Corinthians acredita que terá maiores receitas com a Arena em 2018 (Foto: Marcos Ribolli)

Durante as negociações do financiamento da Arena com a Caixa Econômica Federal, o Corinthians deu 2017 por perdido e projetou um grande aumento de receitas no estádio a partir do ano que vem. A obra custou R$ 985 milhões, mas com os juros o valor já ultrapassa R$ 1,3 bilhão. Além da dívida com a Caixa, o Corinthians deve cerca de R$ 365 milhões para a Odebrecht, que ergueu o estádio.

Se o novo contrato for firmado, o financiamento só voltará a ser pago no próximo ano, o que dará um "respiro" aos cofres do estádio. Por conta da negociação, desde novembro de 2016 a Caixa autorizou o fundo que gerencia a Arena a não pagar as parcelas mensais, no valor de R$ 5,2 milhões. Tal situação levou o Ministério Público Federal em São Paulo a questionar tanto a Caixa Econômica Federal quanto o BNDES. Os bancos ainda não apresentaram resposta.

Segundo as estimativas apresentadas pelo clube à Caixa, a Arena Corinthians vai arrecadar em 2017 cerca de R$ 90 milhões – valor semelhante ao de 2016, quando o time fez um campeonato brasileiro irregular e nem se classificou para a Copa Libertadores.

Apesar da boa campanha do time neste ano – lidera o Campeonato Brasileiro com folga, já está praticamente garantido na Libertadores – as receitas da Arena não decolaram. A venda de camarotes e de cadeiras continua muito abaixo do esperado, sem falar dos "Naming Rights".

Na mesa de negociação com a Caixa, o clube apresentou números otimistas. Em 2018, o Corinthians espera arrecadar R$ 120 milhões (aumento de 33%). Em 2019, a receita do estádio chegaria a R$ 140 milhões – sempre segundo as projeções do clube.

Mesmo que essas estimativas otimistas sejam atingidas, o clube ainda estará muito longe do que projetou quando a Arena foi construída. Na época, o Corinthians projetava arrecadar entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões por temporada com o estádio.

Na última tentativa de negociar a dívida com a Caixa, o Corinthians sinalizou com oferecer as receitas do programa Fiel Torcedor como garantia. A manobra precisa ser aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube antes de ser oficializada. A possibilidade de prorrogar o financiamento, cujo prazo é 2028, foi descartada.

Procurada, a Caixa Econômica Federal afirmou que não pode comentar o financiamento da Arena Corinthians porque o contrato é protegido por sigilo bancário.