3/11/2017 08:49

Ex-Corinthians lembra vida de 'marajá' em hotel '10 estrelas' na Índia: '6 restaurantes, shopping de luxo e chofer particular'

Ex-Corinthians lembra vida de 'marajá' em hotel '10 estrelas' na Índia: '6 restaurantes, shopping de luxo e chofer particular'
Fazendo sucesso com a camisa do Bahia, o atacante colombiano Stiven Mendoza, que está em Salvador emprestado pelo Corinthians, é capaz de dizer como vive um "marajá" (título dado aos príncipes da antiga civilização indiana). O jogador de 25 anos teve duas passagens pelo Chennaiyin FC, da Superliga da Índia, e, durante o tempo em que viveu no país asiático, foi tratado como um verdadeiro rei.



Isso aconteceu pela primeira vez em 2014, quando, meio por acaso, ele foi parar na Índia. Tudo começou quando ele foi revelado pelo Deportivo Cali e depois foi para o Envigado (mesma equipe que lançou o meia James Rodríguez) em 2010, assinando um longo contrato com o clube, que acabaria lhe deixando "preso".

"Eu tinha um contrato de cinco anos com o Envigado, mas não sabia. Te juro (risos)!", diverte-se Mendoza, em entrevista ao ESPN.com.br.

Durante esses cinco anos que passou amarrado ao Enviado, o atacante foi emprestado para vários clubes, como América de Calo, Cúcuta e ao próprio Deportivo Cali. Com o tempo, o colombiano foi se irritando com essa instabilidade e tentou achar formas de deixar o clube para ter mais regularidade.

"Arrumei um empresário que me ajudou muito naquela época. Ele me levou para o Stuttgart para fazer testes. Fui aprovado em uma semana, mas o Envigado não me liberava. Apesar de ser um time pequeno e nem terem dinheiro para pagar meu salário, eles me mandavam voltar. Nessa época eu briguei demais com o presidente, porque ele não me deixava jogar lá e também não me ajudava", detona.

"Depois, aconteceu a mesma coisa no Parma: fiz testes, fui aprovado mas, na hora de assinar contrato, o Envigado mandou uma carta para a Fifa falando que eu estava proibido de sair. Daí voltei para a Colômbia, arrumei mais briga e finalmente eles falaram que seu eu pagasse minha multa poderia sair. Arrumamos dinheiro e finalmente consegui finalizar meu contrato", relata o atacante.

O problema é que, quando isso aconteceu, Mendoza ficou sem vínculo com nenhum clube e, como as janelas de transferência da Europa e da América do Sul já haviam fechado, teve que recorrer a mercados alternativos para arrumar um novo time.

"Acabou que eu só podia assinar com algum time da Ásia. Aí veio uma proposta da Índia, porque o Marco Materazzi era muito amigo do meu empresário. Ele ia ser zagueiro e treinador do Chennaiyin na liga da Índia e me convidou. Fiz uma pesquisa para saber como era lá, falei com alguns jogadores e aceitei", conta.

Jogando e sendo treinado por Materazzi

Ser companheiro de equipe e também comandado pelo zagueiro/técnico Materazzi foi uma experiência interessante e divertida para Mendoza.

"Ele é um cara bem maluco, né (risos)? Mas também é muito gente boa, uma pessoa sensacional. Só não recomendo sair na mão com ele, dizem por aí que não é uma boa ideia (risos). Fora isso, ele é muito bom treinador, tranquilo e profissional ao extremo. Me ajudou muito e sempre falava comigo sobre a vida e carreira de jogador de futebol. Aprendi muita coisa com ele", elogia.

O colombiano também lembra algumas histórias engraçadas.

"Teve uma vez que estávamos ganhando um jogo e eu tinha feito um gol. Só que o Materazzi estava jogando também e só ficava reclamando comigo, falando um monte de coisa. Virei pra ele e falei: 'Então me tira do time, vou sair', e comecei a sair para a lateral para ser substituído. Aí ele me agarrou pela camisa e falou: 'Pô, onde você vai? Fica aí, está jogando bem, não vou te tirar do time'. Fiquei sem entender nada (risos). Foi uma situação engraçada e que mostra esse lado meio maluco dele", sorri.

"Outra vez a gente estava jogando e ele deu uma tesoura no atacante adversário e levou amarelo, e estava perigando ser expulso. Aí ele ficou olhando para o banco de reservas e encarando os caras. Aí falei pra ele: 'Está olhando o que? Está esperando o técnico te chamar? O técnico é você! E aí, vai colocar quem? (risos)'. O jogo lá correndo solto e ele não sabia quem colocar. Ficamos rindo muito disso", conta.

Após boa participação na Superliga da Índia pelo Chennaiyin, Mendoza acabou sendo contratado pelo Corinthians, no final de 2014, por quatro anos. Quem lhe convenceu a acertar com o time do Parque São Jorge foi o também colombiano Freddy Rincón, um dos grandes ídolos da torcida alvinegra.

"Eu tinha chance de ir para o Atlético-PR e Corinthians. Meu empresário falou que a melhor opção seria o Corinthians, pela estrutura e pela torcida. 'Lá eles gostam de garra e raça, e você vai se encaixar no estilo, porque luta, corre, dá carrinho e vai pra cima, é o que eles gostam', ele me disse. Recebi a proposta e falei com o Rincón, que me disse: 'Pode ir de olhos fechado'. Aí acertamos na hora", revela.

Logo ao chegar ao "Timão", o atacante impressionou pela velocidade e ganhou um apelido carinhoso: Speedy Mendoza, um trocadilho com seu nome (Stiven) e a palavra inglesa "speed", que quer dizer velocidade. A alcunha também faz referência a Ligeirinho, personagem de desenho animado que originalmente era conhecido como Speedy González.

"O apelido de Speedy começou na Colômbia, mas só entre amigos mais próximos. Quando cheguei ao Corinthians ele voltou com força total, principalmente depois daquela arrancada que dei contra o Palmeiras. Fui de uma área à outra e quase fiz um golaço, mas o Prass defendeu muito bem. Daí o apelido pegou de vez", relata.

Atualmente emprestado ao Bahia, ele agradece por cada momento no Corinthians e principalmente pela chance de trabalhar com o técnico Tite, que hoje comanda a seleção brasileira.

"Chegar ao Corinthians foi uma mudança muito grande na minha vida, um salto ótimo na carreira. Foi uma experiência muito boa em todos os aspectos. No começo a língua dificultou, mas a adaptação foi muito boa. Todo mundo me adotou e sempre me ajudaram demais", exalta.

"O Tite é um grande profissional e o melhor treinador que tive na carreira. Um cara muito inteligente. Sempre que estávamos no banco ele falava com a gente e pedia nossa opinião. Se você falar pra ele 'professor, acho que está faltando isso e aquilo no time', ele vai lá e faz. É como se você fosse auxiliar dele. Se não der certo, ele pensa outra forma de montar o time. Tite me ajudou demais na carreira, ele conversava muito comigo. É o cara certo para comandar a seleção", opina.

A vida em um hotel '10 estrelas'
Em agosto de 2015, Mendoza recebeu nova proposta do Chennaiyin a pedido do amigo Materazzi, e voltou a tomar o "caminho das Índias" por empréstimo. Desta vez, a Superliga local já estava muito consolidada, e os times investiram alto para tratar bem suas estrelas internacionais.

"Em 2015 voltei, fizemos uma grande campanha e fomos campeões. Nessa época, me colocaram para morar em um hotel que não era cinco estrelas... Acho que na verdade tinha umas 10 estrelas (risos) Era muito bom", recorda, saudoso.

"Como a liga local dura poucos meses, eles te dão todo o suporte para você se sentir bem. Nesse meu hotel tinha de tudo: seis restaurantes, shopping de luxo, comiga o tempo todo... Você se sentia sempre à vontade, parecia que estava em casa. Tinha serviço de quarto que resolvia tudo, trocavam a roupa de cama umas quatro vezes por dia (risos)", brinca.

"E a comida era muito boa, mas tinha que ficar esperto, porque eles comem muita coisa apimentada. A gente pedia para trazerem coisas menos picantes, porque os sul-americanos não estão acostumados com essa pimenta toda. Só os mexicanos, mesmo (risos), brinca.

Nessa época, também aproveitou as mordomias para conhecer bem a cidade de Chennai, uma das mais importantes e históricas da Índia - tem quase 5 milhões de habitantes, sendo a 4ª maior do país, e foi sede da "Companhia Inglesa das Índias Orientais" até 1773.

"Toda hora que a gente queria sair para dar um passeio tinha um carrão de luxo à disposição. Se cada um fosse sair para um lado, eles arrumavam um carrão para cada um com motorista particular. Isso era bom, porque o trânsito lá é muito diferente. Mas não é o caos que todo mundo acha. A gente vê pela TV e parece que nem dá para andar, mas no fim é mais tranquilo do que parece", conta Mendoza, que adorou morar na Índia.

"Sempre que falam de lá dá a impressão que é uma bagunça, mas é um país muito bom, cheio de pessoas amáveis e muito tranquilas", encerra.


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