A vitória por 1 a 0 sobre a Caldense, na última quarta-feira, foi magra, mas serviu ao menos para duas coisas. O Timão se classificou sem sustos para a segunda fase da Copa do Brasil e mostrou um repertório maior de jogadas no ataque. É o segundo passo do trabalho de Fábio Carille, que já conseguiu, neste início, dar equilíbrio ao setor defensivo.

Lá atrás, são 426 minutos sem sofrer gols – o time só foi vazado uma vez em cinco partidas no ano. Os adversários dos jogos oficiais foram São Bento e Caldense, é preciso relativizar. Mas, mesmo assim, o número não pode ser descartado e indica que a defesa está se entendendo.


Falemos, então, do ataque. Aos poucos, Marlone, Giovanni Augusto, Rodriguinho e Fellipe Bastos vão se acertando na linha de quatro jogadores do meio-campo. Marlone, principalmente, tem levado perigo pelo lado esquerdo. Falta envolver melhor o centroavante Jô. Ele participou do lance do gol, fazendo o pivô, mas ainda recebe poucas bolas perto da área.

O Timão espera o vencedor de Brusque-SC x Remo para saber seu adversário na segunda fase da Copa do Brasil. Enquanto isso, foco no Paulistão. A equipe enfrenta o Santo André no sábado, às 21h (horário de Brasília), na Arena Corinthians.


Corinthians conta com movimentação de Jô e avanço dos meio-campistas contra a Caldense


O jogo

O Corinthians previa dificuldades em Poços de Caldas, mas não contava com uma marcação tão bem encaixada pelo time da casa. A equipe de Carille insistiu com jogadas por Marlone, pela esquerda, enquanto Jô, sem participar do jogo dentro da área, passou a sair para ajudar a linha dos meio-campistas. Aí, o Timão começou a fluir.

Aos poucos, o jogo foi se abrindo. A movimentação do centroavante foi fundamental para causar desconforto a Marcelo e Hélio, os zagueiros da Caldense, que eram soberanos na bola aérea até a metade do primeiro tempo.

Desafiado, Fábio Carille mostrou recursos ao mudar sensivelmente a forma de jogar da equipe durante o confronto. Já é um primeiro teste.
Fagner se adiantou mais, e até Gabriel ajudou na parte ofensiva – o volante acertou uma bola na trave. As linhas adiantadas e a pressão sobre a Caldense foram muito trabalhadas no treino de terça-feira, no Estádio Ronaldão.

O repertório de Jô se mostrou útil aos 39 do primeiro tempo. Como um pivô, segurou a bola entre os zagueiros, rolou para Fagner, e viu o lateral cruzar no meio da pequena área. Rodriguinho aproveitou o espaço aberto pelo centroavante e cabeceou sozinho: 1 a 0.

No segundo tempo, bastou administrar, tocar a bola e levar perigo em algumas jogadas trabalhadas. Diante de um adversário sem reação, o Timão teve 20 finalizações e 324 passes certos. A Caldense chutou sete vezes a gol e trocou apenas 169 passes.

Além de acertar o ataque, o técnico tem pelo menos mais dois desafios. A curto prazo, utilizar mais opções no banco de reservas. Marquinhos Gabriel tem sido o 12º jogador, e Camacho tem entrado quase sempre, mas há outros nomes na fila: Guilherme, por exemplo, e Marciel, que foi titular nesta quarta-feira porque substituiu o suspenso Moisés.

Depois, a médio prazo, é fazer Jadson se adaptar ao time – ou vice-versa. De volta ao Timão, o meia é tratado como o jogador que vai dar o toque final de classe no meio-campo. Antes disso, vai precisar de um mês para recuperar sua melhor forma física.

O começo, diante das dificuldades, tem se mostrado promissor para Carille. Mais do que o desempenho, os resultados (ainda que magros) dão tranquilidade para ele implantar seu estilo no primeiro semestre. Quanto mais tempo para trabalhar, melhor.