Três pontos. Todo jogo vale três pontos, mas o que representavam três pontos para Corinthians e Atlético? O líder e campeão queria apenas somar mais uma vitória e se despedir do torcedor sem qualquer sorriso amarelo. O Galo, time que investiu pensando em sonhos mais elevados, precisava conquistar o resultado para continuar a luta por uma vaga para a Libertadores.
Seria previsível entender que a organização tática do Corinthians poderia sofrer com um relativo relaxamento pós conquista. Do outro lado, o Galo não tem se mostrado um time intenso na marcação, mas tem qualidade com a bola nos pés.
Com a bola rolando, era o Corinthians que tinha a iniciativa do jogo. Com Yago mais perto da linha de defesa e Elias um pouco mais adiantado, o Atlético contava com os retornos de Valdívia pela esquerda e Otero pela direita.
Jadson, de volta ao time titular, achou espaço para jogar e começou a impor dificuldades ao time visitante. O camisa 10, muitas vezes da direita para a esquerda, fazia inversões mais longas buscando Arana e Clayson e por ali o Corinthians começou a encontrar alguma facilidade para jogar.
Foram nove finalizações do Corinthians no primeiro tempo contra três do Galo. A única batida certa em gol dada pelo Atlético na primeira etapa foi em cobrança de falta de Otero e foi gol. Foi o primeiro gol marcado pelo Galo na Arena Corinthians.
Também em cobrança de falta, Jadson empatou apenas sete minutos após o gol atleticano.
Carille mudou o time no segundo tempo. Marquinhos Gabriel entrou no lugar de Camacho. Seriam dois pontas em cima dos laterais do Atlético. Marcos Rocha passou a sofrer muito com as sucessivas jogadas de dois contra um.
O segundo gol do Corinthians saiu após mais um dos muitos passes errados do Atlético. Léo Silva tinha a bola dominada e tentou achar um passe entre as linhas de marcação do time da casa. O Corinthians cortou e começou a acionar o contra-ataque com Marquinhos Gabriel.
Além dos erros de passe, a permissividade é uma das mais marcantes caraterísticas do Galo na temporada. O camisa 31 do Corinthians carregou a bola da intermediária até a área adversária sem que algum defensor ao menos tocasse na bola. Com qualidade, Marquinhos Gabriel achou espaço para ajeitar para a perna boa e fez um golaço.
Citei duas caraterísticas negativas do Atlético, mas é preciso citar a principal marca positiva: a individualidade, o talento individual. Otero, nome atleticano do jogo, obrigou Cássio a fazer uma série de defesas importantes e ainda bateu um escanteio na cabeça de Fred empatar de novo.
O jogo ficou aberto. Não foi comum ver o Corinthians permitindo oportunidades como ele permitiu ao Atlético no segundo tempo.
Fred teve chance clara e desperdiçou após ter driblado Cássio e logo depois foi substituído por Cazares. Robinho se tornou o jogador mais perto do gol.
O jogo aberto e maluco se torna imprevisível. O Corinthians no segundo tempo chegou a ficar 23 minutos sem dar um chute a gol e viu o Galo finalizar, nos mesmo 23 minutos, quatro vezes.
O placar final não ofereceu os três pontos aos dois times, mas o torcedor corintiano fez a prometida festa do título. O Galo ainda pode ir para a Libertadores pela sexta vez consecutiva, mas talvez seja mesmo necessário contar com Grêmio e Flamengo erguendo as taças que os dois ainda têm a disputar.