Como manda o figurino de um verdadeiro clássico, São Paulo x Corinthians protagonizaram um majestoso repleto de polêmicas e provocações.

Como de costume, o Corinthians iniciou a partida com Jô e Rodriguinho mais adiantados, e Jadson e Romero apoiando as laterais. A força ofensiva do Timão que se extinguiu nos últimos jogos se viu ainda mais suprimida diante da marcação da equipe do São Paulo, que dificultou qualquer iniciativa ofensiva da equipe alvinegra no primeiro tempo.

Seguindo o padrão das últimas partidas, Jadson não foi visto em campo (ele jogou?) e Rodriguinho se destacou mais uma vez pelos passes imprecisos, resultando num Corinthians sem criatividade, acuado e sem energia. Cenário este, que mudou na segunda etapa com a entrada de Marquinhos Gabriel no lugar de Jadson e posteriormente de Clayson, autor do gol de empate corinthiano, no lugar de Gabriel.

Diante das circunstâncias da partida, a igualdade no placar foi um bom resultado para o Coringão, tanto para a manutenção de sua vantagem na liderança quanto na caminhada rumo ao hepta campeonato brasileiro (SEM FAX). Apesar disso, os radares devem permanecer ligados, visto que desde o início do segundo turno a equipe de Carille tem demonstrado um rendimento muito abaixo do esperado, de forma previsível, lenta, com muitos erros de passe, sem criatividade e com pouco poder ofensivo.

Mas se por um lado, apesar da queda de rendimento o Corinthians vê o título cada vez mais perto, do outro, a equipe do Morumbi corre contra o tempo para escapar da segundona. Ocupando a 17º posição na tabela e com apenas 28 pontos, a equipe de Dorival Jr. parece preferir poupar suas energias dentro de campo para gasta-las diante dos microfones. Foi o que demonstrou Petros e Rodrigo Caio, diante da incapacidade de vencer o líder do campeonato, ao saírem do Morumbi lançando duras críticas à arbitragem e apontando de maneira subjetiva, um possível esquema a favor do Coringão:

"Muitas vezes, quando a gente joga contra o Corinthians, a arbitragem entra pressionada porque a gente vê que a imprensa toda é corintiana”. Disse o eleito por muitos como “grande exemplo de bom caráter da história do futebol mundial”, Rodrigo Caio.

Poderia até concordar com o zagueiro de condomínio (apelido este, dado pelo próprio assessor de diretoria do São Paulo), visto que corinthiano é maioria em todo lugar, realmente!

Entretanto, os erros que prejudicaram o Corinthians neste mesmo Brasileirão e que nem de longe ganharam a mesma repercussão por parte da “tal imprensa corinthiana” que, por exemplo, o gol “de ombro” marcado por Jô no dia 13/09 contra o Vasco, não me deixam concordar com o zagueiro são-paulino.

Questiono ainda, como uma imprensa excepcionalmente corinthiana, como afirma Rodrigo Caio, é protagonista de declarações como a do comentarista da Jovem Pam, Fernando Sampaio, após o gol de Claysson ontem, no Morumbi?

“Não sou a favor de violência, mas gostaria de ver a torcida do São Paulo dando uma surra nestes delinquentes reservas do Corinthians”.

Além de deixar transparecer com louvor a aversão que move o lado anti-corinthiano da crônica esportiva, Fernando Sampaio em sua infeliz declaração ignorou por completo a verdadeira delinquência, essa praticada por torcedores são-paulinos ao apedrejarem o ônibus corinthiano na entrada do Morumbi.

A verdade é que, mais real do que a liderança isolada do Timão no campeonato e o risco de rebaixamento do freguês, é que entre choros e declarações de fúria, os antis constituem cada vez mais a grandeza do Corinthians, que ao longo dos anos se fez grande não só pela sua legião de fieis, mas principalmente pelo ódio de seus rivais.

Por fim, aconselho nossos fregueses a segurarem o chororô e economizarem as lágrimas, elas poderão ser muito bem utilizadas ao fim do campeonato!

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Por Tatiane Araújo.