Corinthians com a maior seriedade possível. Como sempre agi com tudo o que se refere ao Corinthians. Isso me orgulha bastante.

Na sua gestão – e antes também – foram noticiados vários escândalos e casos de desvios de conduta. Houve alguma situação que você tentou interferir e foi possível?
– Tudo aquilo que chegou aos meus cuidados foi solucionado. Nunca deixei para lá, não sou de deixar para lá. Pondera, estuda e toma uma atitude.

Houve casos que não se tornaram públicos?
– Não, graças a Deus, não. Mas a gente está aqui para isso, tomar atitude, seja ela qual foi.

Você acha que foi rígido nesse sentido?
– Não se trata de rigidez ou não, se trata de ter bom senso e agir em prol do clube. Quando você pensa assim, faz o que é certo para o clube. O que é melhor para o clube? Deixar o funcionário? Então deixa. Mandar embora? Então manda.

Outra crítica feita a você é em relação ao fato de não estar sempre presente nas viagens. Ela é justa?
– Eu não tenho obrigação. Tem diretor, gerente de futebol... Para que eu vou? O que muda eu estar ou não estar?

E como torcedor, não sente falta?
– Até vou, se posso. Mas em um jogo de meio de semana você fica três dias fora, e tem um monte de papel para assinar. Como faz? Presidente só tem um. Como faz, larga tudo e vou embora? Só vou ficar passeando? Você vê o prefeito (de São Paulo, João Dória), que fica viajando, só falam que ele passeia. Se ele não vai, é porque não vai. É o que falo para você: essas coisas não me incomodam, eu ajo como acho que tem que ser. Quando alguém for presidente aqui, aja como quiser. Não tem problema, cada um faz a sua vida como quer, não sou eu que vou impor.

Além disso, ouvimos reclamações de que, a partir de 2016, o senhor teria se fechado e passado a ouvir menos seus aliados. Houve momentos em que disse "a caneta é minha, eu que vou decidir"?

– Mentira. Nunca deixei de ouvir ninguém, como sempre ouvi. Houve momentos que sim. Não adianta ouvir. Você quer o azul, ele, o vermelho, e eu, o amarelo. O que vai ser? O que eu decidir, não tem consenso. Eu sempre ouvi todo mundo. Quem trabalha aqui pode responder melhor para você. Nunca peguei o telefone e falei "faça desse jeito". Sempre foi "vamos pensar, vamos discutir, olha aqui, o que é melhor?"

Em época eleitoral está tudo errado, nada presta. Os caras falam que o Carille está lá mesmo eu não querendo. Se eu não quisesse, ele não estaria lá.
– Em época eleitoral tem que dar um desconto, porque está tudo errado. Afinal, se tá tudo certo, você vai querer mudar o quê? Não estou falando que não tenha nada para mudar, tem bastante coisa, mas com visões diferentes, visões modernas. Pode mudar, mas não sou dono da verdade.

O pagamento da Arena é o maior desafio do próximo presidente?
– É um dos. Um desafio grande também. Um compromisso, mas vamos chegar lá.

Qual outro?
– Tem que ganhar título, não tem que ganhar título?

Mas isso é sempre, não é um "privilégio" do seu sucessor.
Mas não tem que ganhar? Todos esses que eu falo, resolver a Arena para pagar, como pagar, ganhar título, tudo isso faz parte. Normal, os objetivos são iguais, só muda a pessoa. Os objetivos são os mesmos. Vou cuidar da Arena por três anos, deixa o futebol quieto, dá para fazer? O inverso? Não, tem que fazer tudo da melhor maneira. Os objetivos não são meus, são do clube.

Qual conselho deixaria para o próximo presidente?
– Não tenho conselho. Não existe isso.

Pretende ajudar na transição?
– Estou à disposição no que for preciso. Espero que ele tenha bastante capacidade, um pouco de sorte e que tenha paciência. É o que a gente pede.

Muito se fala que a sua relação com o Andrés Sanchez ficou estremecida. Isso é verdade?
– Nunca aconteceu, nunca tive um problema com ele. Divergência tenho até com meus filhos, por que não vou ter com o Andrés?

Ele queria mandar demais em alguns momentos?
Não tem nada de mandar, ninguém manda em ninguém. O presidente do clube sou eu, não tem mandar.

E influenciar?
– Isso é conversa, vamos para a direita, por isso, isso... Conversa! Tem divergências? Tem, mas nada fora do normal. Se tivesse, eu falaria, qual o problema?

É difícil ter a "sombra" de um antecessor forte politicamente?
Tem muita coisa que a gente conversa e ele me ajuda também. Tem que ouvir tudo. Muita coisa eu concordo, muita não concordo, e vice-versa.

Ele ajudou em negócios?
– Sempre ajuda, acho que o fato de você ter uma pessoa como o Andrés, que tem influência em bastante lugar, sempre ajudar, sempre é bom. Nunca reclamei, não tenho problema. Não me atrapalha, porque se eu não quiser que faça, eu não faço, e aí não atrapalhou.

Ele nunca tentou passar por cima?
– Não tem como passar por cima, o presidente do clube é um só. Se não tem minha assinatura, não anda. Essa é a vantagem de ser presidente. Ninguém faz nada sem você.

O que você descobriu como presidente que antes não fazia ideia?
– Tem muita particularidade o futebol, muito detalhe, e só quem está no futebol pode falar. Quem está do lado de fora não tem ideia. A gente escuta vocês fazerem comentários, mas não sabem metade do que acontece. Não sabem nada do que acontece. Mas vocês vão falando e às vezes as coisas não são assim.

Mas não sabemos de muitas coisas porque vocês não falam...
– Por que você tem que saber?

Eu não, mas o torcedor, sim. Ele não merece saber mais?
– É que vocês não dão tempo. Atropelam as coisas. Quando a gente quer falar a verdade, e às vezes fala a verdade, é contestado. Vocês continuam falando que o Ceifador vem para o Corinthians, e há quanto tempo eu disse que não estamos negociando? Desde a Flórida. Mentira? E vocês falam que o Corinthians fez reunião, esse é o problema. Desestimula a gente de querer ser direito com vocês porque vocês não dão oportunidade. Eu falo "sim" e vocês continuam falando que é não. Vou falar o quê? Fala o que vocês quiserem. A credibilidade é de vocês. Eu tenho a minha, não preciso mentir. Vocês, por falta de matéria, colocam o que vocês querem, c... É verdade. Quando falo "vocês" não estou especificamente dizendo aos dois, estou falando de maneiras gerais, mas isso que acontece.

O clube não pode ser mais transparente?
– Não tem necessidade. Para que falar de valor? Eu não gosto de falar de dinheiro. Eu vou lá na Globo perguntar quanto a Globo fatura? Por que a Globo não fala? Eu dou audiência para a Globo, sou assinante. Por que não fala? Vocês querem saber o que não interessa. Se eu paguei dez em dez vezes, ou se paguei dez à vista. O que muda?

Se pagou 10% ou 30% de comissão a um empresário não é importante?
– Para quem? Não, importante é o documento dentro do clube, assinado e tudo certinho. Essas p... que vocês comentam que eu fico filho da p... Vocês têm maldade de falar. Tudo o que vocês falam é para dizer que alguém levou dinheiro, que está errado e não tem nada errado. Nada.

Interessa para quem? Não interessa para o torcedor. O que ele tem a ver com isso, se eu paguei de comissão 10, 20 ou 50? Interessa para o clube, para o Banco Central, que está tudo certo, Fifa. Vai mudar a vida do torcedor? Vocês falam que é para informar o torcedor, mas não é, vocês querem escrachar o dirigente, falar que tem coisa errada. Quando vocês vinham, eu já estava voltando.
O torcedor quer saber como está sendo gerido o dinheiro do clube.
– Por isso o clube tem Conselho, diretoria, Conselho Fiscal, Comitê de Ética. Se eu estiver fazendo errado, alguém vai gritar. Para isso que tem essa instâncias dentro do clube. Não é você que vai falar se eu estou certo ou errado. O problema é que vocês não respeitam as pessoas, e depois querem que a gente devolva as coisas bem escritas e mastigadas. Para quê? Vão criticar do mesmo jeito, mesmo eu falando a verdade.

Uma das suas bandeiras era redução de gastos. Sai satisfeito com o que fez?
– Na realidade, não estou muito satisfeito em relação a isso. A gente poderia ter feito mais, mas você tem de manter a coerência de ter um time forte, que brigue por título. Nem tudo você consegue fazer o que planejou teoricamente. Mas nós baixamos bastante, na base, no profissional. É que no profissional às vezes acontecem coisas que não estão previstas. Principalmente em time campeão. Renovação de contrato nunca é pelo mesmo dinheiro.

Que situação o próximo presidente encontrará?
– Está tudo tranquilo, em ordem, tem compromissos a vencer, normal, como uma empresa.

Melhor do que a que você pegou?
– São outros tempos, diferentes situações. Acredito que sim.

Você enfrentou um cenário difícil
– Bastante. Muita gente coloca isso na conta do Mario (Gobbi), mas não é verdade. É uma consequência do clube, não é o Mario que deixou, o clube já vinha assim. A gente vai melhorando. No futuro também vai ficar melhor. Os três anos de maior crise da história do país foram no meu mandato. Anos péssimos, ninguém investindo nada.

Se arrepende de não ter renovado o contrato de patrocínio máster com a Caixa?
– Não dá para se arrepender de negócio. O Corinthians tem um valor de mercado, não é a Caixa que vai chegar aqui e falar o que ela quer pagar. "Mas o dinheiro faz falta". Qualquer dinheiro faz falta. Só que é uma decisão de mercado. Apareceu outro? Não, por circunstância. Mas é assim que funciona.

Do que sentirá mais falta ao sair da presidência?
– Esse dia a dia, telefone, mensagem. De vocês (jornalistas), nenhuma saudade. Zero. Eu brinco, fiz bastante amizade na imprensa. Tudo filho da p..., tira meia dúzia, o resto não vale nada. Não é o caso de vocês, mas tem gente que não vale o que come. Mas está na imprensa.

E como acha que será lembrado?
– Não tenho ideia. Depende de como você vai fazer a análise, depende do foco de quem for falar. Se for perguntar para o Neto, ele vai ter uma opinião. Para outro, ele vai dar outra. O importante é o que acho, o que sinto, e o que vou levar para casa. Fiz um trabalho honesto, sério, dedicado... E ainda ganhei títulos. Estou triste? Não!


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Roberto vão pro inferno noooota um zero a esquerda

nota #0 penal

VOCÊ QUE ESTÁ CANSADO DE TER POUCA PROGRAMAÇÃO DE TVV ASSSINATURA E NÃO CONCORDA COM OS VALORES COBRADOS
FAÇO LIBERAÇÃO E DIMINUÍMOS O VALOR DA CONTA
PARA TODO BRASIL
WHATZSAP 11 958694345

4,5 reprovado

Você que está pagado valores alto e teno pouco PROGRAMAÇÃO de TVV asssinatura faça
liberação e DEMINUIMOS valor da conta pra qualquer luga do Brasil WHATZSAP 11958640776

você como presidente do Corinthians so fudel com a democracia lixo deixa o clube cheio de dívida Cade o dinheiro do Corinthians Ta no bolso né só contratou meia boca igual a você?não vai deixar saudade vamos de Paulo Garcia

Você como presidente foi um lixo com certeza não deixa saudade só fiudel com a democracia corintiana vai lixo sem futuro

(Comentário excluído)

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