Foto: Marcelo Braga

O herói do título da Libertadores de 2012 está de volta. Apresentado na última sexta-feira após assinar um contrato válido somente até o final de junho, Emerson Sheik diz que estará apto para jogar em cerca de duas a três semanas.



Mas, o que esperar da nova contratação do atacante de 39 anos? Ainda tem fôlego para jogar pelos lados do campo ou tentará ser o substituto de Jô como centroavante? O GloboEsporte.com mostra como ele pode ser aproveitado na equipe de Fábio Carille.

Contrato
Sheik chega para ser um reforço de tiro rápido. Tem apenas cinco meses para mostrar que ainda pode ser o que um dia já foi no próprio Corinthians. Sem atuar há cerca de dois meses, ele vai ter de se esforçar bastante para reaquirir a boa forma física. O salário é menor do que tinha em 2015.

Status
Querido pela torcida pelo o que já fez entre 2011 e 2013, Sheik chega cercado de desconfiança. Embora tenha o mesmo peso de Cássio e Danilo em termos de idolatria no elenco, o atacante foi contratado em um momento de declínio técnico após participar do rebaixamento da Ponte Preta para a Série B. O veterano diz que dará sua resposta dentro de campo e que não chega para curtir meses de aposentadoria.

Como pode jogar
O Corinthians hoje sente a necessidade de um camisa 9. Desde a saída de Jô, em dezembro, o clube busca no mercado um substituto, mas até agora não obteve êxito. No passado, Sheik já exerceu a função de "falso 9", porém, não tem estilo nem parecido com o do centroavante buscado pelo técnico Fábio Carille: que faça a parede para os meias e desvie bolas de cabeça como um pivô.

– Substituir o Jô é difícil, pois é um jogador com características totalmente diferente, de mim e de todo o elenco. Mas vou tentar entender as ideias do Fábio Carille, que tem excelentes ideias, e me adaptar onde ele tentar me colocar – disse o jogador, em sua apresentação.

A tendência é que Sheik seja escalado pelo lado do campo, como jogou no Corinthians de Tite no passado – como por exemplo, em 2015. Na época, ficava mais pela esquerda.

Aos 39 anos, porém, talvez não tenha a mesma disposição física de Romero e Clayson para acompanhar laterais no esquema 4-1-4-1. Por conta disso, hoje é difícil enxergá-lo atuando por 90 minutos no setor. Forte em jogadas individuais, ele pode ser importante para o decorrer de um jogo.

A tendência, portanto, é que duele por vaga com Romero, Clayson, Marquinhos Gabriel, Lucca e Júnior Dutra.

No clube anterior
Análise de Heitor Esmeriz, repórter do GloboEsporte.com de Campinas

"A passagem de Sheik pela Ponte Preta em 2017 pode ser dividida em dois momentos.

Depois de rapidamente cair nas graças da torcida com canetas, chapéus e muita entrega em campo, foi um dos destaques da Ponte no primeiro turno.


Assim como toda a equipe, porém, o jogador caiu de rendimento na reta final e deixou o clube em baixa. Quando perdeu espaço com Eduardo Baptista, que tinha tomado a decisão de deixá-lo no banco, alegou desconforto muscular e perdeu partidas importantes na luta contra a Série B.

Em campo, Sheik atuou como atacante centralizado no início. Na sequência, com a chegada do centroavante Léo Gamalho, passou a jogar pelas beiradas, como fez na maior parte da carreira.

Em 25 partidas, foram cinco gols – todos no Majestoso: marcou duas vezes na mesma partida contra Coritiba e Botafogo, e também foi às redes diante do Sol de América, pela Sul-Americana".