No dia 22 de dezembro de 2016, Fábio Carille, em Sertãozinho, recebia uma ligação do Corinthians, chamando-o para uma reunião em São Paulo. Era o convite, que fora prontamente aceito, para ser o técnico em 2017.
Neste 17 de dezembro, praticamente um ano depois, Carille retornou à cidade dos pais, recebendo carinho de amigos, torcedores e moradores, com abraços, fotos e autógrafos. Uma recepção com direito a carreata no caminhão do Corpo de Bombeiros foi organizada, mas sua essência simplista o poupou da celebração.
– Pareceria que fui o salvador, o grande ou único responsável pelo título, e não gosto dessas coisas. Sei que houve movimentação. Falei que chegaria num dia e cheguei em outro, aprontei uma correria para a cidade, mas procurei evitar isso. Continuo sendo muito simples nas coisas que faço. Não gosto de badalação, de ficar me expondo demais – comentou o treinador, que participou de um churrasco no dia anterior, em uma chácara, com aproximadamente 40 amigos.
– Dei risada demais, esqueci bastante o esporte. Voltar às minhas origens é algo que não vou mudar nunca.
Carille não tem férias. Embora esteja em casa, sem treinos e jogos, o Corinthians não o abandona. Vez ou outra o treinador do Timão checava as mensagens no celular e se organizava para cumprir as agendas do dia.
– O corpo sai do CT do Corinthians, mas a alma, a cabeça, o telefone, conversando com os diretores do Corinthians praticamente o dia inteiro em cima de contratações e possíveis saídas. Faz parte. Totalmente de férias, não tem jeito – comentou o treinador, que mantém conversas com o gerente de futebol Alessandro.
Movimentações de mercado, especulações, saídas e chegadas, garante Carille, somente com a diretoria alvinegra. Nesta fase de contratações, o treinador do Corinthians disse não perder o sono.
– Sou bem tranquilo. Sei que é assim, faz parte. Sei que muitos jogadores se destacaram, então, é normal uma saída, e temos que estar prontos para a saída de algum atleta. Temos que ter alguém na manga, pronto para trazer e não perder tempo. As informações que eu tenho são as oficiais. Normalmente, na internet tem muita especulação. Tem verdade, mas tem muita especulação. Se eu começo a ler muito, aí fico sem sono.
Carille não aponta o Corinthians como primeira, segunda, terceira ou quarta força paulista. Por causa dos títulos, ele acredita que torcedores e parte da imprensa coloquem o Timão como principal força. Para o treinador, internamente, fala-se apenas em trabalho e organização dentro de campo.
– Vai ser forte, de muita entrega, que é o DNA do Corinthians, e muita organização. Vamos começar a trabalhar bastante forte a partir do dia 3 de janeiro. Quando ninguém acreditava, o que fizemos? Trabalhamos bastante. Agora vai mudar. As pessoas vão acreditar. O que fazer? Trabalhar. Deixar as coisas bastante organizadas dentro de campo – comentou.
Até o momento, o clube anunciou a contratação do atacante Júnior Dutra e um acerto verbal com o volante Renê Júnior. Segundo Carille, o torcedor não deve criar expectativas em torno de grandes nomes para a disputa do Paulista, Libertadores e Brasileiro.
– Não espero uma contratação bombástica, não espero a cereja do bolo, mas, sim, espero um elenco bastante equilibrado e competitivo, assim como eu tive este ano – finalizou.
Carille se tornou um dos maiores técnicos do Brasil