16/11/2017 12:07

Regenerados: líderes e decisivos, Cássio e Jô conduzem o Corinthians ao título

Dupla começa 2017 sob desconfiança e se torna fundamental na conquista do Brasileirão

Regenerados: líderes e decisivos, Cássio e Jô conduzem o Corinthians ao título
A crise dos 30 chegou um pouco antes para Cássio e Jô. Em 2017, ano em que completaram três décadas de vida, eles estavam decididos a mudar. A carreira vitoriosa e a vida financeira resolvida não eram mais suficientes. Festas e amizades superficiais já não divertiam como antes.



Hoje apontados como dois dos principais responsáveis pelo heptacampeonato brasileiro do Corinthians, goleiro e atacante viveram histórias com roteiros parecidos, a começar pelo alicerce escolhido para dar início à volta por cima: a fé.




A vitória está dentro da gente, no ânimo de cada um. A ideia que a gente quis trabalhar é que estamos no processo de regeneração, no sentido de ser gerado de novo. Quando Jesus olhou para Nicodemos e falou que era necessário nascer de novo para chegar ao reino dos céus, ele estava querendo dizer que era preciso passar por esse processo regenerativo. E é isso que acontece no Corinthians, caras de 30 e poucos anos tendo que nascer de novo – afirma o pastor Vagner Lopes, que desde abril é o responsável pelos cultos realizados no CT Joaquim Grava, quase sempre às vésperas dos jogos do Timão.

A palavra "regeneração", utilizada pelo pastor, ajuda a entender a temporada da dupla corintiana. Segundo o "Dicionário Online de Português", regenerar significa:

1. Construir novamente; desenvolver ou realizar algo outra vez. 2. Corrigir-se; melhorar moral ou eticamente. 3. Revivificar; conceder uma vida nova a. 4. Restaurar; organizar novamente; fazer a reconstituição de.

Voltando um pouco ao passado, é possível ter a dimensão do que 2017 representa para Cássio e Jô.
O goleiro havia terminado a temporada anterior na reserva, envolveu-se em polêmicas com o preparador de goleiros Mauri Lima, era contestado por parte da torcida e via seu nome ligado a possíveis transferências.

Já o camisa 7 vinha de passagens por Emirados Árabes e China e não atuava havia seis meses. Para muitos, a última impressão deixada pelo centroavante era a da Copa do Mundo de 2014. Para outros, as lembranças eram ainda piores:

– Quando o Jô foi anunciado, eu tive o cuidado de buscar referências. Infelizmente, liguei em Porto Alegre e Belo Horizonte para perguntar dele e quase desisto de ser técnico do Corinthians ali – contou o técnico Fábio Carille, na última terça-feira, em tom de brincadeira.

Quem diria, naquele começo de temporada, que Jô, meses depois, ao celebrar um título brasileiro, recusaria um copo de cerveja – naquela que se tornou uma das imagens mais divertidas da conquista do Brasileirão de 2017.



Mas a desconfiança inicial não demorou a dar lugar a uma enorme surpresa. Logo em seus primeiros meses, Jô foi encantando a comissão técnica e a diretoria corintiana. Mais do que apresentar comprometimento nos treinos e nos jogos, o atacante foi ocupando um lugar de liderança no elenco. Motivador, conselheiro dos mais jovens, responsável por "dar a cara a tapa" nos momentos difíceis...



Cássio não ficou atrás. Nos momentos em que o Timão oscilou no Campeonato Brasileiro, era ele um dos primeiros acionados para ir à sala de imprensa dar explicações. Quando a principal organizada do clube foi ao CT falar com alguns atletas, lá estava o goleiro novamente – assim como Jô, que ainda deu entrevista coletiva depois, ao lado do presidente Roberto de Andrade.

HOMEM GOL
Quem vê Jô como artilheiro do Brasileirão (18 gols; veja todos abaixo) e até o aponta como craque do campeonato talvez não se lembre que o atacante chegou a ficar na reserva de Kazim ainda no Paulistão.

Em 22 de fevereiro, porém, houve um divisor de águas. O gol que deu a vitória ao Corinthians sobre o Palmeiras, em clássico no qual o Timão teve um jogador a menos durante todo o segundo tempo, fez o camisa 7 e toda a equipe embalarem.

Depois disso, Jô se tornou o "rei dos clássicos", foi decisivo para o título estadual, se envolveu em polêmicas relacionadas à prática de fair play e, claro, aumentou a sua galeria de troféus pelo Corinthians, que já contava com o Brasileirão de 2005 (no Paulistão de 2003 ele estava no clube, mas não atuou). E o melhor: sendo o protagonista da virada sobre o Fluminense, com dois gols em três minutos na largada do segundo tempo.

– Estou muito feliz, primeiro pelo título. Claro que tem ainda a possibilidade de ser artilheiro e entrar para a história do clube, para mim vai ser maravilhoso. Mas já me sinto feliz por dar esse título. Tomamos muita porrada, e é natural, futebol é assim. Corinthians é sempre pressão.

PAREDÃO

Depois de viver em 2016 o seu pior ano pelo Corinthians, Cássio abandonou as baladas, cortou o consumo de álcool, passou a frequentar a igreja (convidado pelo zagueiro Vilson) e adotou cuidados especiais com a alimentação. Em muitos treinos, enquanto boa parte do elenco deixava o campo rumo ao vestiário, ele seguia correndo no gramado para manter a forma.

A reação do camisa 12 teve muito suor, mas também uma pitada de sorte. Walter, que havia terminado o último ano como titular, se machucou na pré-temporada, e Cássio recuperou a vaga. Para não largá-la mais.

Sem lesões ou suspensões, o goleiro só deixou a meta alvinegra para ir à seleção brasileira. Foi por isso que viveu situação oposta à de Jô no jogo do título: enquanto o colega era decisivo em campo, ele assistia à conquista do banco, já que acabara de chegar da Europa. Nada, entretanto, que diminua a façanha do jogador, que já tem sete taças pelo Timão: dois Paulistas (2013 e 2017), dois Brasileiros (2015 e 2017), uma Recopa Sul-Americana (2013), uma Libertadores (2012) e um Mundial (2012).

– Quando a gente cai, tem que se levantar rapidamente, fazer uma autocrítica do que melhorar, o que deixar de lado, qual seu objetivo. Desde o ano passado, conversei muito com minha família e minha esposa sobre o que almejava. Coloquei na balança o que ia me acrescentar e o que não ia ajudar. Fui feliz nessa escolha, abri mão de coisas que não me ajudavam. Meu crescimento foi nítido – declarou Cássio, quando foi convocado pela primeira vez por Tite.

E se engana quem pensa que o ano do goleiro já está completo. Capitão do título paulista e um dos heróis do Brasileiro, ele fechará 2017 com mais uma alegria: o nascimento de Maria Luiza, sua segunda filha, que é aguardada para as próximas semanas.




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