Jô revê nesta quarta-feira o clube pelo qual teve seu pior desempenho em mais de 13 anos de carreira profissional. Artilheiro do Corinthians na temporada, o atacante reconhece que o jogo desta quarta-feira contra o Internacional, às 21h45 (horário de Brasília), em Itaquera, terá um gosto diferente.

Fora do jogo de ida da quarta fase da Copa do Brasil – empate por 1 a 1, no Beira-Rio – ele enfrenta o Inter pela primeira vez no ano. Entre 2011 e 2012, uma passagem de pouco mais de oito meses pelo Colorado quase colocou seu futuro em xeque.

Indisciplina, lesões e pouco futebol marcaram a breve estadia de Jô no Inter. Contratado do Manchester City, ele chegou como esperança de gols num ataque que já contava com Leandro Damião. Foram apenas seis em 36 partidas. Um período que deixou marcas no jogador.

É uma decisão, Copa do Brasil, contra um ex-clube meu. Não guardo mágoa de ninguém de lá, fui punido por merecimento, por erros meus, mas sempre se trata de um jogo diferente. Vou com a mesma vontade, querendo ajudar o Corinthians – afirmou Jô.

O atacante teve dois problemas de indisciplina na passagem pelo Sul. O primeiro foi quando ele não se apresentou para uma viagem à Bolívia, em março de 2012, para enfrentar o The Strongest, pela Taça Libertadores. O sumiço foi resolvido na volta da delegação a Porto Alegre: Jô havia exagerado na noite e por isso perdeu o voo. Foi multado e afastado pela diretoria.

O jogador foi reintegrado dias depois e ganhou uma nova chance com Dorival Júnior, hoje no Santos, então técnico do Colorado. A calmaria durou pouco. Em maio de 2012, depois de uma eliminação na Taça Libertadores para o Fluminense, Jô exagerou mais uma vez, abusou da noite no Rio de Janeiro e nunca mais jogou pelo Inter. Acabou negociado com o Atlético-MG.




Jô não se orgulha daqueles tempos. Além dos excessos, ele tinha problemas pessoais e não estava bem psicologicamente. No Galo, recuperou o prestígio, foi campeão da Libertadores em 2013 e fez parceria marcante com Ronaldinho Gaúcho. Só no Corinthians, porém, é que ele se viu mais maduro e consciente, aos 30 anos.

– Existe uma grande diferença (entre o Jô do Inter e o do Corinthians), hoje sou um cristão. Ali foi um período da minha vida em que só pensei em mim mesmo, e achava que minhas atitudes não teriam consequências graves. Acho que fiz dois ou três jogos bons no Inter. Acarretou muita coisa. Foi uma passagem muito ruim na minha vida como profissional – lamentou.

No Timão, o atacante se reencontrou. É o artilheiro alvinegro na temporada, com seis gols, e um dos pilares da equipe treinada por Fábio Carille. O segredo? Cuidar mais dele próprio.

– Valorizo mais minha família, valorizo hoje muito mais o futebol. Cuido da minha vida, do meu corpo, não tenho mais problemas pessoais, e as coisas fluem. Pode ser hipocrisia, mas vale muito a pena. As coisas começam a dar certo – receitou Jô.