19/5/2017 07:48

Acertos, erros e problemas: 30 perguntas nos 3 anos da Arena Corinthians

Acertos, erros e problemas: 30 perguntas nos 3 anos da Arena Corinthians
Arena Corinthians recebeu o 100º jogo do time alvinegro na final do Paulista
Os problemas ligados à Arena Corinthians se contrapõem às boas avaliações dos torcedores alvinegros. É dessa forma que a cúpula que gere o estádio encara a avaliação depois de três anos do primeiro jogo oficial no local.

O balanço foi feito em entrevista ao UOL Esporte concedida por Lúcio Blanco, diretor de planejamento da Arena, e o trio ligado às áreas de marketing do clube e do estádio. São eles: Fernando Sales (diretor do Corinthians), Vinícius Azevedo (gerente corintiano) e Cesar Sbrighi (diretor da Arena).

Embora haja completa indefinição quanto aos naming rights e dificuldades relacionadas à falta de conclusão da obra e ao pagamento do estádio, os gestores acreditam que o balanço da Arena é positivo. Para isso, admitem que as dificuldades existiram e continuarão vindo à tona.

"O duro é se estivesse empurrado para debaixo do tapete", disse Lúcio, que ainda falou sobre outras polêmicas, como o fato de alguns torcedores preferirem assistir às partidas em pé - isso ocorre no setor Norte e, segundo ele, não será implantado em outras áreas.

VEJA A ENTREVISTA SOBRE A ARENA NA ÍNTEGRA:
UOL: Qual o principal avanço após três anos da Arena?
Lúcio Blanco: Estamos em um processo de ter uma equipe mais direcionada, cada um para seu segmento. O Fernando Sales [diretor de marketing] faz uma integração do clube com Arena, uma coisa que caminhávamos de maneira quase isolada. Esse é o ponto principal. Fernando lidera o processo e olha para comercial e marketing. Temos a parte da operação e o marco de que, após três anos, agora que começamos um direcionamento mais objetivo e com profissionais dedicados a isso.

UOL: Qual o maior desafio no período?
Lúcio: É trocar o pneu do carro com ele andando, com erros e acertos em um processo muito complexo, de muitas expectativas diferentes. O meu anseio é diferente do torcedor, e o meu foco, até porque o jogo ainda é a maior representatividade, é o torcedor. No início, o torcedor queria comida quente e bebida fria, e a gente entregava o contrário. A gente foi melhorando o processo. O desafio principal é justamente a curva de aprendizado que tivemos com o processo em andamento.

UOL: Ao fim de tudo, qual é a avaliação após três anos?
Lúcio: A avaliação é positiva, por tudo que passamos num estádio que foi construído e desconstruído depois da Copa. Finalizado com as características que estavam no projeto, temos hoje média de público acima de 30 mil pessoas. Uma receita com preço médio de ingresso na ordem de R$ 58. É bem positivo. Com um atrativo: o Corinthians mantém o trabalho de pensar numa temporada e não apenas num jogo. Se a Arena fosse ouvir a opinião que era externada principalmente nas mídias, não teria mantido o que foi planejado que é política de preço estabelecida, desconto para quem está dentro de casa, redução de custo do efetivo nos dias dos jogos. Em jogos de muita atração, obviamente, tenho que aumentar esse efetivo. Os eventos que cada dia estão mais aparecendo, aqueles de 30 pessoas a 15 mil pessoas. Tivemos no ano passado 100 eventos na temporada. É uma coisa maravilhosa.

UOL: Mas você acha que o torcedor tem esse mesmo sentimento? Há uma série de pendências até hoje, o naming rights, o pagamento da Arena...
Lúcio: As pesquisas nos mostram isso. Temos uma média de nota de rede de hotelaria. Existem fatos que acontecem nos dias dos jogos. Temos o WhatsApp da Arena. O torcedor manda a reclamação na hora. Já fizemos o cara da lanchonete trocar um lanche porque o lanche estava frio. A gente trabalha num processo onde tem policiamento, equipe médica, brigadista, manutenção predial [integrados]. O nosso serviço é muito dinâmico.

Lúcio: Outro exemplo é que há tempos o Corinthians iniciou um processo de venda de ingresso antecipado. Antigamente eu vendia 35 mil ingressos faltando uma hora para começar o jogo. Você acha que alguém organiza alguma coisa assim? O torcedor precisa reconhecer que a mudança será em benefício dele. Quando ele faz isso, o processo de negociação é gigante.



Primeiro jogo oficial da Arena Corinthians foi disputado em maio de 2014
UOL: Mas e o torcedor que não vem ao estádio? Numa avaliação mais abrangente, aquelas pessoas que veem notícias de obra inacabada? O próprio clube admitiu isso.
Lúcio: Esse termômetro muito mais perto da realidade quem tem é o Gabriel [assessor que cuida das redes sociais]. Mas daquilo que acompanho...o Corinthians está num processo de informar o que realmente está acontecendo. É um ponto importante dizer que todos nós sabemos que o estádio ainda não foi entregue da maneira que ele foi projetado. Existem problemas? Sim. Eles serão corrigidos.

UOL: E dá para chamar de positivo mesmo assim?
Lúcio: Lógico que dá, com certeza. O duro é se eu estivesse empurrado para debaixo do tapete. Já fui muitas vezes na porta do estádio dar a cara para bater porque a venda de ingresso estava ruim. Porque tinha fila e o sistema caiu, com torcedor que estava lá havia três horas. Você acha que eu ia falar que não tinha problema? Lógico que tinha. Pelo menos da minha parte, reconhecer que há problemas faz parte da natureza do ser humano. Quando você faz isso, o torcedor ou qualquer cliente de maneira geral não fica aborrecido. O duro é ele ter certeza que o negócio não está da forma que eu vendi para ele e eu dizer para ele que não é bem assim. Eu tenho essa percepção.

UOL: Sobre as despesas. O valor da manutenção, executado pela empresa Tejofran, é acima da média dos outros estádios do Brasil. Por quê?
Lúcio: Existia uma previsão de custo mensal até maior que esse. Não no primeiro momento, de todo o plano comercial [há quase quatro anos]. Mas, no processo que foi sendo ajustado ao longo do caminho, porque um empreendimento desse tamanho, ainda que tivesse planejamento, só se conheceria a realidade dos fatos quando começasse a trabalhar. A previsão inicial era de cerca de R$ 35 milhões de custo fixo por ano. Obviamente tínhamos como um dos desafios abaixar esse custo.

UOL: Como esse número pode descer? Já há alguma redução?
Lúcio: Hoje temos aproximadamente R$ 2,5 milhões por mês [R$ 30 mi/ano], mas trabalhamos em reduzir o custo. Desde com otimização de energia elétrica, de pessoal. O contrato com a Tejofran [empresa especializada em manutenção] envolve limpeza, segurança patrimonial, manutenção predial, brigada de incêndio com equipes que funcionavam 24 horas, e o tempo nos mostrou que dava para otimizar. Era um contrato de valor fixo, fechado em maio ou junho de 2014, por motivos óbvios que teria a Copa do Mundo. Precisávamos de uma empresa importante no segmento, de nome para trabalhar conosco. Dentre todas as avaliações, a Tejofran veio para dentro de casa. Depois de três anos, realinhamos esse processo e entendemos que muitas coisas poderiam ser ajustadas desde tamanho de equipe.

UOL: É o maior contrato do estádio? Quanto ele representa?
Lúcio: O contrato com a Tejofran é o maior. Tem equipamento que, se alguém apertar um parafuso errado, danifica e custa R$ 1 milhão. A segurança patrimonial é importante e a brigada de incêndio também. Ao todo, o contrato de manutenção representa 35% do nosso custo.

UOL: Por outro lado, o valor de CIDs comercializadas está dentro do que vocês imaginavam?
Lúcio: O valor comercializado de CIDs é bem representativo [cerca de R$ 46 milhões, 10% do total]. Pelas dificuldades, pelos questionamentos que todos foram derrubados...[é bom]. É um incentivo que existe antes de termos vindo para cá [zona Leste] e ninguém que conheça a região vai negar o que era antes e o que é hoje com o estádio. Se justifica plenamente a CID. Os valores comercializados estão dentro do planejado.

UOL: A Arena Corinthians trouxe impacto positivo para a zona Leste e para Itaquera?
Lúcio: Não tenho dúvida que a Arena trouxe progressos para a região. Quando se inicia um empreendimento desse tamanho, tem uma série de questões para se avaliar. No caso da comunidade, temos mantido conversas muito positivas com a prefeitura regional de Itaquera. Temos interesse de atuar de maneira que a sociedade do entorno enxergue que a Arena veio trazer valor à comunidade.







UOL: Como isso funciona na prática?
Lúcio: Se pegar itens que aconteceram, como campanha contra o câncer de mama feito aqui, uma série de serviços oferecidos à comunidade local, campanha do sangue corintiano. Se não estivéssemos aqui, seriam fatalmente atendidos em outra região. Ontem [quarta-feira], a GCM [guarda municipal] passou para conversar conosco do que pode ser feito porque na praça aqui perto, que não tem nada a ver com Arena, estão roubando lâmpadas e fiação. O que a Arena tem a ver com isso? Talvez nada, mas nos sentimos parte do processo e trabalhamos para corrigir isso. Talvez a comunidade não tenha percebido, mas é um processo de longo prazo.

Vinícius Azevedo: Toda mudança na região valorizou as propriedades das pessoas do entorno. Em dias de eventos, também aumenta o comércio. Pensando no futuro, no dia em que Arena tiver circulação grande de pessoas diariamente com mais atividades, vai girar a máquina local em 365 dias e não em 35 apenas.

Cesar Sbrighi: Outro ponto que vamos implementar no tour é trazer a comunidade para conhecer a Arena. Trouxemos pessoas que moram perto. Queremos utilizar o tour para aproximar.

UOL: Já que você falou no Tour da Arena, por que ele demorou quase três anos para ser implementado?
Cesar: Fizemos uma concorrência, conversamos com empresas, tem a parte burocrática por ter o fundo aqui. O mais principal para demorar é que fizemos um treinamento longo. O processo seletivo foi um Big Brother. Recebemos 300 pessoas e selecionamos os vídeos para ficar em 35. Temos um diretor de teatro que contratamos para treinar as pessoas. Nosso diferencial é ser um tour muito emotivo, em que cada anfitrião [não chamam de guia] foi treinado para contar sua história na Arena. Cada tour é um processo diferente, cada anfitrião conta a sua história. São coisas que emocionam, todo dia tem gente chorando. Desde que abrimos a venda, no dia 6, temos 2 mil ingressos vendidos.

Lúcio: O tour tem a questão financeira, mas não é a mais importante. Tem a característica de trazer mais as pessoas para que conheçam verdadeiramente a Casa do Corinthians, a nossa história.

UOL: Vocês estão satisfeitos com o avanço nas conversas com a Caixa para ter maior autonomia sobre o preço do ingresso, o que tem ocorrido esse ano?
Lúcio: O ingresso é um produto perecível. Eu não vendi, estragou e deixei dinheiro em cima da mesa. Lá atrás, no plano comercial, havia questões desconhecidas, agora estamos em outro país e é um cenário diferente. Tudo que foi feito lá atrás teve uma reviravolta. O Corinthians trabalhou para atender o que estava no plano comercial, mas deixando claro que cada jogo que passa deixamos dinheiro na mesa. Foi um processo de convencimento.

UOL: Como foi essa mudança?
Lúcio: A gente precisa mostrar isso, mas só com o tempo. Quando começou a acontecer isso [muitos ingressos encalhados], as partes entenderam que precisava se flexibilizar a política de preço. Se avaliarmos que temos três anos de operação, e que ainda precisamos durante um período desmontar o estádio, e temos mais de 30 mil pessoas em média, é muito bom.

César: No último jogo, com a Chapecoense, com R$ 60, qualquer pessoa veio no tour, no esquenta da Fiel, o evento antes do jogo, e também o jogo. O torcedor vem e fica o dia inteiro, vai além do ingresso. Temos outros produtos para a pessoa ficar aqui o dia todo. Tem o copo do jogo, o copo do campeão, o copo do esquenta da Fiel. São outras fontes de receita para dar uma experiência ao torcedor.

UOL: O plano de negócios se provou exagerado? Até porque o Corinthians hoje precisa rediscutir toda a estrutura de pagamentos planejada.
Lúcio: Não avalio dessa maneira [plano de negócios exagerado], porque são pessoas extremamente qualificadas, do mercado. Gente do Corinthians, da Caixa, então eu não vejo dessa maneira. A minha opinião e todos devem concordar é que passamos por um processo de mudança muito grande, justamente quando ia iniciar a operação da Arena. A participação das empresas é essencial e todas as empresas avaliam os detalhes onde vão investir.

UOL: O naming rights se revelou de difícil de negociação. Quais as maiores dificuldades?
Lúcio: A minha percepção é que falei no início, é um processo novo que leva tempo. O Corinthians estabeleceu premissas na Caixa, e apesar de ter uma flexibilidade no preço de ingresso, porque deixo dinheiro na mesa, não se pode mudar a política do naming de forma tranquila. Existe um alinhamento para a venda no plano comercial que não pode mudar. Talvez seja isso [fator que dificulta].

Fernando Sales: O valor já é um inibidor, o prazo é outro. Qualquer um que vá fazer um contrato de 20 anos, vai pensar 20 vezes para assinar. Não conseguimos saber do país, até ontem [quarta] a gente tinha um presidente [da República] e já não sabemos mais. Não será seguramente mais o mesmo país de ontem. O momento econômico que vivemos, a instabilidade política atrapalha. Desde o fim de janeiro, temos sempre pelo menos dois interessados.

UOL: Quais os tipos de clientes?
Fernando: Com as multinacionais é mais complicado porque é um contrato longo, a ser assinado pela matriz. 'Mas e a notícia que saiu lá atrás?'. O cara quer entender e você sempre começa a formar um processo. Onde estão os anunciantes tradicionais, que há 10 anos atrás estavam no futebol? Sumiram. Hoje a gente tenta produzir um cliente, acreditamos ser mais fácil de convencer o novo a se tornar um bom cliente do que aquele que teve experiência e não gostou por algum motivo.

UOL: Não é possível reduzir o prazo de 20 anos? Na Inglaterra, o Stoke City vendeu recentemente por seis anos.
Fernando: Se eu for encarar como publicitário, faz sentido vender ano a ano. Uma empresa que precisa de uma cobertura rápida, de um produto novo, bota o nome aqui e é uma bomba atômica. Todas as empresas vão anunciar e pode se aproveitar para lançar o produto. Se pensar como uma parceria estratégica, um ano é pouco e seis anos é pouco.

UOL: 20 anos é o ideal?
Fernando: Deveria só colocar o nome no estádio e virar as costas e ir para casa? O que vai acontecer? Nada. Aqui tem espaço para um anunciante se tornar a maior escola, o maior hospital, a maior concessionária de carros. Aqui tem um espaço muito grande. Quem frequenta a Arena fora de dias de jogos percebe que tem muito a explorar. No marketing, buscamos uma parceria. Um ano não é o melhor que podemos entregar, acho que podemos entregar uma experiência de negócios e acho que se vender para uma empresa que coloque o nome na porta, mas ocupe os espaços vazios, dará vida para a Arena e se transformará numa plataforma de negócios imbatível.




Arena recebeu jogo da seleção em março
UOL: O Andrés falou nas últimas semanas que o nome da Odebrecht envolvido na Lava Jato dificulta a busca por um parceiro. Vocês concordam com isso?
Fernando: Concordo. Toda notícia ruim atrapalha. Não estamos buscando parceiros para um ano. Estamos buscando parceiro para 20 anos. O estádio do Corinthians é vítima de uma ação que não foi legal, mas aconteça o que acontecer, o estádio está aqui. A Arena está aqui, está viva.

UOL: O Corinthians perdeu a chance de fechar um contrato lá atrás por um preço menor?
Fernando: Eu não conheço nenhuma negociação que tivesse sido com preço menor. Desde que cheguei estamos com mesmo preço.

Cesar: Temos estudos específicos sobre isso, de naming no mundo inteiro, da maioria das arenas: sabemos como foi feito, como foi a negociação, qual foi o preço, qual foi o modelo. Temos um estudo por trás que é importante para a gente ter uma base.

UOL: Ainda em cima de negócios, sobre os camarotes avulsos. Da parte de quem já comprou camarotes, houve reclamação por vender para a final?
Fernando: Não tem nenhum amador aqui. Ninguém vai construir uma coisa destruindo a outra. Não tem nada encalhado, até porque isso não é perecível, todo dia eu posso vender. A gente deve construir possibilidades para que a gente aumente a receita. Uma coisa é chegar com o estádio lotado e outra coisa é entrar em um estádio com 12 mil pessoas. É deprimente, é ruim para o jogador, para nós que vivemos do futebol, para vocês da imprensa. Claro que precisamos criar mecanismos para ter mais gente no estádio, mas evidentemente não vamos vender uma camarote a R$ 10 se a cadeira é R$ 20.

Lúcio: Nós temos um camarote corporativo para 600 pessoas. Num jogo dessa natureza [a final] obviamente sabíamos que ia esgotar. Qual foi a alternativa querendo trazer mais gente para dentro de casa? Oferecemos um serviço completamente diferente do que os clientes de camarote recebem. O cliente de camarote tem recepcionista, garçom, vaga de garagem, serviço de catering completo. Isso foi mantido. Os nossos clientes não se incomodaram porque já haviam sido informados e inclusive receberam a primeira proposta, de adquirir um segundo pela demanda que já tinha.

UOL: Qual o plano daqui para frente? Como vender mais?
Fernando: Tem uma coisa que estamos incentivando aqui. Criamos uma equipe de venda e temos gente na rua hoje. Antes, tinha gente aqui ajudando na Arena, ficava aqui em Itaquera. O dinheiro não está aqui [na Arena]. Não tem empresário aqui, o estádio fica vazio durante a semana. Estamos providenciando uma sala na Faria Lima, com essa equipe de venda, para trabalhar boa parte da semana lá, mais perto da Berrini, da Paulista e na Faria Lima. Teremos mais oportunidades de vender os camarotes. Já já teremos uma equipe mais perto dos negócios.

Média de público depois de 101 jogos do Corinthians supera a marca de 30 mil
UOL: A auditoria fala em R$ 200 milhões em obras não realizadas. O quanto isso atrapalha a operação, os negócios a serem feitos aqui?
Lúcio: Essa auditoria está sendo tratada de uma maneira muito restrita e entendo que tem de ser dessa maneira. Há uma série de questões. Não tenho o conhecimento técnico para avaliar o quanto realmente não foi entregue daquilo que estava no projeto e por que não foi entregue. É uma questão que também precisa continuar sendo tratada dessa maneira. Um grupo restrito de pessoas, profissionais também capacitados, vai chegar a um veredito. A partir do momento que tiver isso, aí a gente pode entender quais são os próximos passos.

UOL: Mas, por exemplo, não há espaços que vocês gostariam de usar e não está pronto, algo desse tipo? Me refiro à parte mais operacional.
Lúcio: Diretamente o que salta aos olhos e todos nós sabemos: o setor Norte e o setor Sul em termos de piso e acabamento de escada não está pronto. Todos nós sabemos disso olhando para os setores. Os banheiros têm a mesma qualidade do setor Oeste. O nível de acabamento é igual, o serviço de lanchonete no Norte e Oeste são iguais. Isso não tem uma vírgula de diferente. Operacionalmente, o que nos atrapalhou foi o processo de Copa do Mundo. Acabou a Copa o setor Oeste não estava pronto. E eu tinha demanda para colocar gente lá. Tinha que esperar colocar piso lá. Essas são as interferências que ocorreram na gestão operacional.

UOL: Os chilenos da Universidad pagaram os estragos após a briga com a polícia?
Lúcio: Isso está sendo conduzido pelo jurídico do clube junto com a Conmebol. A Conmebol já mandou uma carta. Eles ainda não haviam pago há uma semana. Mas imagino que eles estavam aguardando o jogo da volta. Isso está caminhando. O prejuízo é coisa de R$ 60 mil.

UOL: Vai ter UFC aqui na Arena?
Lúcio: UFC? Não sei, mas se tiver é bem-vindo.

UOL: Os torcedores veem os jogos em pé no setor Norte. É possível levar isso a outros setores?
Lúcio: O que nós costumamos fazer aqui é: não vendemos todas as cadeiras do estádio. Dependendo do apelo do jogo eu chego perto do limite. No setor Oeste, por exemplo, deixo algumas cadeiras vagas na última fileira. Tivemos alguns dissabores. Uns querem ver sentado e outro em pé. Quem está certo e errado nessa história? Conduzimos esse torcedor [que quer ver em pé] a uma área em que ele pode se acomodar. No décimo andar no prédio, onde tem projetados dois restaurantes, nós vendemos lugares para o torcedor assistir ao jogo em pé. Ao lado das cabines de rádio. Existe essa possibilidade. Agora que vamos tirar mais cadeiras para mais torcedores verem em pé, não.

UOL: O torcedor comprou a ideia de estádio padrão-Fifa?
Fernando: Acho que mudou o jeito de assistir aos jogos. O futebol mudou da Copa do Mundo para cá. Alguns estádios mudaram, o torcedor mudou, o jeito de torcer mudou, o jeito de chegar ao estádio mudou. É uma coisa positiva: o torcedor está aprendendo a se comunicar com as novas arenas. Eu assistia a muito jogo no Morumbi, porque o Corinthians jogava lá, e ele já estava sujo logo que você chegava. Era tudo de cimento. Você ia embora do estádio e parecia que tinha tido uma revolução. Tudo era ruim. Era uma experiência ruim. Você chegava no Pacaembu com jogo às 4 e ficava lá desde às 13h. O Morumbi, que é um estádio antigo, mudou também. Hoje existe uma preocupação de retribuir e dar ao torcedor uma experiência legal.


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