7/5/2017 20:06

"Nós sermos campeões não é normal", diz Carille, em seu primeiro estadual como técnico

Técnico mostra sinceridade ao dizer que ganhar taça do Paulistão no primeiro campeonato como treinador não estava no planejamento. "Esperava mais tempo, mais entendimento, mas a parte defensiva sobressaiu demais"

O título do Corinthians de campeão Paulista surpreendeu a... Fábio Carille! Isso mesmo. O comandante do time que superou a Ponte Preta na decisão, com placar agregado de 4 a 1, e levantou a taça neste domingo, na Arena Corinthians, mostrou sinceridade.

Ele admitiu: não esperava ganhar o troféu logo na primeira disputa de competição como treinador. Durante nove temporadas, Carille foi auxiliar no Timão.

– O que acontece aqui não é normal, não. Nós sermos campeões não é normal. Vou ser sincero: não esperava. Esperava mais tempo, mais entendimento, só que a parte defensiva sobressaiu demais. Lembro que para chegar no título Mundial de 2012 o time foi construído em 2010. São dois ou três anos. Na Europa é assim. É uma engrenagem. É esporte coletivo, não individual. Mas a necessidade de resultados rápidos obriga a algumas coisas que não concordo. Aqui deu tudo certo.

Veja abaixo os principais tópicos da entrevista coletiva de Fábio Carille:
Balanço do início como treinador e montagem da equipe
– Estou me sentindo muito feliz e orgulhoso de tudo o que aconteceu. Tive uma experiência de seis jogos no ano passado e saí satisfeito, mais fortalecido. Os jogadores se apresentaram no dia 11 de janeiro, mas eu e a comissão no dia 3. Traçamos perfil e a melhor forma de jogar. Sabia que precisava de resultados rápido. Com isso, veio a ideia que deixei clara desde o início: marcar bem, acertar o sistema defensivo e depois soltar o time. Assim aconteceu. Continuamos com base sólida atrás, mas estamos soltando mais e criando mais oportunidades.

Qual o momento mais difícil da conquista?

– Até o jogo do Palmeiras todos os dias foram difíceis. O grupo mostrou muita maturidade e personalidade de ir para o CT quietinho e treinando com intensidade. A cobrança não era só em mim, mas nos jogadores também. Foi muito difícil não para mim, mas para o grupo. Sei assimilar bem e ficar na minha. Sei o que quero escutar e onde posso ir. Mas tinha muita preocupação com o grupo, jogadores jovens e essa pressão toda. Administrar isso tudo não foi fácil.

Onde o Corinthians pode chegar neste ano?

– Vamos continuar igual. Muito feliz hoje, mas amanhã tem de preparar o time para quarta-feira. Não será fácil. Ainda mais por tudo, relaxamento natural. Temos de ir muito fortalecidos para quarta.
Amanhã é colocar os pés no chão. Depois pensar na estreia do Brasileiro. Sobre reforços? Pode acontecer. Se chegar é para fortalecer. Se não vamos continuar da mesma maneira. Quem chegar precisa entender que vamos precisar trabalhar muito.

Quem foi o maior destaque do título paulista?

– O grupo foi maravilhoso. Pode-se falar do Jô que fez os gols, mas todos colaboraram. O grupo, o elenco é o destaque do campeonato.

O que esperar do Corinthians no Brasileiro?

– Não tem de mudar nada. É seguir na mesma caminhada. Equilibrando mais o time. Estou gostando da parte ofensiva, mas precisa melhorar e vamos melhorar. Quando se perde, não está tudo errado. Quando se ganha, como no caso do título, também não está tudo certo. Não tem de mudar nada. E sim seguir com a mesma seriedade.

Em 1995, não pôde jogar e agora teve a oportunidade de disputar uma final. Aquele período rondou sua cabeça?

Passaram 22 anos. A verdadeira história: o Corinthians ganhou do Grêmio. Em 96 iria disputar três campeonatos, Paulista, Brasileiro e Libertadores. Eu com o XV de Jaú me destaquei no Paulista da A2, o Corinthians contratou alguns jogadores destaques para se adaptarem. O Eduardo Amorim queria que eu continuasse, mas apareceram empresários para me levar ao Paraná. E foi bom para o Corinthians também. Não é de 95 que sonho, é desde que entrei no futebol. A família toda é corintiana, ainda não caiu a ficha. Os últimos dias foram longos. Uma vitória de 3 a 0 o domingo não chega, mas graças a Deus conseguimos o título.

O título estadual dá respaldo a sua ideia de jogo para momentos de instabilidade no futuro?

– Trabalhei com Tite, você sabem bem. Foi muito criticado quando saímos para o Guarani, depois com o Nacional. Eu via o que saía e passava o que estava acontecendo para prepará-lo nas entrevistas. Sei onde estou e da minha responsabilidade. Dá respaldo? Sim, um pouquinho só. Se tiver sequência de resultados ruins vai acontecer o que naturalmente acontece, mas eu não concordo. O que acontece aqui não é normal, não. Nós sermos campeões não é normal. Vou ser sincero: não esperava. A parte defensiva sobressaiu demais. Lembro que para chegar no título Mundial de 2012 o time foi construído em 2010. São dois ou três anos. Na Europa é assim. Precisa, é uma engrenagem. É esporte coletivo, mas a necessidade de resultados rápidos atropela. Aqui deu tudo certo.
Importância da família na conquista
– Estão no vestiário. Me conhecem muito bem. Sabem do meu perfil. Sou totalmente diferente do meu pai. Meu pai é estourado, não leva desaforo para casa. Sou muito da minha mãe, mais tranquila, dos meus tios por parte de mãe. Tem muita gente torcendo, em Sertãozinho, e da Vila Ema, da Zona Leste. Tenho que responder um monte de WhatsApp, mas com calma vou responder a todos.
Você era torcedor na infância e agora participou do período mais vencedor da história
– Sou abençoado. Chegar no Corinthians, como cheguei... o Mano sai para a Seleção. Não sabia se ficaria ou seria mandado embora. Depois chega Adilson, fica curto espaço. Vem o Tite com comissão montada, eu ainda me firmando, em 2010, meu segundo ano... não dá para... não sei onde estou, estou meio perdido ainda, na verdade. Por tudo o que está acontecendo na minha vida. De jogar bola na rua, não ter outro brinquedo que não fosse bola. Sou muito ciente: era muito disciplinado, e um técnico dentro de campo, tinha noção das coisas. Mas é um sonho. Participar da Libertadores que a torcida queria tanto, ir para o Mundial, com a torcida atravessando o mundo no Japão. Participar de tudo isso... tem hora que eu paro e não consigo entender. Mas sempre do meu jeito. Procuro trabalhar e tudo está acontecendo muito rápido.
Defesa forte é um DNA do Corinthians

– Dos 10 últimos Paulistas, participei de nove junto. Como auxiliar desde 2009. O maior problema de 2016, acho não, o maior problema em 2016 foi a mudança de elenco. Não que os jogadores não queriam marcar. É questão de características. Perdemos Felipe, Bruno Henrique e Elias. Desandou. Tentamos corrigir, e jogadores que chegaram precisando dar resposta rápida. Isso prejudicou. Alguns levam tempo. Foi assim com Paulinho, Castán um ano no banco. Tivemos de acelerar processo de atletas irem para campo. Muito orgulhoso. É mesmo uma marca do Corinthians. É um perfil e procurei voltar com isso. É um orgulho. Nunca prometi título. Falei que iríamos brigar. Seria um time organizado. Se criou um ambiente bom entre eles. Um corre pelo outro. Busco equilíbrio ainda. Quero tornar esse time mais agressivo. Mas agora tem mais uma semana em que não poderei trabalhar, com jogo quarta e domingo.

Espera ser lembrado como aconteceu com a conquista de 1977?
– Sempre vai ser lembrado por títulos. Não tem jeito. Ainda mais torcedor corintiano. Passei aqui em 1995 e até 2007 dava autógrafo por ter passado pelo Corinthians. E não joguei. É marcante. Vai ser lembrado por um grupo desacreditado, que se fechou e se uniu. Indo para o CT com muita concentração e determinação. Vai ser lembrado pela maturidade.


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4284 visitas - Fonte: Globo Esporte

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parabéns, pelo título, e seja um pouco menos cuidadoso nas palavras, pois ser campeão no Corinthians é normal sim, não atoa temos 28 taças e acredite mais em seu potencial e de sua equipe

parabéns e que nesse brasileiro sejamos competitivo

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PARABÉNS CARILLE você merece. Está dando vida nova o Corinthians

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