Na última quarta-feira (17), o Corinthians derrotou o Fluminense por 3 a 1, de virada, na Arena Corinthians, e conquistou o sétimo título do Campeonato Brasileiro com três rodada de antecedência. Além de buscar os três pontos e garantir a faixa de campeão, o Timão entrou em campo por uma causa nobre: divulgar a campanha "Adote Um Boa Noite", em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo.
O Alvinegro apoiou a causa da Adoção Tardia e levou 11 crianças e adolescentes de abrigos da Zona Leste da cidade para entrar em campo com os jogadores, além de assistir o aquecimento dos atletas no ambiente interno da Arena.
Em ação semelhante, no dia 21 de maio, o Corinthians enfrentou o Vitória, em Salvador, também pelo Brasileirão, e estampou a campanha digital #AdotarÉamor, de autoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A hashtag apareceu na barra da frente do manto alvinegro.
Sobre a campanha
Cerca de 5 mil crianças e adolescentes esperam para ser adotados no Brasil, apesar de haver mais de 38 mil pretendentes à adoção.
A conta não fecha porque a grande maioria das crianças e adolescentes prontos para serem adotados tem mais de 7 anos, enquanto aqueles que estão na fila para adotar desejam crianças mais novas.
Adotar adolescentes e crianças com mais de 7 anos é a maneira mais rápida de realizar o seu sonho de ser pai ou de ser mãe.
E, principalmente, de realizar o sonho de quem quer ter alguém pra desejar um simples “boa noite”.
Para mais informações, acesse https://www.adoteumboanoite.com.br/.
Adoções no Brasil
Atualmente existem 36.524 crianças e adolescentes que vivem em situação de acolhimento em abrigos no Brasil. Destes, 7.577 já estão à espera de adoção. Por outro lado, há 39.619 pretendentes inscritos no Cadastro Nacional da Adoção, coordenado pela Corregedoria do CNJ.
Apesar de o número de pretendentes ser bastante superior ao de crianças, a conta não fecha principalmente porque o perfil exigido por quem vai adotar não é o mesmo das crianças que estão disponíveis nos abrigos. A idade é o fator que mais pesa para esse desencontro: 48% deles são adolescentes entre 13 e 17 anos de idade, faixa etária aceita por somente 0,7% dos pretendentes. Já 20,1% das crianças têm entre 9 e 12 anos de idade, e somente 3,3% dos pretendentes aceitam crianças nessa faixa etária.
Das 7.577 crianças aptas à adoção, 61,02% possuem irmãos, mas só 33% dos futuros pais aceitam essa condição. A raça é outro fator que limita o número de adoções possíveis, já que 65,62% das crianças são negras ou pardas, e 19,62% dos pretendentes só aceitam crianças brancas. Outro dado que restringe o perfil desejado é que um quarto das crianças cadastradas têm algum tipo de doença ou deficiência, mas 65,53% dos pretendentes somente aceitam crianças sem essa condição.