Ele tem a idade de Jadson (33 anos), fala um português parecido com o de Kazim e chegou ao Corinthians alguns meses antes do goleiro Cássio.



Nascido em Seul, na Coreia do Sul, o analista de desempenho Junseok Lee é um dos personagens invisíveis do atual líder do Brasileirão.

Um dos seis integrantes do Centro de Inteligência de Futebol (Cifut) do clube, Lee veio ao Brasil para fazer faculdade há cerca de dez anos. Torcedor do Suwon Bluewings, da Coreia, e do Real Madrid, da Espanha, ele escolheu o seu destino justamente pelo amor ao futebol.

Ele conta que tem vários amigos de infância que saíram do país para estudar. Caras que foram para Inglaterra, Espanha... Mas que ele falou: "Quero trabalhar com futebol, então vou para o Brasil" – relata Denis Luup, coordenador do Cifut.

Lee não foi autorizado a conceder entrevista, mas forneceu algumas informações para a reportagem via assessoria de imprensa do clube.

A chegada ao Timão foi em 2011. Indicado por um empresário sul-coreano que havia negociado um jogador da base do Corinthians com o futebol do país, Lee ganhou uma oportunidade de estágio na base (sub-13 e sub-15), passando a trabalhar com Bruno Baquete, hoje no Atlético-PR, mas que na época coordenava o recém-criado departamento de análise de desempenho das categorias menores.

Especialista em tecnologia da informação, Lee passou a operar diversos softwares de análise e planilhas. No ano passado, quando o departamento perdeu quatro profissionais (dois para o São Paulo, um para o futebol dos Estados Unidos e um para uma emissora de TV), ele foi chamado por Fernando Lázaro, ex-chefe do Cifut, para o time principal.

Tímido e compenetrado, Lee aos poucos foi deixando o trabalho exclusivamente na frente dos computadores para acompanhar treinos no campo. Frequentemente, é visto operando as câmeras do alto da grua durante o treinamento no CT Joaquim Grava.
Seu maior sonho, porém, é voltar para a Coreia e integrar a seleção de seu país.

– Ele tem a característica peculiar do asiático: é responsável, comprometido e tem um poder de resolução alto. É confiável, de caráter, não à toa está no profissional. Se voltar para a Coreia, vai ser um dos expoentes no que se propõe a fazer, pois melhorou muito seu entendimento do jogo nos últimos anos – elogiou Agnello Gonçalves, gerente da base em 2011, hoje trabalhando no Avaí.