2/9/2017 11:23

Pegada de Fagner, ações de Jô... Corinthians utiliza profissionais para ensinar a base

Destaques do líder do Brasileirão servem de referência para jovens. Veja como funciona centro de inteligência das divisões inferiores do Timão

Pegada de Fagner, ações de Jô... Corinthians utiliza profissionais para ensinar a base
As performances individuais dos titulares do Corinthians não ajudam o clube apenas a liderar o Campeonato Brasileiro. Baseados em atuações de Fagner, Jô e companhia, profissionais das categorias de base do Timão pretendem moldar os garotos formados no Parque São Jorge para se tornarem melhores jogadores no futuro.



Utilizando vídeos desenvolvidos pelo Centro de Análise de Desempenho e Inteligência da Informação (CADI²), o Corinthians tenta corrigir erros e fazer com que os garotos cheguem à equipe principal prontos para jogar ou sujeitos apenas a pequenas lapidações.

Funciona da seguinte forma: se um lateral-direito do time júnior falha no posicionamento ou realiza movimentos errados com e sem a bola, por exemplo, analistas separam vídeos de Fagner em jogadas semelhantes e apresentam ao jovem. Já se um centroavante se mostra muito fominha, ele recebe orientações assistindo a lances em que Jô decide com poucos toques.

Isto é só parte do trabalho do CADI², que também utiliza vídeos dos próprios jovens para aprimorá-los.

– Filmamos treinos do sub-20 e jogos de diferentes categorias. Com isso, isso identificamos em que o atleta está pecando ou acertando dentro dos parâmetros estabelecidos pelo clube. O departamento profissional nos passa o que quer em cada posição. Cada atributo tem um nível de importância nesta avaliação. Para um lateral, por exemplo, é imprescindível que ele vá bem no um contra um defensivo e tenha qualidade no cruzamento. Não adianta ele ser ótimo driblador e veloz se não fizer isso – explica Gabriel Magalhães, coordenador do Centro.



As correções são feitas pelos próprios analistas ou pelos treinadores de cada categoria. Este trabalho é individualizado ou com dois ou três jogadores da mesma posição, mas nunca em grupo.

– O posicionamento defensivo é o mais difícil. E também questões comportamento. Por exemplo: quando o Corinthians perde a bola, todo mundo pressiona, tenta retomar rapidamente. Tentamos ensinar isso desde o sub-15 – conta Magalhães.

O trabalho do CADI², entretanto, vai muito além. O departamento de inteligência da base tem a missão de armazenar de todas as categorias, observar jogadores que podem ser contratados e, eventualmente, também observar adversários.

GloboEsporte.com: Desde quando existe o CADI² e quais as funções dele?
Gabriel Magalhães: Temos dados desde 2012, mas desde dezembro do ano passado mudamos um pouco o foco do nosso trabalho. Antes, o departamento buscava dados, alimentava o sistema com informações, mas não fazia tanto a correção individual dos atletas, que hoje é nosso trabalho principal. Isso foi ideia do Osmar Loss (ex-técnico do sub-20 e hoje auxiliar de Fábio Carille).

Hoje o CADI² faz na base praticamente o mesmo que o CIFUT (Centro de Inteligência do Futebol) realiza nos profissionais, certo?
Trabalhamos com a mesma estrutura do profissional. Até damos suporte se eles tiverem um problema lá com câmera ou computador, por exemplo. Temos uma estrutura similar. Somos em cinco funcionários, sendo que três trabalham em categorias fixas: no sub-20, sub-17 e sub-15, como uma espécie de segundo auxiliar técnico. Outro analista se divide entre sub-13 e sub-11, e eu sou o coordenador.

Você disse que a correção dos jogadores é a principal tarefa. Mas o que mais vocês fazem?
Buscamos jogadores juntamente com o departamento de captação. Monitoramos atletas ao redor do Brasil, buscamos informações de minutagem e outros dados. Também acompanhamos adversários dependendo da competição. Na Copa São Paulo monitoramos 60 jogos ao vivo e vários outros pela TV. Antes de pegar o Internacional, por exemplo, vimos cinco jogos deles. No Paulista a gente não consegue fazer isso, mas filmamos todos os jogos da nossa equipe. Já no sub-17 e no sub-15, é de acordo com a necessidade.



Essa busca por reforços começa em qual categoria?
A captação é feita para todas as categorias, do sub-11 ao sub-20. No 11 e no 13 é mais fácil identificar atletas em pequenos campeonatos, ou buscamos jogadores na escolinha do clube ou no futsal do Corinthians. Já em outras idades fazemos o monitoramento nacional. A gente colhe dados e, em casos específicos, filmamos jogadores.

Como funciona a integração com o profissional?
Temos um sistema integrado. O time de cima tem acesso a todos os relatórios e nós também conseguimos os dados do elenco profissional. Por exemplo: se um jogador nosso subir para treinar no profissional, sabemos como foi o desempenho dele.

Como funciona quando um jogador é promovido? Vocês fazem relatórios?
Supondo que um atleta tenha subido hoje. O Dênis (coordenador do CIFUT) lá no profissional já tem todos os vídeos dele cortados e, caso ele precise de um relatório, temos isso. Quantos minutos jogou na última temporada, em quantos foi titular, gols, cartões, lesões... Tudo isso dentro do sistema, não é preciso ligar ou mandar e-mail para alguém.

Além disso, como o Carille tem dois auxiliares no profissional que passaram pela base, o Osmar Loss e o Fabinho, normalmente eles já passam as informações. Mas caso eles queiram alguma informação mais aprofundada dos jogadores da base, eles pegam com o Coelho (técnico do sub-20). Se quiserem dados ou vídeos, aí é com a gente.
Explique melhor o trabalho de correção dos atletas.

Depois de filmarmos treinos e jogos e cadastrarmos os vídeos no banco de dados, começamos os estudos. Muitas vezes usamos imagens dos profissionais nas correções, bem didáticos. Coisas que o Jadson faz, que o Romero faz... Aí trazemos o jogador da posição e fazemos o comparativo: "Olha aqui o Romero quando está do lado oposto como ele faz, como entra em diagonal".

A ideia é buscar o Corinthians e depois o top da posição. Na lateral-direita, por exemplo, nem precisamos buscar fora, tem o Fagner que é da Seleção. Mas também usamos Paulinho, Elias, William Arão em lances de infiltração, por exemplo. Assim fica mais fácil para o menino entender onde ele tem que chegar.

Qual é o principal exemplo utilizado?
O Fagner é o que eu mais mostro. Pela agressividade dele no lado do campo. Ele diminui o espaço muito rapidamente. O Arana também. Essa é uma qualidade que pedem muito no profissional. Se chega passivo lá em cima, o Carille precisa corrigir. Se já está pronto, pode buscar o espaço mais rapidamente.

Nosso trabalho é minimizar a chance de o jovem chegar no profissional e dar errado

Há algum jogador que você possa destacar, que tenha feito esse trabalho e evoluído bastante?
Vejo muito ganho no Pedrinho. Ele estava com uma performance mediana e, ao longo da Copinha, fomos mostrando quesitos que ele poderia melhorar. Começamos a mostrar comportamentos que ele deveria ter. Entrar mais na área, por exemplo. Ele tocava a bola e e ia trotando para o ataque. O Osmar Loss notou isso e foi pedindo para a gente cortar vídeos de lances dele. O Mantuan, também. O Loss queria que ele infiltrasse mais, e fomos editando vídeos de lances desse tipo.

Sempre que ele fazia ou deixava de fazer, mostrávamos para ele.




Dá para entregar o jogador "pronto" ao profissional?
A ideia é que o profissional tenha o mínimo de trabalho possível, mas sempre vai ter. Tanto que partiu do profissional a ideia de ter um relatório mensal do que o atleta precisa melhorar. Assim, é treinado o que cada jogador precisa.

Para isso, é fundamental que o Corinthians tenha uma forma definida de jogar, certo?
Sim, precisamos primeiro ter as características dos atletas que o Corinthians quer, que é o mais difícil. Hoje nosso jogo é apoiado, rápido, com os jogadores sempre próximos da bola. Desde o sub-11 tentamos adaptar coisas do modelo de jogo. Nesta categoria e no sub-13, queremos posse de bola e jogo curto. Já no sub-15 é obrigatório que se tenha a mesma forma de jogar que o profissional, pressionando o adversário assim que perde a bola,tendo amplitude quando tem a posse...

Pequenas coisinhas que a gente cobra que haja em todas as categorias. E no individual também tentamos corrigir desde o sub-15. Lateral, por exemplo, só sai para marcar depois que o adversário recebe a bola, senão toma bola nas costas.


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